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terça-feira, 3 de junho de 2025

RADAR JUDICIAL

Um juiz barrou lavrador de havaiana
JUÍZES DE CHINELO DE CALÇA JEANS

Relatório de Inspeção Ordinária da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça do Maranhão, realizada ente os dias 3 e 6 de fevereiro, com 329 páginas, constatou irregularidades jamais vistas nos fóruns. O juiz Francisco Ferreira de Lima, juntamente com seus colegas, na inspeção da 1ª Vara de Execuções Penais de São Luís, presenciaram um magistrado "trajando calça jeans e camiseta. Debaixo de sua mesa, segundo o relatório, havia ainda um par de chinelos, que supostamente eram utilizados durante o expediente". A Corregedoria Nacional determinou que a Corregedoria-geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Maranhão oriente o magistrado a "se abster de utilizar chinelos no ambiente de trabalho, trajando-se de forma compatível com a dignidade do cargo". 

O relatório apontou que a 1ª Vara de Execuções Penais "apresentou desempenho insatisfatório nos últimos anos". "Em 2022, antes da gestão do juiz foram baixados 3.746 processos, contra apenas 656 novos. Em contrapartida, nos anos seguintes, a quantidade de processos distribuídos passou a ser superior à de processos baixados, indicando acúmulo crescente. Ao todo, a vara conta com 5.828 execuções penais ativas, sendo que 3.631 dessas estão com decisões pendentes e 5 aguardam despacho". A explicação do juiz, escassez de servidores, não convenceu o CNJ, porque a 1ª Vara de Execuções Penais dispõe de 28 servidores, enquanto a 3ª VEP trabalha com 13 funcionários.   

ELEIÇÃO PARA JUÍZES 

As eleições para escolher os juízes do México, de acordo com a reforma do Judiciário, aprovada pelo Congresso, em 2024,  que impôs a participação popular, teve apenas um quarto da presença dos eleitores. O país com 99 milhões aptos a votar, contou somente com 13 milhões de votantes, percentual de apenas 13%. Algo parecido com o México, apenas a Bolívia, mas a escolha é permitida somente para os cargos nos tribunais superiores. Nos Estados Unidos, o voto popular acontece em alguns estados, mas para juízes estaduais. No México, a eleição foi destinada ao preenchimento de 2.6 mil cargos de tribunais regionais, federais e membros da Suprema Corte. A proclamação do resultado acontecerá no próximo dia 15, quando se espera o encerramento da contagem dos votos. 

Apesar da pouco afluência de eleitores às urnas, a presidente do país, Claudia Sheinbaum, classificou a eleição de "êxito democrático". Residem dois temores com esse tipo de escolha dos juízes: de risco ao Estado Democrática, porque o partido Morena, da presidente, pode exercer influência na escolha dos magistrados e a possibilidade de o crime organizado mexicano, com fantástico poderio financeiro, eleger juízes.           

ZAMBELLI DEIXOU O PAÍS

A deputada Carla Zambelli declarou hoje, 3, ter deixado o Brasil e não voltará; ela foi condenada a dez anos de prisão pela invasão aos sistemas institucionais do CNJ, com auxílio do hacker Walter Delgatti. A parlamentar assegura que permanece alguns dias na Europa, onde tem cidadania em um país europeu. Declarou Zambelli: "Queria anunciar que estou fora do Brasil, já faz alguns dias, vim à princípio buscar tratamento médico, que já fazia aqui, e agora vou pedir inclusive para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade na Constituição. Acho que as pessoas conhecem um pouco mais disso hoje em dia, é o que o Eduardo (Bolsonaro) fez também. Então eu passo a não receber mais salário meu gabinete vai ser ocupado pelo meu suplente. (Ele) assim e fico fora do país neste período. Vou me basear na Europa". Zambelli declara medo do que pode ocorrer caso ela seja presa. Afirmou: "Eu tenho um pouco de receio das outras mulheres na cadeia, né? Porque eu nunca sei o que vou encontrar, mas eu também luto, então não tenho medo de apanhar. O maior problema é ficar longe da família". 

VISITA DE ALMIRANTE AMERICANO

O almirante americano Alvin Holsey não foi bem recebido pelos militares brasileiros, face a programação de visita ao Rio Branco; um jantar oferecido pelo almirante foi esvaziado. Ele esteve no Brasil na semana de 19 de maio e ocorreram reuniões com o ministro da Defesa, José Mucio e com os chefes militares Tomás Paiva, do Exército, Marcos Olsen, da Marinha e Marcelo Damasceno, da Aeronáutica, além de Renato Rodrigues de Aguiar Freire, do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas. Os Oficiais-generais brasileiros estranharam o pedido de visita específico de Holsey, ao batalhão de Rio Branco, comandado por um tenente. A explicação dos americanos para a visita ao Rio Branco prende-se ao combate do tráfico de drogas e armas e o 4º Batalhão atua no controle das fronteiras do Peru e da Bolívia.   

MENTIU EM DEPOIMENTO: CONDENAÇÃO

Um homem mentiu em depoimento em processo penal sobre agressão em um camping no estado. Ele declarou, no inquérito, que viu dois homens atingirem a vítima com uma barra de ferro na cabeça; no depoimento judicial, assegurou que não presenciou a agressão, mas apenas ouviu comentários, sem informar quem seriam os autores do crime. Com esse depoimento os acusados foram absolvidos, apesar de uma testemunha familiar da vítima ter sido firme e coerente. No processo, o réu presenciou os fatos e mentiu "de forma deliberada ao prestar seu depoimento em juízo", segundo aponta o conjunto probatório do processo. O caso subiu para ser decidido pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina que manteve a condenação do homem por falso testemunho, condenando a quatro anos, um mês e 23 dias de reclusão, em regime fechado. A defesa recorreu, mas o relator, desembargador Carlos Alberto Civinsky, frisou que "o crime de falso testemunho não exige apenas contradição entre os depoimentos e os fatos, mas entre o que foi declarado e o que a testemunha realmente sabe". A decisão de primeiro grau foi mantida, por unanimidade.   

Salvador, 3 de junho de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



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