De Donald Trump a Vladimir Putin, líderes de diferentes ideologias usam o Natal como ferramenta política para projetar valores, reforçar narrativas e atacar adversários, muitas vezes esvaziando o sentido religioso da data. Segundo a professora Natália Fingermann (ESPM), o período é oportuno por reduzir a atenção do público à política e estimular apelos simbólicos, servindo tanto a medidas populares quanto impopulares. Em contextos de conflito, o Natal pode simbolizar trégua, mas também ações de força e golpes, comuns no fim do ano.
Estados Unidos
Donald Trump explora o Natal na guerra cultural, defendendo o uso de “Merry Christmas” contra o “Happy Holidays”, que associa a ataques a valores cristãos. Ele vincula a data à economia, critica o consumismo e decretou folga para servidores federais no período, em ação vista como populista.
Rússia
Celebrado em 7 de janeiro, o Natal ortodoxo é usado por Vladimir Putin para afirmar “valores tradicionais” russos em oposição ao Ocidente. Desde a guerra na Ucrânia, o discurso associa a data a sacrifício e heroísmo, com apoio da Igreja Ortodoxa.
Ucrânia
Em 2023, o país passou a celebrar o Natal em 25 de dezembro, rompendo com Moscou e se aproximando do Ocidente. Zelenski define a mudança como “descolonização cultural” e propôs trégua natalina, rejeitada pela Rússia.
Venezuela
Nicolás Maduro antecipou simbolicamente o Natal para outubro, associando a data a programas sociais e à retórica chavista. A medida busca reforçar apoio político após eleições contestadas.
Irã
Autoridades usam o Natal para sinalizar tolerância religiosa, apesar de denúncias de restrições a minorias.
Israel
O governo explora a data para reforçar a imagem de democracia que protege cristãos, sem mencionar restrições a palestinos cristãos.
China
Embora não seja feriado, o Natal é visto pelo Partido Comunista como possível “infiltração cultural”, com apelos à “sinicização” do cristianismo.
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