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segunda-feira, 3 de novembro de 2025

MOTO: CAMINHO PARA A MORTE

Pilotar uma moto no Distrito Federal desperta o medo de não voltar para casa vivo. De janeiro a agosto deste ano, 68 pessoas morreram em acidentes com motos, número próximo ao total de 2024 (74) e 2023 (69), segundo o Detran-DF. As principais causas são excesso de velocidade, consumo de álcool, falta de visibilidade e uso incorreto do capacete. A chefe do Núcleo de Campanha Educativa, Graziela Piloni, alerta que equipamentos adequados reduzem lesões: capacete ajustado, roupas resistentes e faixas refletivas aumentam a segurança. Maria Rita Souza, 20, perdeu o primo Kaio, 19, em fevereiro, após colisão em Samambaia. “Morreu em cima do sonho dele, que era ter uma moto nova”, lamenta. Para evitar tragédias, o Detran promove campanhas educativas, blitzes e a Operação Sossego, que coíbe infrações e ruídos. O órgão reforça que prudência e respeito às normas salvam vidas. O engenheiro Eduardo Alcântara, 26, ficou um mês afastado após ser atingido por um carro que mudou de faixa. “O motorista fugiu. Ainda sinto dores”, relata. O especialista Wender Morais destaca a filosofia “visão zero”, que defende que nenhuma morte no trânsito é aceitável. Para ele, segurança depende do condutor, do veículo e da gestão pública. Wender alerta que o aumento da frota, o uso de celulares e a pressa elevam os riscos. “A 40 km/h, a moto percorre 11 metros por segundo. É pouco tempo para reagir.” Motociclistas de delivery, segundo ele, precisam redobrar a atenção, pois distrações com o celular podem ser fatais. O motociclista Guilherme Vasconcelos, 23, afirma que a imprudência de motoristas é seu maior medo. “Sou fechado o tempo todo.”

O presidente do Sindmoto, Luiz Carlos Galvão, critica a falta de fiscalização e o descumprimento da Lei nº 12.009, que exige curso e registro profissional. “Sem isso, o motociclista fica desamparado.” Ele defende o cumprimento da lei e mais rigor na fiscalização. Entre as medidas de segurança, Wender apoia a “Faixa Azul”, projeto que separa motos dos demais veículos. A iniciativa deve começar no Eixo Monumental e reduziu 20% dos acidentes em São Paulo. A partir de 2026, ciclomotores e bicicletas elétricas acima de 32 km/h precisarão de autorização específica (ACC). O exame seguirá as exigências da categoria A, com cinco horas práticas. O Detran lembra que capacete, roupas adequadas e obediência às normas são obrigatórios. Com a chegada das chuvas, o órgão recomenda reduzir a velocidade, aumentar a distância e evitar manobras bruscas. Durante tempestades, o ideal é esperar em local seguro e manter equipamentos de proteção impermeáveis e antiderrapantes. 



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