O rabino Dov Landau, líder espiritual dos judeus ultraortodoxos europeus, declarou que o grupo trava uma “guerra” para defender sua identidade, de conformidade com publicação no jornal Yated Neeman, após a prisão de dois irmãos ultraortodoxos por descumprirem ordens de alistamento militar. No mesmo dia, milhares protestaram em Jerusalém e a polícia usou canhões de água para dispersar a multidão. A isenção do serviço militar para homens ultraortodoxos é um tema histórico e polêmico em Israel. A medida não vale para cidadãos palestinos de Israel, mas abrange muitos judeus ultraortodoxos que estudam em seminários. Com a guerra em Gaza e a maior mobilização militar desde 1973, a desigualdade ficou mais evidente. Em junho/2024, a Suprema Corte de Israel considerou a isenção inconstitucional e, em julho, o Exército anunciou dezenas de milhares de convocações a judeus ultraortodoxos.
O governo Netanyahu depende de dois partidos ultraortodoxos para manter maioria no Parlamento. A falta de acordo para manter a isenção ameaça essa coalizão política. Partidos ultraortodoxos retiraram ministros do governo. Um deles suspendeu o apoio em votações parlamentares. O serviço militar é obrigatório para a maioria dos cidadãos judeus de Israel.
Os ultraortodoxos representam 14% da população judaica, cerca de 1,3 milhão de pessoas. A isenção existe desde 1948, como forma de preservar estudos religiosos pós-Holocausto. Na época, poucos eram liberados, mas o número cresceu com o fortalecimento político dos partidos religiosos. O aumento populacional também impulsionou a quantidade de isenções. Antes da decisão da Suprema Corte, cerca de 66 mil homens por ano recebiam o benefício. A mudança legal gerou crise política e intensificou protestos. A disputa tornou-se símbolo do choque entre tradição religiosa e exigências militares do Estado.
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