A presidente da Comissão de Educação Jurídica da OAB/RS, Carolina Rolim Machado Cyrillo da Silva, alertou para a qualidade dos profissionais formados pelas mais de 120 faculdades de Direito no Rio Grande do Sul. A fala ocorreu no painel “Diploma ou Formação? Advocacia Forte e Educação de Qualidade”, na Cidade da Advocacia 2025, em Porto Alegre. Professora da UFRJ, Carolina criticou a massificação do ensino jurídico e a perda de foco na formação efetiva de advogados. Ela questionou se o objetivo do aluno é apenas obter o diploma ou realmente se qualificar para a profissão. Defendeu que as instituições invistam em bons núcleos de prática jurídica e estágios de qualidade. O Exame da Ordem, segundo ela, é um filtro mínimo, mas não garante competência profissional no mercado. Profissionais bem formados podem não passar na prova por diversos fatores, frisou. Carolina apontou que muitas faculdades criam um “novo mercado” oferecendo cursos e mentorias de prática jurídica após a graduação. Isso ocorre porque a formação inicial não prepara adequadamente o bacharel para exercer a advocacia.
Em alguns casos, o registro das instituições chega à OAB apenas após autorização do MEC. Ela sugeriu campanhas de conscientização para orientar a escolha de boas faculdades. Segundo Carolina, o aluno deve buscar uma instituição que realmente proporcione transformação pessoal e profissional. As novas tecnologias, disse, já estão presentes no ensino jurídico. O letramento digital é obrigatório nas faculdades de Direito. A inteligência artificial pode auxiliar em tarefas repetitivas, mas não substitui habilidades essenciais. Sustentação oral, estratégia e relações interpessoais continuam sendo competências humanas insubstituíveis. A massificação do ensino jurídico, para ela, ameaça a qualidade da advocacia. O desafio é equilibrar quantidade e excelência na formação.O debate faz parte das ações da OAB/RS para fortalecer a profissão. A meta é garantir que o futuro advogado saia preparado para atuar com competência e ética.
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