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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

FLECHADAS SOBRE O POVO

As gravações dos delatores da JBS pode complicar a situação do Procurador-geral da República, Rodrigo Janot. É que as fitas denunciam a participação efetiva do ex-procurador Marcelo Miller, assessor de Janot até abril/2017, quando deixou o cargo para integrar uma banca de advocacia.

Em um evento, Janot dizia da eficiência do acordo de delação, celebrado com os executivos da JBS, apesar do questionamento da maioria da população e dos juristas. A publicação dos novos áudios de Joesley e Saud, delatores do maior frigorífico do mundo, mostram que a Procuradoria não acertou em perdoar os graves crimes cometidos pelo grupo. Afinal, foram os únicos a receber o prêmio de não serem presos nem responderem a nenhum processo. 

A lei que regula o benefício é clara, quando não aceita delação de líderes de organização criminosa. E, certamente, Janot cometeu engano, quando não entendeu que Joesley era chefe de uma grande organização criminosa. Afinal, ele comprou apoio político e administrativo para montar uma das maiores fortunas do país. 

Tomou-se conhecimento de que os delatores estavam ávidos na busca de gravações para comprometer até mesmo ministros do STF. Queriam servir-se do ex-ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, para gravar ministros da Corte. Esses erros cometidos podem comprometer a Operação Lava Jato, que possui potenciais adversários. 

A Operação Lava Jato e suas variáveis mostra que o país está corroído pela corrupção, em todos os setores, a começar pelo Executivo, passando pelo Legislativo e chegando até ao Judiciário. Afinal, temos um presidente, Michel Temer, com as mais cruéis acusações de corrupção e o primeiro chefe do Executivo, no exercício do cargo, a ser denunciado por crimes, e sendo chamado claramente de maior “ladrão da República”; o abuso do poder, entretanto, ainda mantém esse presidente no comando do país. 

Um ex-presidente condenado, em 1ª instância, pela prática de crimes de corrupção, Luiz Inácio Lula da Silva, além de responder a muitos outros processos; um ex-presidente, Fernando Collor de Mello, também denunciado por corrupção; presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados, sendo investigados por crimes de corrupção; ministros do governo, uns no exercício do cargo, outros afastados, mas todos sofrendo apurações pela prática do crime de corrupção; grande número de senadores, deputados federais e estaduais na mesma incriminação.

Nem se fala nos danos financeiros e econômicos do país, causadas pela maior corrupção que se registra no planeta, mas que que termina penalizando o povo. A Petrobrás, que era uma das maiores empresas do mundo, foi esfolada ao ponto de tornar-se a maior empresa, no ramo de petróleo, com a maior dívida do planeta. Outras empresas tiveram destino semelhante.

E o cidadão é obrigado a pagar caro pelos crimes cometidos pelos seus representantes. E o pior é que ainda se cobra a manutenção dessa gente no poder, em gabinetes monumentais, gastando milhões com propagandas, com viagens, com mordomias inigualáveis na face da terra. Não abusam de roubar, de mentir, de legislar contra o povo para favorecer àqueles que lhes acenaram com propinas. 

Até quando vai-se tolerar tamanha hipocrisia!

Salvador, 7 de setembro de 2017

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso advogados.

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