O sub-procurador-geral, Lucas Furtado, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, ingressou com representação, para afastar a Advocacia Geral da União da defesa do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; no requerimento, pede liminar. O fundamento é de que a atuação do órgão público desvia para a defesa pessoal das "autoridades", principalmente porque no caso há conflito entre o interesse público e privado; essa não é a função da AGU.
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sexta-feira, 14 de maio de 2021
FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (XIX)
O Festival de Besteiras que Assolam o Judiciário não sofre interrupção e, tanto no STF quanto nas instâncias inferiores, é grande o tumulto, face às decisões que fogem ao que determina a lei. Aliás, já dissemos, em várias oportunidades, que a desobediência à é prática corriqueira exatamente por parte de quem deveria obedecer à lei. Vejam o absurdo acontecido no Judiciário paulista, fruto de decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que não deve ser exceção, mas práxis de outros tribunais. Trata-se do afastamento do juiz Marcello Holland ocorrido em 1992, colocado em disponibilidade, sob acusação de participar de fraude na eleição para a Câmara de Vereadores de Guarulhos/SP, em 1988, e recebimento de um relógio de grande valor, dado por um candidato. O CNJ, em acórdão, determinou a reintegração do magistrado em 2017, mas o Órgão Especial do Tribunal de Justiça resiste em cumprir a decisão. O magistrado continua ilegalmente afastado há 29 anos e não foi aposentado compulsoriamente, pena mais grave para o magistrado, não lhe é permitido trabalhar e prossegue recebendo a remuneração. Juiz Marcello Holland
Começa aí o vai-e-vem, porque o Tribunal de Justiça de São Paulo não se mostra disposto a cumprir a determinação do CNJ; após a decisão, propôs cronograma diferente do que mandou o CNJ, para acomodar Holland; o conselheiro relator, Rubens Canuto, discordou da posição e afirmou: "É brincar com a decisão do CNJ". Em novembro/2017, o CNJ estabeleceu que o Tribunal avaliasse se o juiz teria condições de reassumir o cargo e foi dado início ao processo de avaliação, mas a defesa do juiz não aceitou as condições do Tribunal, sob fundamento de que se tratava de novo concurso para um magistrado vitalício. A conselheira Daldice Santana apontou ilegalidades nas exigências editadas na Portaria, regulamentando o reaproveitamento de magistrados afastados. Volta o CNJ para decidir que a avaliação técnico-jurídica não poderia ser seletiva e considerou ilegal o prazo de dois anos para novo pedido de reintegração.
Recentemente, em questão de ordem, o CNJ ouviu o defensor do juiz que informou ter Holland feito 49 cursos de atualização na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, mas mesmo assim o Tribunal não o reintegrou. Adiantou que seu cliente não matriculou em cursos da Escola Paulista da Magistratura porque se exige esteja o pretendente na ativa. O presidente Luiz Fux ainda concedeu novo prazo ao Tribunal, 30 dias, para encerrar o processo de aproveitamento do juiz. O certo é que, depois de mais de 29 anos, o juiz continua em disponibilidade; o Tribunal não lhe impôs a pena máxima de aposentadoria compulsória e não cumpre a decisão do CNJ. Desde o ano de 2017, o órgão de controle do Judiciário decide de uma forma e o Órgão Especial do Tribunal decide de outra forma. O juiz continua afastado, sem ter sido exonerado, percebendo a remuneração, mas sem trabalhar. O Tribunal ganha tempo impondo condições para não cumprir a determinação do CNJ.
É assim a Justiça brasileira, que contribui para enriquecer o FEBEAJU!
Salvador, 14 de maio de 2021.
TOFFOLI ARQUIVA INQUÉRITOS
O ministro Dias Toffoli, antes de deixar a presidência do STF, em setembro/2020, determinou arquivamento sumário de doze inquéritos, referentes às acusações do ex-governador Sergio Cabral, em sua delação premiada. Entre os investigados constavam os nomes de deputados, senadores e ministros do STJ, alem de conselheiros do Tribunal de Contas da União. Intrigante foi que Toffoli, não distribuiu os inquéritos para relatores, como determina o Regimento, mas ele mesmo encaminhou para a Procuradoria-geral da Republica, que pediu arquivamento. O pedido de abertura de inquérito pela Polícia Federal contra Toffoli, recentemente, foi consequência dessa conduta do então presidente no arquivamento dos inquéritos.
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 14/05/2021
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
"AS PROVAS DO MENSALÃO DE BOLSONARO"
A matéria abaixo, com o título acima, saiu em O Antagonista:
"As provas do mensalão de Bolsonaro"
A Crusoé rastreou o dinheiro do Bolsolão, usado por Jair Bolsonaro para comprar apoio no Congresso

Capa: Rodrigo Freitas/Crusoé - Foto: Adriano Machado/Crusoé
A Crusoé rastreou o dinheiro do Bolsolão, usado por Jair Bolsonaro para comprar apoio no Congresso Nacional, exatamente como fez o lulismo no mensalão e no petrolão.
A reportagem, que escancara os métodos corruptos do bolsonarismo, detalhando os repasses a seus intermediários e agentes, diz:
“Recursos enviados para a base eleitoral do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, foram parar em empresas de um irmão dele e de um amigo íntimo da família.
Outra parte da fortuna federal distribuída a aliados teve como destino a concessionária de um prefeito amigo do presidente Jair Bolsonaro – os recursos que chegaram à empresa haviam sido destinados por correligionários do prefeito.
No interior de Goiás, uma cidade minúscula agraciada por um senador do Acre (sim, do Acre!) com 20 milhões de reais – dos quais 14 milhões já constam como pagos – desconhece a chegada do dinheiro.
Em outra frente, milhões de reais foram repassados pela Codevasf, sob a assinatura de um conhecido operador do Progressistas, homem de Ciro Nogueira, a uma consultoria cujo dono aparece metido nos desvios de dinheiro do governo de Sérgio Cabral.”
quinta-feira, 13 de maio de 2021
CORONAVÍRUS NO BRASIL, EM 13/05/2021
Na Bahia, segundo informações da Secretaria de Saúde, foram registradas 121 mortes, ontem 92, e 4.140 novas contaminações, ontem 4.309; recuperados 3.383 pessoas. Desde o início da pandemia foram anotados 19.624 óbitos e 936.275 de casos confirmados, dos quais são considerados recuperados 944.724, dos quais 908.210 são considerados recuperados e 16.890 encontram-se ativos. Foram descartados 1.231.911 casos e em investigação 207.472.
Foram vacinados na Bahia 2.874.358 pessoas, dos quais 1.305.393 receberam a segunda dose, tornando uma das unidades com maior número de imunizados. A taxa de ocupação dos leitos de UTIs subiu de 79% para 80%.
SITUAÇÃO DE TOFFOLI É COMPLICADA
Na verdade, o ministro Dias Toffoli mudou o voto no julgamento de um dos processos alegados pelo ex-governador, ocorrido no TSE, em 2015. O prefeito Francisco Neto foi cassado, por abuso de poder econômico, em agosto/2013, pelo TRE de Minas Gerais, provocando recurso especial, ao TSE, em 2015, no qual Toffoli desempatou, mantendo a cassação do prefeito.
O pior é o que segue: dois meses depois, em junho/2015, Toffoli, embargos de declaração, o ministro desempatou, desta vez, mudando seu voto para suspender a cassação. Disse o ministro, nos embargos: "Estou entendendo que é o caso de reenquadramento e valoração das provas. E nesta revaloração eu considero que não houve o abuso". É impressionante o voto do ministro, porque entrou no mérito, em embargos de declaração, que não permite esta apreciação; nos embargos são discutidos somente omissão, erro ou dúvida, nada de entrar no mérito, como foi o voto do ministro. A ministra Maria Thereza de Assis Moura, na condição de relatora, nos embargos, chamou a atenção: "Apenas o que eu disse: nós, a meu ver, estamos rejulgando o caso".
JURISTAS PEDEM RECONHECIMENTO DE INCAPACIDADE DE BOLSONARO
Um grupo de juristas ingressaram no STF com pedido de "reconhecimento da incapacidade civil de exercer o cargo e as funções atinentes à Presidência da República, com seu consequente afastamento desse exercício". Fundamentam o requerimento em artigos da Constituição Federal, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos - Decreto Federal 592/1992, do Código Civil, do Estatuto de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146/2015, do Código de Processo Civil e do Regimento Interno do STF; embasam também nos "princípios, valores e regras de nosso ordenamento jurídico aplicáveis, na forma dos artigos 4º, 5º e na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
Na matéria fática, os juristas destacam a falta de políticas públicas e omissão na pandemia; alegam que "o país se encontra diante de situação grave, que abala e frontalmente contraria" valores e princípios. Relembra os inúmeros pedidos de impeachment contra o Presidente, discorrem sobre a incapacidade no "nível de razão, da experiência e da sensibilidade". Asseguram que Bolsonaro "faz pouco caso de cidadãos e cidadãs, não apenas em manifestações de ódio, desprezo e preconceito, mas, sobretudo, deixa de implementar meios de realização de políticas públicas".
Entre os juristas estão: Alberto Zacharias Toron, Alfredo Attié, Renato Janine Ribeiro, Roberto Romando da Silva, José Geraldo de Sousa Jr, Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari e Fábio Roberto Gaspar.
PRESIDENTE E MILITARES TÊM AUMENTO
O presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão e outros próceres do governo poderão ter aumento salarial de até 69%, com remuneração que chega a R$ 66 mil, segundo Portaria ministerial, autorizando o furo do teto constitucional, fixado no máximo em R$ 39 mil para cargos públicos. Encontraram um meio para esse assustador aumento, através da incidência do salário separadamente sobre cada vínculo para os aposentados e militares inativos que retornam à atividade pública. O presidente passará a receber R$ 41,6 mil, o vice-presidente, R$ 63,5 mil e o chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos R$ 66,4 mil.
O reajuste do salário deste pessoal contradiz o arrocho que sofre o funcionário público de maneira geral; há classe que enfrenta o quinto ano sem aumento.
FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (XVIII)
Outros ministros do STJ foram acusados e responderam a processos disciplinares e até a processo criminal, no STF o que não é comum, contra magistrados, pois, normalmente, o juiz infrator ou não é acusado criminalmente, ou o processo não se movimenta até a prescrição ou a morte do acusado de corrupção.
Ministros do STJ foram afastados, a exemplo do ministro Paulo Medina. Em vida, teve processo disciplinar e ação criminal, pela prática dos crimes de corrupção passiva e prevaricação. Ele foi acusado de, através de seu irmão, Virgilio, ter concedido liminar para liberar 900 máquinas de caça-níqueis, apreendidas em Niterói/RJ, em troca da propina de R$ 1 milhão. Em 2010, o ministro foi aposentado compulsoriamente e faleceu de covid-19, em abril/2021.
Em 2016, o CNJ, através da corregedora ministra Nancy Andrighi, instaurou Pedido de Providências contra o ministro do STJ, Sebastião Reis, embasado em inquérito criminal aberto, no STF, acusado de ter concedido Habeas Corpus a um chefe das maiores quadrilhas de roubo de carga do país. As investigações foram promovidas pela Polícia Federal de Tocantins, posteriormente, encaminhadas ao STF, depois de aparecer o nome do ministro em gravações. Assumiu o encargo a Subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio. Os indícios mostraram que um interlocutor do gabinete de Reis manteve conversa com pessoa ligada a roubo de carga. Na decisão, em Habeas Corpus, requerido pela advogada Kárita Renaud Frazão, em beneficio de Cleonor Avelino, preso em flagrante, em Goiás, o ministro, dois dias depois de protocolado o pedido, manteve a prisão; a advogada requereu reconsideração, buscando "boa vontade" do relator, e, uma semana depois, foi reconsiderado, para conceder o Habeas Corpus ao acusado de roubo de carga. Num dos diálogos, surgiu a proposta de R$ 100 mil. Menos de 15 dias depois, Cleonor Avelino foi flagrado, atuando em parceria com o grupo dos "Piratas dos Asfaltos"; um ano depois de o ministro liberar, Cleonor foi preso. Em 2017, o STF arquivou o inquérito contra o ministro Sebastião Reis, do STJ, de conformidade com manifestação da relatora, ministra Rosa Weber.
Outra acusação contra o ministro foi a liberdade concedida mediante propina, por ter determinado liberdade para o advogado Igor Martins, preso na Operação Déspota, no Ministério Público do Piauí; no Tribunal local, o advogado não teve deferimento de Habeas Corpus impetrado. O certo é que Reis, que era cotado para ocupar a cadeira do ministro aposentado Joaquim Barbosa, no STF, perdeu a indicação, face às acusações de corrupção, mas continua na ativa, depois de absolvido.
Outras acusações pesaram sobre ministros da Corte, mas não prosperaram e foram para o arquivamento; aliás, a revista que incriminou um dos ministros teve de pagar R$ 20 mil por danos morais.
Salvador, 12 de maio de 2021.
ATOS DO PRESIDENTE
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 13/05/2021
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF