Para enfrentar os preços abusivos de hospedagem em Belém durante a COP30, em novembro, o governo federal contratou dois navios de cruzeiro internacionais. O MSC Seaview e o Costa Diadema somam mais de 6 mil vagas em 3.900 cabines. As embarcações ficarão no Porto de Outeiro, a 20 km do centro de Belém, em área com pouca infraestrutura. O Terminal Hidroviário de Belém, na região central, foi descartado após a suspensão de uma dragagem de R$ 210 milhões por risco ambiental. No Porto de Outeiro, o governo investe R$ 180 milhões em obras, incluindo um píer de 710 metros, previsto para outubro. A expectativa é que o trajeto até o Parque da Cidade, onde será a conferência, leve 30 minutos. Para isso, conta-se com a conclusão da ponte estaiada entre Outeiro e Icoaraci. A obra deve ser entregue em setembro, mas em agosto ainda estava inacabada.
Uma visita mostrou que só a estrutura central estava pronta, com acessos em construção. O deslocamento entre o centro de Belém e a nova ponte já leva 35 minutos em trânsito leve. Isso sem incluir o caminho até o porto. A logística preocupa especialistas da UFPA. A geóloga Aline Meiguins avalia que Belém enfrenta um teste inédito de mobilidade. Ela alerta que o sucesso dependerá de planejamento e integração entre transporte terrestre e hidroviário. Segundo a pesquisadora, faltam ações antecipadas de ordenamento e infraestrutura.
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