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Dois criminosos no governo de dois países |
Benjamin Netanyahu está envolvido em seu país, Israel, em várias investigações criminais, ocorridas durante seu quarto governo. O primeiro ministro israelense, pela primeira vez na história do país, foi denunciado criminalmente, em novembro/2019, durante o exercício do cargo, pela prática dos crimes de quebra de confiança, aceitação de subornos e fraudes. Essa acusação causou sua renúncia obrigatória, porque legal, nas pastas ministeriais, mas preservou a de primeiro-ministro. O julgamento desse criminoso em seu próprio país iria ter início em maio/2020. Ele não conseguiu adiar a audiência e terminou sendo ouvido em processo criminal, em Israel, em dezembro/2024, e tornou o primeiro chefe de Governo em exercício, respondendo a processo por corrupção e outros crimes. Netanyahu está envolvido em vários crimes: presentes e brindes valiosos recebidos, por amigos abastados; conflito de interesses, porque como ministro das Comunicações movimentou assuntos da área comercial do empresário Arnon Milchan. Além de outros casos Netsanyahu é acusado de proteção a Milchan em caso de isenção fiscal. Netanyhu instruiu um funcionário do Ministério das Comunicações a fornecer informações a Milchin a respeito de uma fusão das empresas de telecomunicações.
Na área internacional, o Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia, na Holanda, emitiu, em novembro/2024, mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu, porque encontrou "motivos razoáveis" para acreditar que Netanyahu tem responsabilidade criminal por crimes de guerra, cometidos entre outubro/2023 e maio/2024, incluindo crimes "como método de guerra", além de "crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos". Israel, juntamente com seu protetor, Estados Unidos, não são membros do Tribunal Penal Internacional. Os dois atuais governantes dessas duas nações, Trump e Netanyahu, são criminosos, assim considerados pela primeira vez na história dos respectivos países. Trump foi condenado criminalmente e resta-lhe uma séria de crimes em fase de apuração, mas só quando deixar a presidência, porque premiado com essa benesse que suspende o andamento dos processos. Com Netanyahu ocorre cenário semelhante, mas seu processo está movimentando. São dois homens públicos, Trump e Netanyahu que tem biografias um tanto quanto semelhantes, principalmente, no que se refere a folha corrida criminal.
Preocupado em proteger criminosos, o governo americano não conseguiu aprovar projeto de lei que fixava sanção para qualquer país estrangeiro que investigasse, prendesse, detivesse ou processasse cidadãos americanos, ou de país aliado, como é o caso de Israel. Na Câmara houve aprovação, mas no Senado, não foi obtido os 60 votos necessários. Apesar de a Hungria ser um dos 125 Estados membros do Tribunal Penal Internacional, o criminoso Netanyahu deveria ser preso, quando visitou o país. Era obrigação legal de Vikton Orbán, mas o país não é democrata, e o ditador insurgiu contra o mandado de prisão. A TPI não possui força policial, daí a dependência dos sistemas judiciários dos países-membros para prender os criminoso de guerra, como é o caso do israelense.
Salvador, 24 de maio de 2025.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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