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terça-feira, 28 de outubro de 2025

ADVOGADA "AUTODEPORTA" DOS EUA

A advogada brasileira Lilian Divina Leite viajou aos EUA em agosto de 2024 para férias e acabou ficando 11 meses, passando por mais de oito estados até pedir a própria deportação. Chegou a Miami, seguiu para Orlando e depois Nova York, até se fixar em Charlotte, na Carolina do Norte, guiada, segundo ela, pela fé. Sem poder atuar como advogada, pediu trabalho nas redes sociais e conseguiu emprego em casas de família, recebendo US$ 30 por dia. Nos períodos sem trabalho, doava plasma, recebia cupons para alimentação e ajuda de igrejas. "Nunca senti vergonha, fazia o que precisava para viver", conta. O retorno ao Brasil amadureceu diante do cansaço, problemas de saúde e medo, agravado pela política de deportação em massa do novo governo Trump. Dados oficiais indicam que, em menos de 250 dias, 2 milhões de imigrantes deixaram o país, 1,6 milhão por autodeportação.

Lilian tentou regularizar a situação alegando doença e dificuldades financeiras, mas desistiu diante dos custos. Em maio, pediu a autodeportação pelo aplicativo CBP Home e teve o bilhete pago pelas autoridades, além de receber US$ 1.000 ao chegar ao Brasil. Em Charlotte, morava em um quarto alugado por US$ 750 e diz não ter ido aos EUA para “vencer na vida”, mas para viver uma experiência. Ela relata o medo constante dos imigrantes e o trauma que trouxe de volta: “Ouvi uma sirene no Brasil e pensei que iam me prender”. Hoje, encara a experiência como aprendizado. “Lá, liberdade é um luxo que nem todo mundo pode ter.” 

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