A ministra considerou as condutas graves e planejadas. Participaram da sessão os ministros Cármen Lúcia, André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Floriano de Azevedo Marques e Estela Aranha. A denúncia partiu da chapa de Marcelo Freixo (Psol), derrotado em 2022, que acusou Castro e Bacellar de contratações eleitorais no Ceperj e na Uerj. Ambos negam. Em 2023, o TRE-RJ absolveu os acusados por 4 votos a 3, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu ao TSE pedindo a condenação e inelegibilidade por oito anos. Caso confirmada a cassação, novas eleições diretas ou indiretas devem ocorrer conforme o prazo restante do mandato. As suspeitas surgiram após reportagens revelarem 18 mil contratações e saques de R$ 250 milhões em dinheiro vivo entre 2021 e 2022. O julgamento acontece dias após a operação policial mais letal da história, com 121 mortos no Complexo da Penha.
Selma Elias, de 62 anos, passou a terça-feira (28) tentando libertar a filha, Gabriela Cristina Elias, presa durante a megaoperação na Penha, no Rio, que deixou ao menos 121 mortos. Gabriela, faxineira, foi detida por recusar a entrada de policiais sem mandado e por transmitir uma live mostrando que havia apenas mulheres e crianças em casa. O Ministério Público (MP) alegou que a live expôs os agentes e que ela teria ligação com o tráfico, mas depois a soltou — mantendo o processo. Segundo a mãe, policiais arrombaram o portão e agrediram mulheres e crianças, inclusive uma bebê atingida por spray de pimenta. O professor Thiago Bottino (FGV) afirmou que a gravação não caracteriza associação ao tráfico e que policiais só podem entrar em casas com mandado. O MP diz que os agentes buscavam abrigo e que a transmissão revelou sua localização, aumentando o risco. A Defensoria Pública classificou a acusação como “especulativa” e pediu o arquivamento. Outras famílias também fizeram lives para registrar abusos durante a operação. Selma afirma que a filha “só quis proteger as crianças” e teme perseguição judicial. A faxineira, mãe de um menino de seis anos, continua respondendo ao processo. O caso será analisado pela 5ª Vara Criminal da Capital. A operação é considerada a mais letal da história do Brasil.
Salvador, 4 de novembro de 2025.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.














