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segunda-feira, 17 de maio de 2021

FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (XXI)

Temos de retornar ao STF, pois ali saem as maiores contribuições para o FEBEAJU. 

Em junho/2011, assumindo o protagonismo que lhe tem sido próprio, o STJ anulou a Operação Satiagraha, desencadeada em 2004, pela Polícia Federal, sob fundamento de ilegalidades. Apressadamente, o CNJ arquivou dois processos contra o desembargador Fausto Martin De Sanctis, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, acusado de descumprir decisões do STF. Em 2014, o ex-delegado Protógenes Queiroz recebeu o "prêmio" do STF de pena de 2 anos e 6 meses, pela sua atuação na Satiagraha; o pior para Queiroz é que ele foi expulso da Polícia Federal e investigado por prevaricação na Operação. Em 2015, o STF manteve o acórdão do STJ, anulando a Operação Satiagraha.

Pois bem. O banqueiro Daniel Dantas, investigado na Operação, temendo prisão, em 2008, sem nenhuma ameaça, como assegurou a Procuradoria, ingressou com Habeas Corpus preventivo, que terminou sendo transformado em liberatório, porque, posteriormente, ele foi preso. Quem decidiu o Habeas Corpus: o então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes; e qual o veredito monocrático: liberdade para Dantas.  

Aqui é que vem a participação do ministro Alexandre de Moraes, o mesmo que assumiu a função de delegado, de procurador e de juiz, no inquérito das fake news. No caso do jornalista Rubens Valente, a manifestação de Moraes é inusitada e nunca se viu igual. Valente escreveu e publicou, em 2014, o livro "Operação Banqueiro: as provas secretas da Operação Sariagraha". A obra do jornalista narra a prisão do banqueiro Daniel Dantas e sua liberdade, concedida pelo ministro "soltador oficial" do STF, Gilmar Mendes, em 2008. Aborrecido com as revelação do jornalista, o ministro ingressou com processo de indenização por danos morais contra Valente. Na primeira instância, onde há julgamentos mais justos, Mendes perdeu, mas recorreu e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal reformou a sentença para condenar o jornalista na indenização de R$ 60 mil; o recurso para o STJ não teve efeito algum, porque foi mantido o acórdão do Tribunal.  

Rubens Valente acreditou no STF e recorreu; o processo caiu no gabinete do ministro Alexandre de Moraes que negou provimento ao recurso e ainda, é estarrecedor, mas é verdade, determinou que o jornalista teria a obrigação de incluir, em novas edições do livro, a defesa do ministro nos danos morais. O jornalista, em entrevista à CNN, declarou que Moraes "decretou a morte do livro"; assegura que não aceita editar seu livro, em coautoria com o ministro Gilmar Mendes, porque são muitas páginas que se determina sejam incluídas, adulterando o original da obra. Ressaltou que "não há paralelo na história do Supremo" . A Associação Brasileira de Jornalismo protestou, alegando que o STF busca "intimidar outros jornalistas que pretendam, no futuro, produzir reportagens mencionando ou discutindo decisões de seus ministros.  

Realmente a decisão estapafúrdia, como tem ocorrido nas Cortes superiores: o jornalista edita um livro e é obrigado a enxertar na sua obra manifestação de quem ele comentou? É dizer que o livro de Rubens Valente passou a ser de autoria também do "soltador oficial" do STF! 

O ministro ultrapassou o razoável! 

Salvador, 16 de maio de 2021.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


   


FACHIN AUTORIZA INVESTIGAÇÃO SOBRE TOFFOLI

O ministro Edson Fachin, do STF, não acatou manifestação da Procuradoria-geral da República e autorizou a Polícia Federal a continuar com as duas operações da Lava Jato do Rio, que causou o pedido de inquérito contra o ministro Dias Toffoli. A Polícia Federal alega que é necessária a apuração de crime de corrupção, referente à venda de decisões judicias, de conformidade com o acordo de colaboração do ex-governador Sérgio Cabral. A Polícia Federal, sustentada nos relatórios das Operações Calicute e Boca de Lobo, afirma que as acusações de Cabral indica que o ministro recebeu R$ 3 milhões para beneficiar o então prefeito de Volta Redonda,  Antônio Francisco Neto; informa que e-mails apreendidos na Calicute trata das reuniões do ex-secretário de Obras do Rio, Hudson Braga com José Luiz Solheiro. 

A Polícia, constatou, pelas conversas por aplicativo de celular entre Braga, responsável pela operação no pagamento a Toffoli, e Solheiro, intermediário entre o ex-governador e o ministro, através de sua mulher, advogada Roberta Rangel, repita-se constatou toda a negociação para compara da decisão que favoreceu o ex-prefeito. Registros, da Operação Boca de Lobo, registram, no celular, encontros do ex-governador Luiz Fernando Pezão com Solheiro e com o advogado Bruno Calfat, este defensor de Francisco Neto, no processo de cassação. Comprova-se também encontros do ex-governador com o ministro Toffoli. Outros relatórios comprovam venda de decisão que suspendeu a cassação da então prefeita de Bom Jesus de Itabapoana. A matéria é do jornal Folha de São Paulo



TRIBUNAL PAULISTA CONTINUARÁ COM TRABALHO REMOTO

O Tribunal de Justiça de São Paulo, através de Resolução do Órgão Especial, estabelece a continuidade do trabalho de decisões e audiências no sistema remoto mesmo depois da covid-19; essa forma de atividade iniciou-se desde o mês de março/2020, com a disseminação do coronavírus. A programação do Tribunal, que tem 358 desembargadores, 2,2 mil juízes e 39,3 mil servidores, é que 50% dos magistrados e funcionários de 1ª instância e 70% de servidores administrativos da 2ª instância deverão atuar em casa. Para essa atividade os juízes trabalharão um ou dois dias por semana em casa, garantida a presença de um terço dos magistrados nos fóruns. É certo que o modelo de trabalho da Justiça paulista será seguido por outros tribunais do país. 

A Resolução deixa a opção para o magistrado que se obriga a permanecer na comarca durante o trabalho remoto e terá encontros virtuais com advogados e promotores. O Tribunal fixará a produtividade para quem escolher o trabalho remoto e descobriu que houve aumento de 2,5% na prolação de sentenças e 20,4% nos acórdãos, no primeiro trimestre do ano, comparado com o mesmo período de 2019. Além de todas as vantagens acima, houve significativa economia, vez que o Tribunal zerou o déficit orçamentário de 2019 e deixou de gastar R$ 250 milhões em 2020. Diante deste cenário, o Tribunal resolveu cancelar a construção de duas novas torres, destinadas a receber gabinetes de desembargadores, que implicaria no gasto de R$ 1,2 bilhão; haverá revisão do uso de 700 prédio próprios e alugados. 

A OAB/SP manifesta contrária à programação do teletrabalho, porque assegura que o Judiciário não pode fechar a porta à população carente. Diz o presidente da OAB: "A população não pode pagar a conta para participar de audiências pela internet". A outra dificuldade seria com as testemunhas e réus, através das ameaças e constrangimentos. A reportagem é do jornal Estadão.  




ATOS DO PRESIDENTE

Através de Decreto Judiciário, publicado hoje, o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, "dispõe sobre a migração de processos digitais da 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador e da 10ª Vara Cível e Comercial de Salvador, que tramitam pelo Sistema E-Saj, para o Sistema de Processo Judicial Eletrônico -PJe.   

Suspende a fluências dos prazos entre 17 e 25 de maio/2021, e as atividades presenciais nos fóruns das Comarcas de: 

1 Angical
2 Baianópolis
3 Barra
4 Barreiras
5 Bom Jesus da Lapa
6 Brotas de Macaúbas
7 Cocos
8 Coribe
9 Correntina
10 Cotegipe
11 Cristópolis
12 Formosa do Rio Preto
13 Ibotirama
14 Luís Eduardo Magalhães
15 Morpará
16 Oliveira dos Brejinhos
17 Paratinga
18 Riachão das Neves
19 Santa Maria da Vitória
20 Santa Rita de Cássia
21 Santana
22 São Desidério
23 Serra Dourada
24 Wanderley 

Concede aposentadoria voluntária à servidora ANA LÚCIA PEREIRA MAGALHÃES, Escrevente de Cartório da Comarca de Maracás;

à servidora JOSEFA MARIA DA SILVA, Subescrivã da Comarca de Salvador;

ao servidor MARCOS VINICIUS METZKER ALCÂNTARA, Oficial de Justiça Avaliador da Comarca de Caravelas;

aposentadoria por incapacidade permanente para a servidora MARIA CLARA DE SOUZA AQUINO, Oficiala de Justiça Avaliadora da Comarca de Salvador;

Rerratifica Decreto Judiciário da aposentadoria da servidora AMARILIS DIAS DA SILVA, Subescrivã da Comarca de Salvador.

Nomeia CLÁUDIA MACHADO DE ASSIS para o cargo de Analista Judiciário - Subescrivã -, designando-a para ter exercício na 1ª Vara de Sucessões da Comarca de Salvador; 

nomeia RENATA GUIMARÃES PRAZERES para o cargo de Analista Judiciário - Subescrivã -,  designando-a para ter exercício na 12ª Vara de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos da Comarca de Camaçari; 

nomeia MARINA EIRADO PEREIRA para o cargo de Analista Judiciário - Subescrivã -,  designando-a para ter exercício na Vara Crime, Júri, Execuções Penais e Infância e Juventude da Comarca de Dias D'Ávila. 





MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 17/05/2021

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF 

BRASILEIRO VIVE INCERTEZA PARA AS PRÓXIMAS ENTREGA DE VACINAS
 
JORNAL DO BRASIL - RIO DE JANEIRO/RJ

BIDEN USARÁ VOO PARA DEPORTAÇÃO EM MASSA DE BRASILEIROS COMO TRUMP   
   
ESTADÃO  - SÃO PAULO/SP 

PANDEMIA LEVA MAIS IMIGRANTES ILEGAIS BRASILEIROS AOS EUA

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

EM DUAS SEMANAS, OS EFEITOS DA CPI DA COVID PREOCUPAM O GOVERNO

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

RS TEM PEQUENO AUMENTO NAS HOSPITALIZAÇÕES POR CAUSA DA COVID-19

CLARIN - BUENOS AIRES/ARG

LUCHA CONTRA EL CORONAVIRUS
VACUNADOS EN ARGENTINA: 8 DE CADA 10 NO RECIBIERON LA SEGUNDA DOSIS Y EL MUNDO APLICA OTRA RECETA

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT  

BOLSONARO ENCURRALADO PELA CPI DA COVID

 

domingo, 16 de maio de 2021

"CAPITÃ CLOROQUINA" PEDE HABEAS CORPUS

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, abriu o caminho para o direito ao silêncio na CPI da Covid. A médica Mayra Pinheiro, ex-secretária do Ministério da Saúde, marcada para depor na próxima quinta feira, ingressou com Habeas Corpus preventivo, depois que a comissão convocou a "Capitã Cloroquina" para depor. Na petição, seus advogados queixam da "agressividade que tem sido tratada os depoentes" na CPI. A médica convocada deverá responder, juntamente com o ex-ministro por improbidade administrativa, pela falta de oxigênio medicinal no Amazonas.   




CORONAVÍRUS NO BRASIL, EM 16/05/2021

Segundo informações do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, , nas últimas 24 horas, foram registradas 1.036 mortes, ontem 2.087, pela covid-19. De ontem para hoje foram diagnosticadas 40.941 casos da covid-19, ontem 67.009 . O total de óbitos é de 435.751, e de contaminados desde o início da pandemia é de 15.627.475. 

Na Bahia, segundo informações da Secretaria de Saúde, foram registradas 63 mortes, ontem 92, e 2.554 novas contaminações, ontem 4.043; recuperados 3.322 pessoas. Desde o início da pandemia foram anotados 19.894 óbitos, 955.350 de casos confirmados, dos quais  são considerados recuperados 918.580e 16.876 encontram-se ativos. Foram descartados 1.238.635 casos e em investigação 209.940. Foram vacinados na Bahia 2.979.541 pessoas, das quais 1.352.379 receberam a segunda dose, tornando uma das unidades com maior número de imunizados. A taxa de ocupação dos leitos de UTIs subiu de 80%, ontem para 82% hoje.  


COVAS JÁ NÃO VIVE!

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morreu na manhã de hoje, face a uma metástase de um tumor na cárdia, que atacou o fígado e os ossos. A luta do chefe do executivo paulista iniciou-se em 2019, quando ele já exercia o cargo de prefeito da cidade de São Paulo. Ele se submeteu a inúmeras sessões de quimioterapia e radioterapia, mas não conseguiu interditar a passagem do câncer. Covas pediu afastamento do cargo no início de abril para enfrentar a doença. Antes da prefeitura, o prefeito foi deputado estadual, eleito em 2006 e reeleito em 2010; daí tornou-se assessor do ex-governador Geraldo Alckmin.



COLUNA DA SEMANA

O PRESIDENTE É INCAPAZ CIVIL OU MENTALMENTE! 

Doente mental ou incapacitado para exercer as atividades de presidente da República, Jair Bolsonaro, mostra-se incompetente para gerir os destinos da nação. A CPI da covid19 já não deixa dúvida sobre sua responsabilidade na morte de mais de 430 mil brasileiros. E o pior de tudo é que ele conta com a infantilidade ou maldade de três filhos, procurando incendiar o país. O senador Flávio Bolsonaro atreve-se a ofender um senador, em plena sessão, com o título de vagabundo e o presidente, em viagem pelo Nordeste, reforça a acusação. São destemperados, pai e filhos, que não doutrinam os brasileiros para o bem.  

Um presidente que se insurge contra as autoridades sanitárias do Brasil e do mundo para considerar o vírus da cobid-19 como uma gripezinha; 

que prega a insubordinação contra governadores e prefeitos para autorizar a aglomeração ou para não usar a máscara, práticas que ele mesmo adota em aparições públicas; 

um presidente que propala usar o "meu exército" para infringir as determinações dos governadores e prefeitos, que zelam pela saúde pública;

que indica o uso de medicamentos contra o vírus, rejeitadas pela OMS e pelas autoridades brasileiras;  

um presidente que, desde sua chegada, ao Planalto, tenta, através de decretos e portarias, mais de 31 atos, liberar a posse e o porte de armas e munições, sempre impedidas por decisões do STF; evangeliza que "o povo armado jamais será escravizado"; 

um presidente que, ao invés de lutar pela vacinação do brasileiro, optou por exercer lobby para difusão de armas de fogo no país. De 2018 para cá, o numero de armas legais em poder do cidadão subiu de 697 mil para 1,15 milhão. Segundo a Polícia Federal, a violência cresceu de 2019 para 2020 no percentual de 90%, maior incremento de toda a série histórica.   

Um presidente que reclama a volta do voto impresso em cédulas eleitorais, desacreditando as urnas eletrônicas, utilizadas há mais de 20 anos, sem comprovação alguma de fraude. Recorde-se que Bolsonaro, em viagem ao exterior, alardeou que sua vitória teria sido no primeiro turno e que iria provar, quando retornasse ao Brasil, mas até hoje nada evidenciou.  

Um presidente que apoia e participa de atos de seus apoiadores para defender o fechamento do STF e até do Congresso Nacional, e, abertamente, pregam a ditadura. 

O jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, já pediu impeachment de Bolsonaro, requereu exame de sanidade mental para saber se "Bolsonaro é tecnicamente louco". O jurista sugeriu ao Ministério Público, competente para requerer a interdição, através de exame de sanidade mental". E Reale não ficou sozinho, pois um partido político pediu a interdição de Jair Bolsonaro.

Qual a intenção do presidente com essas doutrinações, inusitadas entre todos os governantes do país! 

Salvador, 16 de maio de 2021.

Antonio Pessoa Cardoso
     Pessoa Cardoso Advogados.    




JUIZ DE BARREIRAS É PUNIDO COM CENSURA, MAS VOLTA A JUDICAR

O Plenário do Tribunal de Justiça da Bahia julgou processo administrativo disciplinar contra o juiz Ronald Souza Tavares, titular da 1ª Vara Cível de Barreiras, acusado de que, durante plantão no recesso do Judiciário, em dezembro/2017, suspendeu penhora de matrículas de imóveis, no oeste da Bahia, R$ 95 milhões, efetivada pelo juiz da 2ª Vara Cível, sem requerimento das partes. No relatório do corregedor, desembargador José Alfredo, consta que o juiz "sem nenhuma provocação das partes" suspendeu a penhora, atividade que não poderia praticar, porque também não se tratava de caso de urgência para ser enfrentado no plantão.    

O processo disciplinar, iniciado em junho/2020, entrou na pauta para julgamento, em duas oportunidades, mas a apreciação do caso só aconteceu na quarta feira, 12/05, tendo como relator, o desembargador Pedro Guerra. O juiz Ronald Tavares retornou à atividade, depois de afastado durante a tramitação do processo, com aplicação da pena de censura, proposta pela relator, que considerou o histórico do magistrado, sem qualquer ilícito penal ou administrativo.

O desembargador João Augusto Pinto esclareceu que o CNJ foi criado porque os "tribunais passavam a mão pela cabeça inadvertidamente, exaltando o corporativismo". Reafirmou a necessidade de punição por questões como a que se julgou. A desembargadora Carmen Lúcia propôs a pena de disponibilidade, pela gravidade dos fatos; . o desembargador Roberto Frank sugeriu a pena de remoção, enquanto o desembargador Moacyr Montenegro considerou o desrespeito à decisão do Tribunal e o valor do relaxamento da penhora pelo magistrado e aderiu à proposta de Frank; o desembargador Júlio Travessa questionou o "efeito pedagógico da pena de censura" e votou pela remoção. A defesa do magistrado falou da simplicidade do juiz que vai à feira de sandália.