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quarta-feira, 27 de abril de 2022
CORONAVÍRUS NO BRASIL, EM 27/04/2022
RÚSSIA X UCRÂNIA E O MUNDO (LXXXVI)
RÚSSIA CONTINUA ATACANDO
O Ministério da Defesa da Rússia informou que nesta quarta-feira seu país, através de mísseis Kalibr atingiu depósito de armas na região de Zaporizhzhia, na Ucrânia; as armas destruídas são originadas dos Estados Unidos e do Ocidente; foram contabilizados 59 alvos militares somente entre ontem e hoje. Não foram apresentadas provas das afirmações russas, e como o Kremlin tem o costume de mentir tem-se dúvidas sobre os certeiros ataques.
AMANTE DE PUTIN FOI POUPADA
A ex-ginasta Alina Kabaeva, mãe de três filhos com Putin, teve punição suspensa, diferentemente das penalidades aplicadas às duas filhas de Putin. Segundo o jornal The Wall Street, as autoridades americanas consideraram o fato de se interpretar eventuais restrições a Alina, como medida pessoal contra o carniceiro da Rússia. Tudo, entretanto, que se tem falado sobre Alina Kabaeva é nebuloso, até mesmo os filhos com o presidente russo.
ESTADOS UNIDOS FORNECEM ARMAS LETAIS PARA UCRÂNIA
O ministro da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, declarou que seu país passa a fornecer armas letais às tropas ucranianas, mudando posicionamento anterior. A pretensão dos Estados Unidos é enfraquecer o poderio militar da Rússia, porque sabe que Putin é capaz de querer enfrentar outros países do Ocidente. Aliás, neste sentido o carniceiro russo ameaçou o mundo, dizendo que a Rússia vai responder "rápido como um raio" se alguém interferir em sua operação militar na Ucrânia. Declarou que "se for necessário, vamos usar meios que ninguém tem".
REFERENDOS PARA ANEXAÇÃO
O presidente Vladimir Putin projeta fazer referendos na região de Kherson para declarar sua independência da Ucrânia com anexação à Rússia. O carniceiro quer criar a "República Popular de Kherson", depois ser anexada à Rússia. A consulta deverá ser realizada em maio nas "repúblicas" separatistas de Donetsk e Luhansk sobre a adesão a Rússia, de conformidade com ato do próprio Putin antes da guerra.
UCRÂNIA INUNDA VILAREJO E RUSSOS DESISTEM
A Ucrânia inundou o vilarejo de Demydiy, ao norte de Kiev, de propósito, e conseguiram evitar avanço das tropas russas em direção à capital. Segundo noticia o jornal The New York Times, vasta extensão de campos e pântanos ao redor também foram inundados. Os moradores desses locais sofrem com a ocorrência, porque a água deixou casas submersas, mas estão alegres porque conseguiram afugentar os carniceiros. Além disso, muitas pontes foram destruídas e o exército russo não conseguiu alcançar Kiev.
RÚSSIA SAI DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO
A Organização Mundial do Turismo está decidindo, em Madrid que é a sede, sobre a retirada da Rússia da entidade, devido à invasão da Ucrânia. Antes mesmo de sair essa definição, o Kremlin anunciou seu desligamento da Organização, apesar de só vigorar dentro de um ano, diferente do veredito do Organismo internacional que, após deliberação, será adotada imediatamente. Para a suspensão da Rússia são necessários votação de dois terços dos 160 países membros.
Salvador, 27 de abril de 2022.
RADAR JUDICIAL
A nova coluna do BLOG, RADAR JUDICIAL, publicará matéria de interesse judicial.
PRESIDENTE NOMEIA INVESTIGADO
O presidente Jair Bolsonaro nomeou o deputado evangélico Otoni de Paula/MDB-RJ para vice-líder na Câmara dos Deputados; o parlamentar é investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, por ataques ao STF. O mesmo deputado já tinha ocupado esse encargo, em 2020, afastado depois de xingar o ministro Alexandre de Moraes, nas redes sociais; Otoni de Paula foi denunciado pela Procuradoria-geral da República pela prática dos crimes de difamação, injúria e coação, deixando a vice-liderança. A indicação do deputado aconteceu um dia depois da publicação do indulto ao deputado Daniel Silveira. Os dois atos mostram a afronta do presidente que não se cansa de buscar confusão.
DANIEL SILVEIRA É ELEITO PRESIDENTE DE COMISSÃO
O irrequieto deputado, Daniel Silveira esteve ontem na Câmara dos Deputados sem a tornozeleira eletrônica; a Secretaria de Administração Penitenciária informou que o parlamentar está sem monitoramento eletrônico desde o dia 17, porque o equipamento foi desligado por falta de bateria e é de responsabilidade de quem usa mantê-lo carregado. Silveira disse para um colega, na Câmara: "Eu nem era para ter usado. Estou sem ela". O ministro Alexandre de Moraes determinou o uso da tornozeleira desde o mês de março.
O presidente Bolsonaro, agora com apoio de parlamentares, estão em verdadeiro enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal. Elegeram o deputado cassado e indultado, Daniel Silveira para vice-presidente da Comissão de Segurança da Câmara. Ele ainda deverá figurar como membro titular da principal Comissão da Câmara, Constituição e Justiça. O deputado circula nos gabinetes e no plenário da Casa, sem as tornozeleiras eletrônicas.
CASSAÇÃO É COM O PARLAMENTO
Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente da Câmara dos Deputados defendem a prerrogativa de ser do Parlamento, Senado ou Câmara, a última palavra sobre cassação de mandatos. Pacheco assegura que "mandato outorgado pelo voto popular só pode ser retirado pela própria Casa legislativa". O imbróglio está criado com a cassação do mandato do deputado Daniel Silveira, que mereceu a interferência do Executivo com a concessão do indulto, bastante questionada.
OAB DIZ QUE INDULTO É INCONSTITUCIONAL
A Comissão Nacional de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da OAB concluiu que o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira é inconstitucional. O parecer foi elaborado pelo advogado Lenio Streck e aprovado pelo colegiado; o documento servirá de subsídio para o ingresso de ação judicial no STF. O presidente da OAB, Beto Simonetti declarou: "A OAB manterá sua atuação técnica e ponderada, sem aderir às paixões políticas que afloram na sociedade. O momento é de serenidade. A Ordem tem posição histórica de defesa das instituições, da independência dos Poderes, da cidadania, democracia, Estado Democrático de Direito e, sobretudo, da Constituição Federal e a defesa da advocacia. Nos é cobrado equilíbrio e a pacificação da sociedade. E é esse chamado que queremos atender".
PROMOTORES AFASTAM PARA ELEIÇÕES
Três promotores e uma promotora do Ministério Público de São Paulo obtiveram licença para disputar eleições de outubro próximo. Dois dos promotores ingressaram na carreira depois de 5 de outubro de 1988 e, portanto, não merecem o benefício concedido, de conformidade com o art. 128, § 5º, inc. II. A exceção estabelecida no art. 29, § 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, com a Emenda Constitucional 45, não ampara os dois promotores.
Salvador, 27 de abril de 2022.
BOLSONARO E O EXÉRCITO (II)
MALAS SEM TAXAS
A Câmara dos Deputados reformou a cobrança por despacho de malas, nas viagens aéreas, considerando gratuitos as bagagens, para voos nacionais com o peso de até 23 quilos e para internacionais, o peso tolerado para a gratuidade será de até 30 quilos. O texto da Medida Provisória, que reformula a legislação do setor, seguirá para o Senado Federal. O dispositivo aprovado, acerca da gratuidade, deverá ser incluído no Código de Defesa do Consumidor.
FLORDELIS VAI A JÚRI
A Sexta Turma do STJ manteve ontem a prisão preventiva da ex-deputada Flordelis, em Habeas Corpus. Ela é acusada de mandar matar o marido, Anderson do Carmo, em 2019, e o júri será realizado no próximo dia 9. A ex-deputada foi presa em agosto/2021, dias depois da cassação de seu mandato pela Câmara dos Deputados, quando perdeu o direito à imunidade parlamentar. O relator do Habeas Corpus, ministro Antonio Saldanha, escreveu no voto: "Há muito se mostrava presente a necessidade da prisão". E mais: "A segregação antecipada foi decorrente de medidas cautelares que lhe foram impostas e tiveram que ser ampliadas paulatinamente pelo juízo, na medida em que se verificava a ineficácia das providências fixadas e o descaso absoluto da recorrente com a Justiça e com a apuração dos fatos".
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 27/4/2022
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
Casos de dengue crescem 548% em um ano e deixam DF em estado de alerta
Maior incidência da infecção, que pode matar, está em São Sebastião, Sobradinho 2 e Vicente Pires. Plano Piloto é um dos locais com maior presença de larvas do mosquito transmissor
JORNAL DO BRASIL - RIO DE JANEIRO/RJ
Mundo está 'cada vez mais cego' sobre transmissão da covid-19, diz OMS
Diretor-geral da organização aponta queda no número de testes
Novo delegado-geral de SP é policial midiático que não gosta de redes sociais
Nico diz ter caderneta de médicos amigos que pede ajuda para atender policiais e que objetivo principal é combater quadrilha do Pix
Saída de Wagner e Sidônio da campanha preocupa PT-BA
Jaques Wagner era considerado o “coordenador natural” da campanha de Jerônimo
Câmara dos Deputados aprova volta da gratuidade para despacho de bagagens em voos
Será preciso despachar até 23 quilos de bagagem em voos domésticos e 30 quilos nos internacionais
Diretores e pais pedem grandes mudanças no acesso ao Ensino Superior
SAIU EM "O ESTADO DE SÃO PAULO
STF não deve cair na provocação bolsonarista
Não há duelo entre Bolsonaro e STF. A Corte tem apenas cumprido seus deveres. E a briga do presidente é mais ampla e mais grave: é com a lei e com a democracia

Segundo o conto bolsonarista, o que se vê hoje no País seria o duelo entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), nada mais que a disputa, própria do sistema de freios e contrapesos, entre dois Poderes da República. Esse discurso, aparentemente muito institucional, não tem nenhum apoio nos fatos. Os últimos dias foram especialmente significativos para desmascarar a falsa simetria entre o STF e o Palácio do Planalto, a começar pelo comportamento do próprio Bolsonaro.
Na semana passada, cumprindo suas funções constitucionais, o STF julgou uma ação penal proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), que, em função do cargo, tem foro privilegiado. No julgamento da ação, não houve a rigor nada de estranho. O órgão judicial competente analisou a causa criminal, proferindo decisão de condenação por 10 votos contra 1. Era apenas o Judiciário fazendo o seu trabalho.
Ação penal não é tema do Executivo, mas Jair Bolsonaro viu, no caso, uma oportunidade para criar confusão. Sob o pretexto de conceder indulto, o presidente da República arrogou o direito de rever a decisão judicial, declarando que o deputado do PTB era inocente. Segundo Bolsonaro, as ações de Daniel Silveira estariam cobertas pela imunidade parlamentar.
O decreto presidencial não continha, portanto, nenhum perdão. Era nada menos que um novo entendimento jurisprudencial, proferido por órgão inteiramente incompetente. Não era o Executivo federal exercendo uma de suas atribuições constitucionais. Era Bolsonaro sendo Bolsonaro, convertendo todas as situações em ocasião de enfraquecer as instituições.
Desde os dois episódios da semana passada – condenação pelo Supremo e revisão da condenação pelo Palácio do Planalto –, os dois padrões de comportamento vêm sendo sistematicamente repetidos. De forma exemplar, o Supremo não caiu na provocação de Jair Bolsonaro. Fosse verdadeiro o discurso bolsonarista, seria a ocasião perfeita para o STF responder na mesma moeda. Mas não. O que se viu foram despachos técnicos, proferidos nos autos, tanto pelo relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, como pela relatora da ação que questiona o indulto, ministra Rosa Weber.
Alexandre de Moraes determinou que o decreto presidencial seja juntado aos autos, lembrando o entendimento consolidado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sentido de que indulto não alcança a inelegibilidade relativa à condenação criminal. Em seguida, intimou a defesa de Daniel Silveira para que se manifeste sobre o decreto e sobre o descumprimento de medidas cautelares por parte do réu. Na outra ação, Rosa Weber abriu prazo de 10 dias para Jair Bolsonaro se manifestar sobre o indulto. Assim atua a Justiça: de forma técnica, nos autos.
Por sua vez, Jair Bolsonaro confirmou que seu objetivo nunca foi indultar Daniel Silveira, e sim criar tumulto. Uma vez que o Supremo não respondeu ao deboche de quinta-feira passada, Bolsonaro precisou recorrer a novos assuntos para manter o clima de aparente duelo. Na segunda-feira, chegou a dizer que talvez não cumpra a decisão do STF sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. “Se ele (Edson Fachin, relator da ação)conseguir vitória nisso, me restam duas coisas: entregar as chaves para o Supremo ou falar que não vou cumprir”, disse.
É constrangedor o comportamento de Jair Bolsonaro, em descarada procura de assuntos que o coloquem em colisão com o Supremo. Engana-se quem pensa, no entanto, que a briga do bolsonarismo é com a Corte constitucional. O presidente não está preocupado com eventual ida de Daniel Silveira à cadeia, tampouco com o STF, como se o motivo da desavença fosse a interpretação de algum ponto da Constituição.
A confusão provocada por Jair Bolsonaro é muito mais grave. É meio para enfraquecer as instituições e, assim, avançar com mais desenvoltura em sua caminhada rumo à impunidade da família e, quem sabe, à permanência indeterminada no poder. Não foi assim que Hugo Chávez fez?
ATOS DO PRESIDENTE
Presidente