O governo Donald Trump anunciou a revogação dos vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo, por envolvimento no Mais Médicos. O secretário de Estado Marco Rubio classificou o programa como “golpe diplomático inconcebível” e acusou Cuba de explorar médicos e privar cidadãos de cuidados essenciais. O Departamento de Estado também impôs restrições a ex-funcionários da OPAS, acusados de intermediar o acordo entre Brasil e Cuba sem cumprir requisitos constitucionais, driblando sanções a Havana. É mais uma perseguição de Trump ao Brasil, depois do tarifaço a produtos brasileiros e da revogação do visto de ministros do STF, aplicando a lei Magnistsky ao ministro Alexandre de Moraes. A providência americana atingiu também autoridades dos governos africanos, cubanos e granadinos, além de seus familiares.
Rubio afirmou que o esquema enriqueceu o “corrupto regime cubano” e explorou trabalhadores. A contratação de médicos cubanos ocorreu entre 2013 e 2018. A medida soma-se a outras sanções de Trump ao Brasil, como tarifas e revogação de vistos de ministros do STF. O Mais Médicos foi criado em 2013 no governo Dilma para levar médicos a regiões carentes, com maioria de profissionais cubanos via OPAS. A participação cubana foi encerrada em 2018, e hoje o programa prioriza médicos brasileiros e estrangeiros habilitados. O relançamento em 2023 conta com cerca de 24,7 mil médicos. Em 2020, Mike Pompeo já havia cobrado explicações da OPAS pelo suposto “trabalho forçado” no programa. Eduardo Bolsonaro comemorou a decisão, afirmando que “ninguém ficará imune”. Em julho, os EUA já haviam revogado os vistos de Alexandre de Moraes e outros ministros do STF, além do procurador-geral Paulo Gonet, medida classificada por Lula como “arbitrária” e ofensiva à soberania brasileira. Na verdade o Mais Médicos, que contou com apoio de estados e municípios brasileiros, fortaleceu a Estratégia Saúde da Família, responsável por solucionar em torno de 80% dos problemas de saúde da população. O governo americano busca saber sobre projetos brasileiros, visando destruí-los, principalmente, quando deram certo.
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