Pesquisar este blog

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

O JOVEM DE ONTEM E O DE HOJE

Cada geração passa por alguma mudança no comportamento e em todas as outras atividades humanas; não há nada de estranho nesta afirmativa, mas o erro acontece quando se procura segmentar o público pela faixa etária. O surpreendente reside, na rapidez dessas alterações; com efeito, a geração atual deixou para trás muitos costumes, hábitos e ideais do passado. Este cenário provoca conflito das gerações, em virtude das influências sociais, culturais e econômicas, que causam alterações para melhor em alguns aspectos e em outros prestam-se para diminuir os valores humanos e até mesmo certos sentimentos. Os nascidos no final do século, 1990 em diante, tem como característica o mundo tecnológico, mas aferram-se ao mundo individualista. A vida por princípios mais nobres que prevaleceram nas gerações anteriores não existem no vocabulário dos jovens da atualidade, porque eles investem mais nas realizações pessoais. As transformações, o domínio da internet, principalmente pelas redes sociais contribuíram sobremaneira para as novidades dos novos tempos. O jovem da atualidade apega-se mais ao seu entusiasmo pessoal pelas coisas sem considerar muito a fidelidade por valores como o ambiente.

As brincadeiras, por exemplo, foram totalmente substituídas: o esconde-esconde, as cantigas de roda, as vacas de ossos, as histórias contadas à noite, cederam lugar para os iPads, smartphones, o videogame e os computadores, de onde retiram todas as brincadeiras e entretenimentos. O hábito da leitura não existe; os grandes autores, a filosofia estão mais nas redes sociais. Aqueles poucos que leem preferem livros sobre aventura. Nada de literatura. Interessante é que as respostas, em entrevistas aleatórias, mostraram que as meninas têm hábitos mais sadios de leitura. O tema preferido é amor e também aventura. A televisão, principalmente os canais abertos, é coisa do passado; nem noticiário, nem documentário, muito menos esporte; os jovens preferem as redes sociais, netflix, jogos na internet ou o cinema. A média diária desta gente na internet é de aproximadamente 6 ou mais horas por dia. E não perdem o tempo para assistir a algum comentário politico ou artigos de laureados escritores; nada disto: eles vão mais para o entretenimento, figurando como principal, os jogos. Conversam muito com os amigos, vão aos parques, mas praticam muito pouco a atividade física ou o esporte. 

O mundo tornou-se mais perigoso, porque nos grandes centros urbanos os jovens estão sujeitos às drogas e à violência. Os adolescentes perdem muito tempo conversando com os amigos no playground de suas casas, no telefone, no whatsapp, nos barzinhos, nos parques e nas boates. Os jovens não se envolvem com a política e não se posicionam sobre os destinos de sua cidade e de seu país. Os grêmios e as lideranças formadas nas escolas é coisa do passado. A globalização atingiu de cheio os adolescentes, principalmente na massificação das propagandas do carro, do refrigerante, do fast-food. As gerações anteriores manifestavam, protestavam e participavam da política estudantil e de suas comunidades. Atualmente, nada disso. 

O preparo para o descaminho começa com o treino dispensado pelos próprios pais aos filhos. Eles deleitam-se em oferecer às crianças um smartphone, um ipad ou algo semelhante; no mínimo, diminuem suas atividades de fiscalizar os filhos. O descuido é tão grande que não se evita a inscrição de crianças nas redes de facebook ou de instagran, ambientes apropriados para adultos. Será que aí não está o caminho para a proliferação de crimes praticados por adultos contra os menores?  

Guarajuba/Camaçari, 10 de janeiro de 2021.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.     

Nenhum comentário:

Postar um comentário