Ninguém gostaria de trabalhar sem receber um salário. Ou pior, pagar para trabalhar. Ainda assim, pagar empresas para fingir que está trabalhando virou tendência entre jovens desempregados na China. O fenômeno cresce em meio à economia enfraquecida e ao desemprego juvenil, que segue acima de 14%. Sem empregos reais, muitos preferem pagar para frequentar um escritório do que ficar em casa. "Eu me sinto muito feliz", diz Zhou. "É como se a gente estivesse trabalhando em grupo." Esses escritórios “fake” surgem em cidades como Shenzhen, Xangai, Nanjing, Wuhan, Chengdu e Kunming. São espaços completos, com computadores, internet, salas de reunião e áreas de convivência.
Além disso, permitem buscar empregos, iniciar negócios e socializar. As diárias custam entre 30 e 50 yuan (R$ 22 a 38) e incluem refeições e bebidas. Segundo o professor Christian Yao, da Victoria University, o fenômeno é reflexo da transformação econômica. Ele considera os escritórios fictícios soluções transitórias para jovens em crise profissional. Zhou conheceu a Pretend To Work em uma rede social e passou a frequentar há três meses. Ele diz que o ambiente aumentou sua disciplina e tranquilizou seus pais. Apesar da flexibilidade, Zhou chega cedo e às vezes só sai às 23h. Ele afirma que os frequentadores viraram amigos e compartilham a rotina. Nos intervalos, conversam, brincam e jogam. Após o “expediente”, costumam jantar juntos. Para Zhou, estar no espaço o faz sentir-se produtivo. Ele garante estar mais feliz e motivado do que antes.
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