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domingo, 2 de novembro de 2025

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 2/11/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Líder no ranking de violência policial, Bahia pode dar dor de cabeça a Lula em 2026

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), um dos primeiros nomes a se lançar pré-candidato à Presidência, não escondeu que a Bahia está no mapa da campanha eleitoral do ano que vem e vai ser usada contra a esquerda em 2026

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Temor de retaliação

Para 52%, Rio ficou menos seguro depois da operação que matou mais de 100 pessoas na cidade 

Megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão ampliou sensação de que estado vive 'clima de guerra'

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

STF tem maioria católica, um ministro judeu e pode ganhar segundo evangélico

Magistrados negam influência da fé em votos, mas menções bíblicas têm se avolumado Preferência de Lula por Messias faz ressurgir fator religioso em discussões sobre tribunal

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Aneel mantém bandeira para vermelha 1 na conta de luz em novembro

Consumidor pagará R$ 4,46 extras a cada 100 KWh consumidos

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Crianças de Gaza voltam às aulas após dois anos de guerra

São mais de 300 mil menores que voltarão ao ambiente escolar

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT

Milionário brasileiro quer mais quintas no Douro onde já investiu 65 milhões

A Menin Company, do dono da CNN Brasil, lançou no mercado dois vinhos do Porto de 80 anos. Cada garrafa de 50 cl custa 1600 euros. E prepara-se para exportar para os EUA, sem receio de tarifas.

sábado, 1 de novembro de 2025

RADAR JUDICIAL

CASAL DE ADVOGADOS SUSPEITO DE DESVIO 

Um casal de advogados que trabalhavam em um escritório de advocacia, no centro de Porto Alegre, está sendo investigado, suspeito de terem desviado R$ 760 mil do escritório. Eles serviram-se do acesso ao setor financeiro da empresa e promoveram transferência de valores para suas contas pessoais. A Polícia Civil cumpriu ordens judiciais na capital e em Novo Hamburgo, apreendendo documentos, celulares, computadores e um carro. O delegado declarou: "Com o proveito dos desvios, o casal manteve padrão de gastos incompatível com os rendimentos e adquiriu bens diversos, os quais são objeto de medidas judiciais". Eles são suspeitos de prática dos crimes de lavagem de dinheiro e furto qualificado. Não foram divulgados os nomes dos dois.  

ADVOGADO É CONDENADO

O advogado Thiago Fonseca Carvalho, de 38 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Sete Lagoas (MG) a 44 anos de prisão por mandar matar o colega Juliano César Gomes, em maio de 2020. Além do homicídio qualificado, a Justiça o considerou participante do roubo dos bens da vítima e da ocultação do cadáver. O corpo de Juliano, de 37 anos, foi encontrado dias depois em uma estrada entre Sete Lagoas e Funilândia. Os executores, os irmãos Jean e Júnio Fagundes Néris, já haviam sido condenados a 32 e 24 anos de prisão. Segundo o Ministério Público, o crime foi uma “queima de arquivo”, pois Juliano seria testemunha de defesa em um processo contra Thiago, mas se recusou a mentir. Thiago conheceu Jean em uma festa e lhe ofereceu drogas em troca do assassinato. No dia anterior ao crime, entregou a arma e combinou a participação de Júnio. A vítima foi atraída a um encontro, rendida, roubada e executada. O caso foi esclarecido após interceptação telefônica que revelou a confissão de um dos irmãos.  

CASTRO PODERÁ PERDER O CARGO

O recurso do processo contra a cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi incluído na pauta e o julgamento deverá acontecer na terça-feira, 4. A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, definiu a data um dia após a megaoperação policial no Rio que deixou mais de cem mortos. A Corte nega relação entre os fatos e afirma que a relatora, ministra Isabel Gallotti, liberou o caso antes de deixar o tribunal. Segundo ministros, o processo estava parado há meses, mas só foi incluído agora. Há possibilidade de pedido de vista, pois o tema é complexo e envolve um governador em exercício. Castro é acusado de abuso de poder político e econômico no uso de recursos da Ceperj e da UERJ em 2022, mas foi absolvido por falta de provas no TRE-RJ.  

TRUMP PROÍBE ACESSO DE JORNALISTAS

O governo do presidente Donald Trump proibiu ontem, 31, o acesso de jornalistas a uma parte da sala de imprensa da Casa Branca sem agendamento prévio, alegando necessidade de proteger “informações sensíveis”. Segundo o diretor de comunicações, Steven Cheung, os repórteres credenciados “não têm mais permissão” para visitar o gabinete da secretária de Imprensa, Karoline Leavitt, sem autorização. O Conselho de Segurança Nacional afirmou que a mudança se deve ao fato de a equipe de comunicação lidar rotineiramente com material confidencial. Antes, jornalistas podiam acessar o local, próximo ao Salão Oval, com pouco aviso para falar com assessores. A medida segue restrições semelhantes impostas ao Departamento de Defesa em outubro. Desde o início do segundo mandato, Trump intensificou ataques à imprensa, chamando veículos críticos de “braços do Partido Democrata”. Redes de notícia contestaram as novas diretrizes, dizendo que representam ameaças à liberdade de imprensa. Em entrevista, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o próprio Trump defenderam as restrições.       

DEMISSÃO POR APONTAR ARMA

A 9ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (SP) manteve a demissão por justa causa de um vigilante que apontou sua arma para uma colega. Segundo o processo, ele limpava o revólver quando uma faxineira perguntou se era de verdade. O vigilante respondeu “veja se é de verdade” e apontou a arma para o chão, sem munição, segundo sua versão. Já a empresa afirmou que ele ameaçou atirar nos pés da funcionária, que saiu apavorada. A 2ª Vara do Trabalho de Piracicaba considerou o ato gravíssimo e validou a demissão. O vigilante recorreu, alegando falta de investigação e perdão tácito, pois a dispensa ocorreu quatro dias depois. A relatora, juíza Camila Ceroni Scarabelli, afirmou que o próprio autor admitiu ter apontado a arma na direção da colega. Mesmo descarregada, a conduta foi considerada grave o bastante para justificar a punição. O colegiado reforçou que o vigilante deve agir com cautela e seriedade ao portar arma. O TRT-15 rejeitou também a tese de perdão tácito, entendendo que a empresa agiu com imediatidade e proporcionalidade.

Salvador, 1º de novembro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.




APÓS VITÓRIA, MILEI PERDE MINISTROS

Dias após a vitória nas eleições legislativas, o presidente argentino Javier Milei enfrentou a demissão de dois ministros-chave ontem, 31: Guillermo Francos, chefe de gabinete, e Lisandro Catalán, ministro do Interior. Francos anunciou sua saída enquanto Milei jantava com o ex-presidente Mauricio Macri, alegando querer facilitar a nova fase do governo após as eleições de 26 de outubro. Pouco depois, Catalán também renunciou, dizendo continuar apoiando o projeto “A Liberdade Avança”. As saídas ocorreram em meio a tensões entre Francos e Santiago Caputo, principal assessor de Milei. Apesar dos rumores, Caputo não assumirá o gabinete; o cargo ficará com Manuel Adorni, atual porta-voz e aliado da irmã do presidente, Karina Milei, que sai fortalecida. Karina foi a estrategista da campanha vitoriosa de 2023 e agora amplia sua influência no governo.

Francos já havia criticado publicamente o poder informal de Caputo, pedindo que “quem aconselha também assuma responsabilidades”. Em sua primeira fala como novo chefe de gabinete, Adorni agradeceu a Karina e afirmou que continuará o trabalho de seu antecessor. A crise não é isolada: o chanceler Gerardo Werthein renunciou na semana passada e foi substituído por Pablo Quirno. Outros ministros, como Mariano Cúneo Libarona (Justiça), Patricia Bullrich (Segurança) e Luis Petri (Defesa), também devem deixar seus cargos. Apesar das turbulências, Milei tenta manter a coesão interna e reafirma confiança no “triângulo de ferro” formado por ele, Karina e Caputo, que continua concentrando as principais decisões do governo. 

EUA BOICOTAM A COP30 E NÃO MANDA REPRESENTANTE

Os Estados Unidos não enviarão nenhuma autoridade de alto nível para a COP30, cúpula climática da ONU no Brasil, informou uma autoridade da Casa Branca à Reuters. A decisão reduz preocupações de que Washington pudesse interferir nas negociações. O Brasil sediará uma cúpula de líderes na próxima semana, antes das negociações climáticas da ONU em Belém. Neste mês, os EUA ameaçaram sanções e restrições de vistos a países que apoiassem proposta da Organização Marítima Internacional (IMO) para reduzir emissões da navegação oceânica. A pressão levou ao adiamento, por um ano, da decisão sobre um preço global de carbono no setor. Segundo a Casa Branca, o presidente Donald Trump já expressou sua visão na ONU, chamando a mudança climática de “o maior golpe do mundo” e criticando políticas ambientais que, segundo ele, “custam fortunas aos países”.

Trump tem priorizado acordos energéticos e comerciais bilaterais, visando ampliar as exportações de gás natural liquefeito (GNL) para parceiros como a Coreia do Sul e a União Europeia. O secretário de Energia, Chris Wright, afirmou haver “grande potencial” para comércio de energia com a China, enquanto os dois países negociam tarifas. Trump anunciou, no início do mandato, a saída dos EUA do Acordo de Paris, a vigorar em 2026, embora o país ainda possa participar da COP30. Os EUA também pressionaram nações a rejeitar limites à produção de plástico em negociações ambientais. A Casa Branca afirmou que “a maré está mudando” na prioridade dada à questão climática, citando Bill Gates, que defende repensar o foco em metas de temperatura e afirma que a crise “não levará à extinção da humanidade”. 

TSE: FRAUDE À COTA DE GÊNERO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomou uma decisão incomum ontem, 30, ao julgar um caso de suposta fraude à cota de gênero envolvendo o PSB nas eleições municipais de Campo Alegre de Lourdes (BA). O ministro Antonio Carlos Ferreira aplicou multa de cinco salários mínimos e determinou que a OAB-BA investigue o advogado José Joaquim dos Reis Santos por “litigância de má-fé”, após ele usar inteligência artificial para criar decisões judiciais inexistentes. O TSE confirmou que não houve fraude e considerou desonesta a conduta do advogado, destacando o alerta sobre o uso de IA em processos judiciais. Três mulheres foram candidatas pelo PSB, mas nenhuma eleita; o partido conquistou duas cadeiras com Glebes Silva e Luciano Silva.

O advogado da parte contrária, Ademir Ismerim, ressaltou que candidaturas femininas com baixa votação não configuram fraude sem outras provas. A acusação inicial alegava que Amanda Ferreira e Fernanda Trindade seriam candidatas “laranjas”, apenas para cumprir o percentual legal de mulheres. A ação foi movida por Ana Rubem (MDB), que perdeu a eleição e pediu a cassação dos eleitos. O TRE-BA e o juízo de primeira instância já haviam rejeitado a tese, afirmando que as candidatas fizeram campanha e tiveram movimentação financeira regular. A Procuradoria-Geral Eleitoral confirmou que o advogado apresentou acórdãos falsos, supostamente gerados por IA, para tentar sustentar o recurso, o que levou à punição inédita pelo TSE. 

JUIZ APPIO É AFASTADO

O juiz Eduardo Appio foi afastado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. Foi aberto processo disciplinar para apurar o furto de duas garrafas de champanhe francesa Moet&Chandon, em um supermercado na cidade de Blumenau/SC. Enquanto se movimenta o processo administrativo, proposto pela Corregedoria, o magistrado permanecerá afastado de suas funções. Como acontece com qualquer juiz, Appio continuará recebendo seus vencimentos, limitando a punição, por enquanto, somente ao afastamento do cargo. O furto foi anotado em boletim de ocorrência, explicando que "um senhor com idade aproximada de 72 anos, que utiliza óculos, estatura aproximada de 1,76 metro". Appio ocupou a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, depois que o juiz Sergio Moro deixou o cargo. 

No pequeno período de três meses, Appio preocupou-se em revisar decisões de Moro. Appio é afastado pela segunda vez, porque em 2023 ele responder a processo disciplinar acerca de telefonema ao filho do desembargador Marcelo Malucelli, o advogado João Malucelli, genro e sócio do senador Sergio Moro. O processo foi concluído com acordo no qual Appio admite conduta imprópria.     




NICOLÁS MADURO TEME PERDER O PODER E IMPLORA AJUDA

Após o aumento das forças americanas no Caribe, o ditador venezuelano Nicolás Maduro buscou apoio militar de Rússia, China e Irã, pedindo radares, reparos de aeronaves e mísseis, segundo documentos obtidos pelo Washington Post. Em carta a Vladimir Putin, Maduro solicitou ajuda para restaurar aviões Sukhoi e revisar motores e radares. A Xi Jinping, pediu “cooperação militar ampliada” e aceleração na produção de sistemas de detecção chineses. Já ao Irã, o ministro Ramón Velásquez requisitou drones de longo alcance e bloqueadores de GPS. A Rússia, principal aliada, enviou recentemente uma aeronave militar a Caracas e firmou novo tratado estratégico, embora analistas apontem menor interesse russo no país devido à guerra na Ucrânia. O apoio russo à Venezuela, iniciado com Hugo Chávez, envolve petróleo, armas e criptomoedas. Hoje, boa parte do equipamento militar venezuelano está obsoleto, e apenas poucos caças Sukhoi seguem operacionais.

Apesar disso, Maduro afirma ter implantado 5.000 mísseis portáteis russos Igla-S. Moscou mantém investimentos em petróleo e gás venezuelanos, que somam cerca de 11% da produção nacional, mas analistas indicam que as empresas russas reduziram seus aportes. A crescente presença militar dos EUA no Caribe representa um dos maiores desafios ao regime de Maduro desde 2013, e ele tenta reforçar alianças externas enquanto o Kremlin, mais focado na Ucrânia, evita confronto direto com Washington. Maduro tenta perder o poder que conseguiu com fraudes visíveis na última eleição.  

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 1º/11/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Guerra no Rio: governo envia ao Congresso projeto contra facções

Proposta prevê até 30 anos de prisão para integrantes de organizações criminosas e permite ações com infiltração de policiais

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Central da COP: uma nova dupla de ataque

Para quem cortejou Donald Trump e Elon Musk enquanto o homem mais rico do mundo cortava ajuda americana para as pessoas mais pobres do mundo, o foco de Bill Gates em “melhorar vidas” parece hipocrisia

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

5,5 milhões de CLTs migram direto para regime de PJs, e governo suspeita de fraude

STF deve decidir sobre legalidade de contratações; Datafolha mostra preferência por autonomia 80% dos trabalhadores analisados viraram MEIs, programa cujo crescimento pressiona os gastos da Previdência

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

99 mortos em operação já foram identificados; 42 tinham mandados de prisão

Gestão de Cláudio Castro afirma que comunidades se tornaram ‘centro de treinamento’ do Comando Vermelho

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Professores perdem 21% do tempo de estudo para manter a ordem em sala de aula

Pesquisa internacional aponta que essa média nos países da OCDE é de 15%

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Revista de imprensa. Com preço recorde, portugueses desfazem-se de ouro por dinheiro a pronto

Há também destaques na imprensa sobre imigração e destaques internacionais, com a notícia da autorização do envio de mísseis Tomahawk para a Ucrânia.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

RADAR JUDICIAL

DE FAXINEIRO A ADVOGADO

A história do advogado Samuel Santos da Silva, de 43 anos, é marcada por superação e fé. Natural de São Paulo, ele viveu em vulnerabilidade, dormindo em igrejas e casas em construção, até ser adotado e iniciar nova vida em Minas Gerais. Movido pelo desejo de entender as leis, começou o curso de Direito, mas precisou trancá-lo por falta de recursos. Para se manter próximo da Justiça, aceitou trabalhar como faxineiro no Fórum de Contagem/MG. Mesmo na limpeza, Samuel alimentava o sonho de voltar a estudar. Seu empenho chamou a atenção de juízes, entre eles Wagner Cavalieri, Afonso Andrade e Marixa Rodrigues, que decidiram custear o restante de sua graduação. “Eles pesquisaram minha vida, viram meu esforço e me apadrinharam. Foi um dos momentos mais importantes da minha vida”, relembra. Após concluir o curso, Samuel passou a trabalhar no Ministério Público, em funções administrativas, o que consolidou sua experiência no meio jurídico. Hoje, atua como advogado privado, com foco em Direito Previdenciário e interesse em Direito Internacional. Grato por cada etapa vencida, Samuel sonha em seguir carreira pública, especialmente na magistratura ou na Defensoria Pública. “Entre continuar e desistir, existe a escolha. Eu escolhi continuar.”

IRMÃO DO REI ENVOLVIDO EM ESCÂNDALO


O rei Charles III retirou todos os títulos e privilégios do irmão, Andrew, devido a uma série de escândalos. O duque de York não poderá mais ser considerado príncipe e passará a ser chamado apenas de Andrew Mountbatten Windsor. Segundo o Daily Mail e a People, mandados reais foram enviados ao Lorde Chanceler para formalizar a remoção dos títulos e do tratamento de Alteza Real. Andrew também será excluído da Ordem da Jarreteira e da Real Ordem Vitoriana, que reconhecem serviços prestados ao monarca. O Palácio de Buckingham informou ainda que o rei o despejou da residência Royal Lodge e rescindiu o contrato de arrendamento. Mesmo negando as acusações, o palácio afirmou que a decisão é “necessária” e expressou solidariedade às vítimas de abuso. Em outubro, Andrew já havia anunciado que deixaria de usar o título de duque de York e renunciaria às honrarias. O caso ganhou repercussão por seu suposto envolvimento com o criminoso sexual Jeffrey Epstein, condenado por abuso e tráfico sexual.

RESTOS MORTAIS DEVOLVIDOS POR ISRAEL

Israel devolveu hoje, 31, os corpos de 30 palestinos, ao hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, em troca dos restos mortais de dois reféns israelenses entregues pelo Hamas. O hospital, em Khan Yunis, confirmou a troca à AFP. No total, 225 corpos palestinos foram devolvidos em troca de 15 israelenses, conforme o acordo de cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro. O Hamas também entregou os corpos de um tailandês e um nepalês. A devolução dos dois reféns israelenses ocorreu dois dias após novos ataques aéreos ordenados por Binyamin Netanyahu. Os restos mortais foram repassados primeiro à Cruz Vermelha e depois ao governo israelense para identificação e sepultamento.

POLÍCIA FEDERAL NA OPERAÇÃO OVERCLEAN

A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil (RFB), deflagrou, nesta sexta-feira (31), a oitava fase da Operação Overclean, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Ao todo, foram cumpridos 5 mandados de busca e apreensão e o sequestro de valores obtidos de forma ilícita, em Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas (TO) e Gurupi (TO). As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal. Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro. No último dia 14, o deputado federal Dal Barreto (União) foi alvo de outra fase da operação. O parlamentar foi abordado no Aeroporto de Salvador pela Polícia Federal. De acordo com apuração do BN, o deputado obteve ainda o celular apreendido na ação.


DONO DA HAVAN É CONDENADO

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) determinou que o empresário Luciano Hang, dono da Havan, pague R$ 33.333,33 ao presidente Lula (PT) por danos morais. A decisão se deve a faixas ofensivas exibidas por aviões no litoral catarinense durante os verões de 2019 e 2020. O tribunal entendeu que Hang violou a honra e a imagem do petista. Em 2023, a primeira instância havia rejeitado o pedido, alegando que figuras públicas estão sujeitas a críticas. Contudo, o TJ-SC avaliou que as mensagens ultrapassaram os limites da liberdade de expressão e configuraram ataque pessoal. A defesa de Hang ainda pode recorrer.

Salvador, 31 de outubro de 2025.

Antônio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


HOMEM COM SALÁRIO SUPERIOR A MULHER

A 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) reconheceu a conduta discriminatória de uma concessionária de energia elétrica que contratou um homem com salário superior ao de uma assistente administrativa para a mesma função. Dois meses após treinar o novo colega, a trabalhadora foi demitida. Por unanimidade, os magistrados reformaram a sentença da 2ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves (RS) e fixaram indenização por danos morais em R$ 15 mil. O valor total da condenação, incluindo diferenças salariais por acúmulo de função, chegou a R$ 30 mil. A empresa alegou que o novo contratado não ocupou a mesma vaga e que a dispensa foi legítima, dentro de seu poder de gestão. No primeiro grau, a juíza não viu discriminação de gênero, mas a trabalhadora recorreu ao TRT-4.

Para o relator, desembargador Marcos Fagundes Salomão, provas testemunhais e documentais mostraram preferência por homens e disparidade salarial entre gêneros. Ele destacou que o último salário da assistente, com oito anos de empresa, era de R$ 1,9 mil, enquanto o do novo empregado era de R$ 2,1 mil. Salomão afirmou que a empresa violou os princípios da isonomia e da não discriminação previstos na Constituição e na Lei de Igualdade Salarial (Lei 14.611/2023). Segundo o magistrado, dispensar a funcionária e substituí-la por um homem com salário maior, após ela tê-lo treinado, configurou dano moral. O julgamento aplicou o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero (Resolução 492/2023 do CNJ). Também participaram os desembargadores Francisco Rossal de Araújo e Ricardo Carvalho Fraga. 

SAIU NA FOLHA DE SÃO PAULO

Quem defenderia a Venezuela contra um possível ataque dos EUA?

  • Maduro exibe laços com Rússia, China e Irã, mas especialistas duvidam de apoio militar efetivo em caso de conflito aberto
  • Entre seus aliados estão Cuba, Nicarágua, Hamas e Hezbollah

  • Luis Garcia Casas

Quem defenderia a Venezuela contra um possível ataque dos EUA?

Maduro exibe laços com Rússia, China e Irã, mas especialistas duvidam de apoio militar efetivo em caso de conflito aberto Entre seus aliados estão Cuba, Nicarágua, Hamas e Hezbollah

Mas qual é o real poderio do Exército venezuelano e com quais aliados internacionais o país poderia contar em caso de uma escalada das hostilidades com os Estados Unidos, contra os quais, segundo especialistas, "não teria escolha"?

Exército abalado pela crise

O Exército venezuelano foi fortalecido pela fartura do petróleo na era [do antecessor de Maduro, Hugo] Chávez, mas pouco restou após o ápice de 2013 dos gastos com defesa de mais de 6 bilhões de dólares (R$ 32 bilhões).

O orçamento nacional da Venezuela para 2025 totaliza 22,661 bilhões de dólares. Desse total, apenas 3%, cerca de 657 milhões, são destinados ao Ministério da Defesa. Esse valor não inclui projetos financiados por meio de dívidas, entre eles, uma iniciativa para a modernização da Força Aérea do país. No entanto, é difícil obter uma análise mais aprofundada desses números devido à falta de transparência do regime.

Segundo estimativas da CIA, disponíveis publicamente, a Venezuela gasta cerca de 0,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa (em comparação com, por exemplo, 3,4% na Colômbia ou 3,2% nos Estados Unidos), tem "laços com as Forças Armadas da China, CubaIrã e Rússia" e conta com entre 125 mil a 150 mil militares da ativa, além de cerca de 200 mil membros de milícias. Soma-se a isso o apelo às armas para que civis defendam a pátria.

Lá Fora

Para a jornalista venezuelana Sebastiana Barráez, especialista em assuntos militares, armar a população nesse contexto é "muito perigoso". "Quem pode garantir que esses civis armados defenderão Nicolás Maduro quando há divisões até mesmo dentro do regime?", questionou. A Venezuela também enfrenta sérios problemas em áreas "fundamentais para qualquer Exército", como o moral das tropas e a liderança.

Barráez cita como exemplo os desertores das Forças Armadas. "Quando o Exército publica uma lista de 8.000 desertores, estamos falando de um golpe muito sério para essa instituição", disse a especialista à DW.

"Imperialismo sempre à espreita"

"O imperialismo está sempre à espreita." Essa frase sobre é extraída da Lei Orgânica do Plano da Pátria das Sete Grandes Transformações 2025-2031, promulgada em maio de 2025. A quinta transformação, dedicada à "transformação política e ao poder popular", estabelece o objetivo de "garantir a proteção da República contra qualquer forma de interferência e intervenção estrangeira". Mas também de "manter [...] o respeito irrestrito à vontade do povo". Esse, no entanto, é outro problema.

Embora, no papel, o Exército esteja severamente enfraquecido, sua capacidade de defender a Venezuela de qualquer potencial invasor não deve ser subestimada. No entanto, a situação muda quando não fica claro se o objetivo é proteger o país ou o regime de Maduro.

Barráez lembra que, durante as eleições de 2024, algumas seções eleitorais foram designadas para que os soldados votassem. Lá, a vitória da oposição, negada pelo governo, foi ainda maior do que no resto do país, afirma a jornalista. "Em outras palavras, a grande maioria dos militares votou em Edmundo González e não em Nicolás Maduro", acrescentou.

O Exército venezuelano cresceu e se desenvolveu em meio a conflitos internos —guerrilhas e golpes de Estado— e impulsionado pela fartura do petróleo, que o tornou mais bem preparado para questões internas. A CIA, em seu perfil do país, destaca que as Forças Armadas venezuelanas "também têm um papel doméstico", que inclui colaborar na manutenção da segurança interna e combater grupos armados, entre outras funções.

Outras análises também destacam essa abordagem, que prioriza o combate terrestre. No entanto, a maioria dos analistas descarta operações terrestres dos EUA contra a Venezuela ou mesmo contra focos de resistência que possam se formar em caso de mudança de regime.

Maduro diz ter "muitos amigos no mundo"

Em seu discurso, Maduro mencionou especificamente a China e a Rússia, além de "muitos outros amigos no mundo". Entre eles, Irã, Cuba e Nicarágua, bem como grupos como o Hamas e o Hezbollah, que têm presença no país, segundo diversos analistas.

Em maio, ele assinou um Tratado de Parceria Estratégica com a Rússia, que inclui "cooperação técnico-militar" em seu Artigo 14 e visa aprimorar os "laços de defesa". Pouco depois, foi inaugurada uma fábrica que produz munição para fuzis de assalto Kalashnikov sob licença russa.

O arsenal venezuelano é composto principalmente de armamentos russos, complementado nos últimos anos por equipamentos da China e do Irã.

A Venezuela também assinou um acordo de parceria semelhante com o Irã em 2022 e fabrica localmente drones de projeto iraniano. Além disso, ainda possui equipamentos da França, do Reino Unido, da Espanha, dos Estados Unidos e da Alemanha, mesmo com os embargos de armas impostos pela Europa e pelos EUA contra a Venezuela.

Cercanías

A newsletter da Folha sobre América Latina, editada pela historiadora e jornalista Sylvia Colombo

No entanto, apesar de contar com aliados internacionais, é duvidoso que tipo de apoio eles poderiam oferecer em caso de conflito com os Estados Unidos. Os países latino-americanos, em particular, são questionáveis. "Um ataque à Venezuela —não creio que haverá uma invasão— por parte dos EUA colocaria Colômbia, Cuba, Honduras e Nicarágua, e talvez a Bolívia, ao lado de Caracas", explicou à DW Rogelio Núñez, analista do Instituto Real Elcano. Ele, porém, descartou a possibilidade de envolvimento militar desses países no apoio a Caracas. "Não, jamais militarmente, no máximo solidariedade diplomática", esclareceu.

"Os demais poderão ficar incomodados —Brasil e México, ou talvez Chile e Uruguai— pelo que isso representa como interferência e violação da Doutrina Estrada, mas não sairão em defesa de um governo como o de Maduro", acrescentou. De fato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se ofereceu para mediar a crise entre os Estados Unidos e a Venezuela.

Núñez descarta, por outro lado, o apoio de outros países. "Nem a Argentina, nem o Peru, nem o Equador, nem o Paraguai, nem El Salvador, nem a República Dominicana" vão sequer manifestar descontentamento.

O que fariam China e Rússia em caso de ataque dos EUA?

"O todo-poderoso presidente chinês [Xi Jinping] é muito claro quanto às regras da China, e uma das principais é a não interferência em assuntos externos", afirmou Felipe Debasa, professor de Relações Internacionais e especialista em história militar, à DW. "Além disso, a China precisaria da Venezuela tanto quanto a Venezuela pensa que precisa dela? Minha opinião pessoal é que não", ou. "Há muitos mercados".

Em relação à Rússia, o pesquisador, que estudou o assunto a fundo usando o método Delphi —ou seja, reunindo as opiniões de especialistas renomados— também acredita que o país não se envolveria, embora admita que, se o fizesse, estaria "abrindo a caixa de Pandora". Ele, no entanto, alertou que os Estados Unidos também não estão interessados em "arriscar um conflito e começar a receber cadáveres em casa". "Como no Vietnã", lembrou. "Ou algo semelhante ao que está acontecendo com a Rússia na Ucrânia." 

TRUMP MANDA FAZER TESTES NUCLEARES

A ordem do presidente Donald Trump para que os Estados Unidos retomem imediatamente testes de armas nucleares provocou reações da China e da Rússia ontem, 30. Moscou ameaçou fazer testes próprios, enquanto Pequim pediu que Washington respeite a proibição internacional. O anúncio foi feito na véspera, pela rede Truth Social, antes do encontro de Trump com Xi Jinping, na Coreia do Sul. “Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra a começar a testar nossas armas nucleares imediatamente”, afirmou. Trump disse que os EUA possuem o maior arsenal nuclear e o modernizaram em seu primeiro mandato. “Eu detestei fazer isso, mas não tive escolha”, declarou. Segundo especialistas, a Rússia tem 5.580 ogivas, os EUA 5.225 e a China cerca de 600. O Kremlin reagiu afirmando que “se alguém abandonar a moratória, a Rússia agirá de acordo”. Putin destacou o recente teste do torpedo nuclear Poseidon, enquanto Trump chamou a ação de “inapropriada”.

A China pediu que os EUA preservem o sistema de não proliferação nuclear e respeitem o compromisso de proibir testes. Organismos internacionais também condenaram a medida. Robert Floyd, da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, disse que qualquer teste seria “prejudicial e desestabilizador”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que “testes nucleares nunca podem ser permitidos em quaisquer circunstâncias”. O especialista Daryl Kimball afirmou que seriam necessários 36 meses para retomar testes e que “Trump está mal informado”. A deputada Dina Titus prometeu barrar a medida no Congresso. Já a caminho de Washington, Trump defendeu os testes como forma de “manter os EUA em dia com as potências rivais”. Os EUA não realizam testes nucleares desde 1992. Além da Coreia do Norte, nenhuma potência testou armas atômicas nos últimos 25 anos.