BRASIL SAI DO MAPA DA FOME
O Brasil saiu novamente do Mapa da Fome da ONU, conforme relatório da FAO, que apontou taxa de subnutrição inferior a 2,5% entre 2022 e 2024. A conquista foi anunciada durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, na Etiópia. O país já havia saído da lista em 2014, mas retornou entre 2018 e 2020 devido à interrupção de políticas sociais e aumento da pobreza. A reversão recente foi atribuída ao programa Brasil Sem Fome e a políticas como o fortalecimento do Bolsa Família, valorização do salário mínimo, incentivo à agricultura familiar e ampliação da merenda escolar. Segundo o Caged, 98% dos empregos formais criados em 2024, foram ocupados por pessoas do Cadastro Único, sendo 75% beneficiários do Bolsa Família. A pobreza extrema caiu para 4,4% e o desemprego atingiu 6,6%, o menor nível desde 2012. O professor Alexandre Cunha destacou que a articulação entre os entes federativos e o retorno de políticas integradas foram fundamentais. Ele alertou, contudo, que a continuidade dessas ações é essencial para evitar retrocessos.
O governo brasileiro também lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza durante a presidência do G20, envolvendo mais de 100 países. Apesar do progresso nacional, o relatório indica que 673 milhões de pessoas ainda enfrentaram a fome no mundo em 2024, com altas nas regiões da África e da Ásia Ocidental.
PARAIBANA É APROVADA EM SETE UNIVERSIDADES
Alice dos Santos Araújo, jovem paraibana de Nova Olinda, superou desafios financeiros e sociais para conquistar uma bolsa integral na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA. Sempre apaixonada por aprender, estudou em escolas públicas e no Instituto Federal da Paraíba, onde conheceu o universo da tecnologia e se envolveu em projetos científicos e de programação. Ao descobrir a possibilidade de estudar fora do Brasil, dedicou-se intensamente a aprender inglês com recursos gratuitos. Após o ensino médio, tirou um ano sabático para se preparar para o processo seletivo de universidades estrangeiras, contando com o apoio da mentoria da LALA. Em dois anos, foi aceita em sete universidades nos EUA e Canadá, escolhendo a UNC por seu foco em inovação e serviços comunitários.
Aprovada também na Fundação Behring, garantiu a cobertura total da graduação. Alice sonha em voltar ao Brasil para atuar na área de tecnologia e reduzir desigualdades sociais e de gênero. Ela reforça a importância de acreditar em si mesma e começar com os recursos disponíveis, mesmo em contextos difíceis.
SUPREMO BON-VIVANT
Durante o recesso do Judiciário, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, usou um jatinho da FAB para um tour entre 17 e 22 de julho, passando por Brasília, São Luís, Lençóis Maranhenses, Fortaleza e Recife. Embora tenha participado de seminários em alguns dias, desapareceu da agenda oficial nos dias 19 e 20, sendo visto com a esposa em Atins, local turístico, onde teria usado um helicóptero da PM. Em outros trechos, participou de encontros com juízes e a OAB. A aeronave transportou de 10 a 12 passageiros em cada voo. A prática não é inédita: em setembro passado, Barroso passou dois dias e meio em Mendoza, Argentina, com jato da FAB para evento de meio dia. Levou seis acompanhantes não identificados. A postura contrasta com suas críticas ao paternalismo estatal.
ISRAEL DESTRÓI GAZA
Após romper o cessar-fogo com o Hamas, em março, Israel intensificou a guerra em Gaza, alegando que a pressão forçaria a libertação de reféns. No entanto, após quatro meses, a ofensiva é vista como um fracasso estratégico e humanitário, com poucas vitórias militares e o agravamento da fome. O Hamas continua resistente, mantendo o controle de partes de Gaza e substituindo líderes mortos. O bloqueio alimentar aumentou o sofrimento civil e gerou críticas de aliados como França, Reino Unido e Alemanha. Internamente, a guerra sustenta politicamente o premiê Netanyahu, acusado de prolongá-la por interesses pessoais. A estratégia israelense sofre forte rejeição internacional, inclusive de apoiadores históricos, diante das cenas de miséria em Gaza. Mesmo defensores da guerra reconhecem falhas na execução e ausência de um plano para o futuro do território.
"BULLYING" DE TRUMP
O economista Joseph Stiglitz, Nobel de 2001, elogiou a postura do presidente Lula diante do "bullying" dos EUA sob Donald Trump, defendendo que outros líderes sigam seu exemplo. Em artigo no Project Syndicate, Stiglitz criticou a imposição de tarifas americanas às exportações brasileiras como ilegal e interferência na soberania. Ele comparou os ataques à democracia nos EUA e no Brasil, dizendo que Trump tentou minar o Estado de Direito e pressionou o Brasil a abandonar o processo contra Bolsonaro. Stiglitz destacou a firmeza das instituições brasileiras frente à tentativa de golpe de 8 de janeiro. Também condenou o uso político das plataformas digitais por oligarcas americanos e as acusações infundadas de censura contra o STF. Para o economista, Lula age por convicção na autonomia do Brasil e não por popularidade.
TARCÍSIO "ASSESSOR DE LUXO DOS BOLSONAROS
Ricardo Cappelli, presidente da ABDI, critica a aliança de Eduardo Bolsonaro com Donald Trump no tarifaço contra produtos brasileiros, afirmando que isso fortalece a frente ampla pró-Lula para 2026. Para ele, a medida tem caráter político-ideológico, e não comercial. Cappelli compara o deputado a “sequestradores” e diz que sua postura isola a extrema-direita no Brasil. Ele alerta para os riscos de transformar o país em refém dos interesses da família Bolsonaro. Também critica o governador Tarcísio de Freitas por agir como "assessor de luxo" da família Bolsonaro, esquecendo o papel estratégico de São Paulo. Destaca que é preciso aguardar os efeitos reais da sobretaxa, prevista para começar em 1º de agosto. Cappelli lembra que Trump já usou táticas semelhantes de pressão para depois recuar. Ele afirma que a ABDI poderá rever seus planos, se necessário, para proteger a indústria nacional.
Salvador, 29 de julho de 2025.
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