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quarta-feira, 14 de maio de 2025

MORRE PEPE MUJICA

José Alberto "Pepe" Mujica Cordano morreu ontem, 13, aos 89 anos, depois de enfrentar um câncer no esôfago. Ele governou o Uruguai entre os anos de 2010 e 2015. O destaque na vida política de Mujica prende-se a que o povo não deve "deixar seduzir pelo consumo, por contaminar o ambiente e criar uma necessidade extra nas pessoas de terem o carro mais novo, o celular mais novo, o rádio mais novo". Mujica, em toda a sua existência, tinha um estilo de vida simples, independentemente de sua projeção internacional ou do cargo que ocupava; ele, mesmo como presidente, continuou no seu sítio, em Rincón Del Cerro, e dispensou o uso da residência oficial, o palacete Suárez y Reyes. Mujica queixava-se da necessidade de usar paletó, em eventos. Nos anos que governou o país não se importava com segurança pessoal e ignorava os protocolos; costumava passear e saía para tomar sorvete com sua mulher, Lucía Topolansky, 80 anos. Dois terços do seu salário eram destinados a um projeto de moradias populares. Mujica, como estudante, integrou a juventude que apoiava o partido Nacional, Blanco, que não era de esquerda, mas com o tempo identificou-se com a esquerda, depois das leituras marxistas e anarquistas. 

Mujica aliou-se ao Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros, formado por guerrilheiros, anarquistas, maoístas, socialistas e comunistas, nos anos 1960. Ele foi preso por quatro vezes e viveu no cárcere durante o governo Juan María Bordaberry, que implantou a ditadura militar no Uruguai. Na prisão, Mujica foi torturado, recebeu maus-tratos, isolamento que só encerrou em 1985, a partir de quando passou a viver no Rincón Del Cerro. A redemocratização causou o abandono da luta armada pelos guerrilheiros Tupamaros, que aliaram à coalizão Frente Ampla, com os partidos progressistas. Na política, ele elegeu-se deputado em 1995 e em novembro de 2009 tornou-se presidente do Uruguai. Mujica dizia que Nicolas Maduro, na Venezuela e Daniel Ortega, na Nicarágua, "brincam com a democracia, dizem que haverá eleições, depois colocam as pessoas na cadeia". O governo uruguaio decretou luto oficial até a próxima sexta-feira, 16, e o Parlamento uruguaio suspendeu suas atividades ontem. O velório será no Palácio Legislativo, em Montevidéu, durante 24 horas após o que haverá a cremação.



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