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Capa: "A Fábrica de Cretinos Digitais |
O escritor fala sobre o tempo que se perde "em frente às telas" e informe que, em média, as crianças de dois anos estão em frente às telas por três horas, cinco horas, oito anos e mais de sete horas para adolescentes. Nos cálculos do escritor, somando todo o tempo que um menino, entre 2 e 18 anos, diante de uma tela, equivale a 30 anos escolares. Considera "simplesmente insano e irresponsável." Além de tudo que já se disse, essa conduta danifica o cérebro, prejudica o sono, a linguagem e "enfraquecem o desempenho acadêmico." Desmurget orienta para crianças acima de seis anos, o tempo de até uma hora por dia ou sem telas pela manhã, nem à noite e nunca no quarto. A dificuldade, segundo o autor, é que os pais estão sempre conectados e não têm condições de fazer essas recomendações. A afirmativa de que os videogames ajudam na obtenção de bons resultados acadêmicos não é correta, mas é "obra-prima de propaganda" e essas crianças "se assemelham às descritas por Aldous Huxley em seu famoso romance distópico Admirável Mundo Novo: atordoadas por entretenimento bobo, privadas de linguagem, incapazes de refletir sobre o mundo, mas felizes com sua sina".
Alguns países já legislam sobre o assunto, a exemplo de Taiwan na Ásia, para considerar excessivo o uso de telas como abuso infantil e lei foi aprovada para fixar multas pesadas para os pais que não fixas limite de tempo de tela para crianças e jovens de dois a dezoito anos. Na China, crianças e adolescentes não podem usar os videogames entre 22h até 8h, nem ultrapassar a 90 minutos de uso diário, durante a semana ou 180 minutos nos finais de semanas e nas férias escolares. Se continuar esta "orgia digital", certamente haverá aumento das desigualdades sociais, porque possuirão "ferramentas cognitivas e culturais limitadas", sem condições de compreender o mundo e desempenhar seu papel de cidadãos.
Salvador, 31 de outubro de 2020.