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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

PROCURADORES ENVOLVEM-SE NAS MENTIRAS DE TRUMP

O país mais democrático do mundo mostrou suas fraquezas neste ano de 2020, com a realização, apuração e resistência do vencido em aceitar o resultado das urnas, na eleição para a presidência do país. Donald Trump, um empresário que enveredou pelo terreno da política, gostou da cadeira presidencial e não quer dela levantar-se. Este fato, consistente nas suas afirmações de fraude e roubo no pleito, é surpreendente para um país democrático, e nunca aconteceu em anos pretéritos, mas o pior de toda a história é a adesão e participação de advogados, dentre os quais a figura, que era respeitada do ex-prefeito de Nova York, assumindo luta judicial sem o menor fundamento, como já decidiram vários julgadores e ate a Suprema Corte. Aliás, um grupo de mais de 100 advogados lançou uma Carta Aberta para condenar a aventura de mais de 100 de seus colegas, questionando a eleição, sem nenhum fundamento; na Carta, há censura aos bacharéis, que abandonaram a razão e a lei, para ingressar com medidas judiciais sem a mínima consistência e sem prova alguma. Tudo parte do presidente Trump que pressiona os governos republicanos, os legisladores estaduais para não certificar a vitória do democrata Joe Biden; apela para ser simpático com os delegados, no intuito de impedir a votação no vencedor e estorvar a  vontade da maioria depositada nas urnas. Entende-se improvável essas artimanhas de Trump, mas a só tentativa mostra o caráter deste brutamontes que tenta, sob todos os meios desmantelar a democracia mais que centenária dos Estados Unidos. De qualquer forma, é perigoso o caminho trilhado pelo "caixeiro viajante", tido como o mais mentiroso presidente dos Estados Unidos, mas que se tornou presidente.  

Mas, além dos advogados, Procuradores-gerais republicanos de 17 estados continuam buscando a reversão do resultado do pleito em temerária medidas judiciais. Usaram o poder que receberam do ente público para endereçar à mais alta Corte do país, à Suprema Corte, impugnação ao resultado da eleição de novembro/2020. Sustentam em mentiras, alegadas pelo trôpego presidente, e expõem o prestígio de seus cargos conquistados, através de conhecimentos, para lançar na investida de manter Trump na cadeira presidencial, com sua política  de isolamento, de racismo, de ódio. A iniciativa dos procuradores iniciou-se pelo Texas, onde o Procurador-geral, busca atrasar a certificação do pleito que Trump não soube aceitar, com elegância como é tradição no país. Assegura no documento a existência de "fraude galopante", mas não se sustenta em nenhuma prova. Apenas nas palavras de Trump. Outro Procurador-geral envolvido na artimanha, Eric Schmitt, do Missouri, desenvolve o raciocínio, em nome de 16 estados, de "preocupações sérias relativas à integridade da eleição e à confiança pública em eleições. A expectativa do presidente é contar com os juízes da Suprema Corte, alicerçado no fato de que a maioria foi lá instalada por governos republicanos. 

É hilariante os argumentos que os procuradores submetem à Suprema Corte. Em certo trecho escrevem que as autoridades estaduais permitiram "as fraudes...indectáveis". São fundamentos misteriosos que a Justiça não pode nem deve aceitar, mas os procuradores aferram-se em satisfazer o intento de Trump e tumultuam um pleito, considerado dos mais límpidos nos Estados Unidos. A imprensa noticia que procuradores e políticos inventam os mais frágeis argumentos, visando eminentemente subir nas carreiras públicas e nas atividades políticas. Fazem publicidade em busca de prêmios que não se sabe como irão ganhar. 

Salvador, 10 de dezembro de 2020.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



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