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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

AS LIVRARIAS ESTÃO FECHANDO

No Brasil tem sido grande o número de livrarias que encerraram suas atividades e a explicação mais convincente para esta ação é que o brasileiro deixou de comprar livros e, se verdadeira esta afirmação, é porque parou de ler. Aliás, o Brasil nunca teve grande número de leitores, se comparado com outras nações, a exemplo da Argentina. A maior autoridade no assunto é a Unesco, setor da ONU que cuida da educação e cultura, concluiu que só há leitura onde: ler é uma tradição nacional; o hábito de ler vem de casa e são formados novos leitores. Pesquisas mostram que a média de leitura do brasileiro caiu de 4 livros por ano para apenas 2,43. Em Retratos da Leitura aponta-se que 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro. O hábito da leitura realmente começa na sala de sua casa e a inexistência deste costume, leva às escolas que não exerce a mesma influência da família sobre a leitura. Um argumento muito usado para essa fuga aos livros, reside no fato de que a cultura do brasileiro é transmitida mais por via oral, além da alfabetização tardia. 

O livro não pode ser comparado com a TV, com a internet ou com o cinema, porque exige disponibilidade de mais tempo; você, dificilmente, lê um livro em uma manhã, mas leva dias e até semanas para concluir a leitura iniciada. Ademais, você pode gastar um valor maior do que despende para estas outras atividades, a depender do livro escolhido. Não se pode debitar a omissão desse sadio costume à falta de livros ou de bibliotecas, pois nas pequenas cidades sempre tem uma biblioteca, ainda que seja da própria escola e nas grandes cidades, há muitas bibliotecas. A verdade é que a leitura do brasileiro cada vez mais se aproxima somente do acesso às redes sociais, mas nem assim  é possível para explicar a diminuição de leitores, porquanto é possível, pela internet, através dos e-books, o acesso a bons e interessantes livros, além da facilidade de carregar para qualquer ambiente. Além dos preços competitivos, encontram-se plataformas, a exemplo da Amazon, com livros gratuitos.     

Muitas redes de editoras e livrarias foram fechadas, no Brasil, nos últimos anos, causando a queda de 20% no mercado editorial entre 2006 e 2017, certamente, aumentado de lá para cá. Enquanto isso, na cidade de Porto/PT, o turista paga para entrar numa livraria, sem muita coisa para ver a não ser os livros. O costume do europeu com a leitura é muito mais acentuado; o Centro Nacional do Livro mostrou que o francês lê, em média, 21 livros por ano. Segundo pesquisa do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e Caribe, os argentinos destacam-se com o maior número de leitores, 70%, seguidos pelos chilenos, 51%, 5,4 livros por ano. Interessante é que, mesmo lendo pouco, os jovens ainda leem mais que os adultos e idosos. 

Guarajuba/Camaçari, 12 de janeiro de 2021.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.  



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