A disparidade no Brasil supera a média global (10,7) e de países em desenvolvimento (16,8). Na Argentina, o presidente ganha 9,2 vezes o salário médio; no Chile, 13,7. Deputados argentinos recebem 4,5 vezes a média, contra 3,7 no Reino Unido e 3,0 em Portugal. Ministros do STF, TSE e STJ ganham cerca de 22 vezes a renda média, frente a 11 vezes na Argentina e no Reino Unido, e 6 vezes na Suíça e Alemanha.
O levantamento considerou dados da Pnad Contínua e institutos de estatística de outros países. Não incluiu servidores concursados ou comissionados, cujas diferenças podem ser maiores, como advogados da União que receberam até R$ 547 mil em honorários.
Especialistas alertam que altos salários afastam políticos e magistrados da realidade da população, minando a confiança nas instituições. No Judiciário, a situação é agravada pelos supersalários que ultrapassam o teto constitucional. Apesar de políticos terem remunerações altas, não gozam de todos os benefícios do Judiciário, e dependem de eleições para manter o cargo, enquanto magistrados têm vitaliciedade.
A professora Cibele Franzese destaca que não há evidências de que altos salários de políticos prejudiquem os serviços públicos, mas que a qualidade depende de boa gestão e profissionais capacitados.
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