Integrantes da CNI e da CNA, representando mais de 120 empresários em viagem aos EUA, participaram de audiência no USTR ontem, 3, para discutir a investigação comercial contra o Brasil. O processo, aberto em julho, envolve acusações de práticas desleais e sobretaxas de 50% aplicadas a produtos brasileiros. O ex-diretor da OMC Roberto Azevêdo, falando pela CNI, defendeu que o Brasil não prejudica empresas americanas. Ele afirmou que o Pix é independente e que o país não adota taxas excessivas contra produtos dos EUA. Azevêdo destacou que Brasil e EUA deveriam cooperar na expansão do etanol em vez de criar barreiras. Disse ainda que as sustentações no USTR buscam reduzir ou isentar tarifas, embora negociações reais dependam de governos.
A diretora de relações internacionais da CNI alertou para um “distúrbio no comércio internacional” se as tarifas se mantiverem. Representantes americanos também expressaram preocupação com impactos nas cadeias de suprimentos e risco de retaliações. Houve alertas de que tensões podem aproximar o Brasil da China. Organizações de consumidores pediram que o processo não seja usado politicamente por Trump. Já setores americanos, como o etanol, defenderam a investigação contra o Brasil. Os empresários brasileiros buscam sensibilizar interlocutores nos EUA contra as sobretaxas. Também querem reforçar que as medidas prejudicam ambos os lados. O lobista Brian Ballard, contratado pela CNI, avaliou que o momento é difícil devido ao julgamento de Bolsonaro. Ainda assim, defendeu insistir em contatos e buscar exclusões às tarifas, afirmando que os brasileiros não são inimigos dos americanos.
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