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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

PAPA CLASSIFICA DE "DESUMANA" MIGRAÇÃO DE TRUMP

O papa Leão 14 fez um apelo por uma “reflexão profunda” sobre o tratamento dos migrantes nos Estados Unidos, afirmando que muitos foram afetados pela política de deportações em massa. Em uma das críticas mais duras ao governo Trump, o primeiro papa nascido nos EUA alertou que o bombardeio norte-americano a navios venezuelanos suspeitos de tráfico pode aumentar tensões regionais. Em Castel Gandolfo, Leão disse que pessoas que vivem há anos no país “sem causar problemas” foram profundamente atingidas pela política migratória de Trump. Falando em inglês, lembrou que todo cristão será julgado por como acolhe “o estrangeiro”. O historiador Austen Ivereigh chamou o discurso de “declaração muito forte”, apontando a crítica às ações do ICE. Desde sua eleição em maio, o papa vinha sendo cauteloso em temas geopolíticos, mas recentemente classificou como “desumana” a repressão migratória, surpreendendo católicos conservadores que o viam como aliado após atritos com Francisco. “Eles estão percebendo que Leão é diferente em estilo, mas igual em princípios”, disse Ivereigh.

Nascido em Chicago, Robert Prevost foi missionário no Peru, experiência que moldou sua visão sobre migração. A professora Anna Rowlands destacou que ele mesmo “foi acolhido como migrante”. Em documento recente, o papa reafirmou que pobreza e migração são centrais em seu pontificado e pediu que bispos dos EUA mantenham a tradição da Igreja de defender famílias e direitos espirituais. Ao comentar denúncias de que detentos católicos em Chicago estariam sem acesso à comunhão, pediu às autoridades que permitam assistência pastoral. Sobre a Venezuela, apelou por diálogo e afirmou: “Com violência não venceremos”. Segundo analistas, seu pontificado ganha contornos mais definidos e sua abertura à imprensa reforça transparência. “Quando o papa fala assim, pressiona o governo americano”, concluiu Ivereigh. 


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