Pesquisar este blog

domingo, 26 de outubro de 2025

ELEIÇÃO NA ARGENTINA HOJE, 26

O governo de Javier Milei esperava dominar o Congresso argentino com o violeta do partido A Liberdade Avança. A expectativa de vitória ampla, porém, se desfez nas semanas que antecederam as eleições legislativas de hoje, 26, que renovam um terço do Senado e metade da Câmara. Eleito em 2023 com promessas de tirar o país da crise, Milei reduziu a inflação, mas enfrenta desgaste com o desemprego e o achatamento de salários. Crises recentes — como o escândalo do “criptoativo sem lastro” e suspeitas envolvendo Karina Milei — agravaram o cenário. Erros táticos, como ignorar a força de governadores, ameaçam os libertários em redutos antes seguros, como Córdoba e Santa Fé. No Congresso, derrotas sucessivas alimentaram a percepção de que o governo perdeu poder de articulação. Analistas projetam três resultados possíveis: vitória consagradora com 40% dos votos, empate em 35% ou derrota preocupante abaixo de 30%. O patamar de 40% teria peso simbólico para 2027, indicando força para a reeleição.

Hoje, os governistas controlam 74 cadeiras na Câmara e 13 no Senado. Caso alcancem 35% dos votos, podem chegar a mais de um terço na Câmara e um quarto no Senado, assegurando poder de veto, mas ainda sem maioria para reformas. O governo aposta em bons resultados em Buenos Aires (capital), Mendoza e Salta, onde há divisões no peronismo. Mas o desempenho ruim na província de Buenos Aires — derrotado por 13 pontos em setembro — preocupa. O principal candidato local, José Luis Espert, foi afastado após escândalo com um empresário investigado por narcotráfico. O peronismo, liderado por Cristina Kirchner, disputa por meio da coalizão Força Pátria e pode vencer em Tucumán, Formosa, La Pampa, La Rioja e Catamarca. Milei também buscou apoio externo: visitou Donald Trump na Casa Branca, e o republicano interveio para conter a disparada do dólar, o que gerou críticas internas. O governo aposta que, mesmo sem vitória esmagadora, Milei sairá fortalecido das urnas, sustentando que sua coalizão é a única presente em todas as províncias, enquanto o peronismo segue fragmentado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário