Os relatos de ataques contra palestinos em fila para obter comida na Faixa de Gaza tem sido constante, mas a cada denúncia as Forças israelenses declara ter aberto investigação para apurar os fatos. Só que essas diligências ou nunca são concluídas ou terminam isentando os valorosos "criminosos" da prática de qualquer irregularidade. Ontem, 27, foi aberta mais uma dessas investigações, mas certamente, vai isentar qualquer culpa dos soldados. Diante da fome e do aglomerado de pessoas disputando um prato de comida, Israel assumiu, juntamente com os Estados Unidos, a direção da Fundação Humanitária de Gaza, que tem servido para dificultar o acesso dos famintos à distribuição. Antes do mês de março havia muitos locais de distribuição, mas a partir de maio, Israel permitiu somente essa Fundação, considerada pela ONU irrisória para atender aos palestinos. António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, declarou ontem, 27, que a operação do órgão é "inerentemente insegura" e "está matando pessoas. As pessoas estão sendo mortas por tentar alimentar suas famílias. Buscar comida nunca deve ser uma sentença de morte".
O jornal israelense Haaretz, que tem criticado o governo de Binyamin Netanyahu, em reportagem de ontem, 27, relata que os soldados e oficiais receberam ordens de cima para atirar em civis. O governo de Gaza, controlado pelo Hamas, informa que foram mortas 549 pessoas na região, desde 27 de maio, aumentando o número de palestinos mortos para 56 mil. Um soldado, ouvido pelo jornal Haaretz, declarou que "o uso de munição fatal contra multidões foi determinado, independentemente de haver ameaças". Esse soldado intitulou Gaza de "campo de extermínio". Netanyahu é acusado de sustentar o conflito como meio para manter no poder com apoio da direita radical, que, inclusive tem contribuído para adiar seu julgamento pela prática do crime de corrupção.
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