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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

DEMANDAS PARA EVITAR MUDANÇAS CLIMÁTICAS

As demandas dos povos originários precisam ser atendidas para frear o avanço das mudanças climáticas, afirma Dinamam Tuxá, coordenador da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), durante a COP30, em Belém. A conferência da ONU tem neste ano a maior participação indígena da história. Tuxá destaca que, desde o anúncio de Belém como sede, o movimento indígena construiu propostas centradas na demarcação de terras como estratégia essencial para conter a crise climática. A COP na Amazônia, segundo ele, é um marco simbólico, mas também um alerta sobre a exploração de petróleo e mineração. A Apib lançou uma proposta de NDC com sete eixos, tendo a demarcação como prioridade, além de discutir transição energética justa, fim dos combustíveis fósseis, valorização dos conhecimentos tradicionais e proteção das lideranças ameaçadas. Segundo Tuxá, os povos indígenas protegem 82% da biodiversidade mundial e, ao cuidar de seus territórios, beneficiam toda a humanidade. O financiamento climático direto seria essencial para potencializar ações já em curso, mas, mesmo sem recursos, as comunidades continuam atuando. Ele critica o formato atual das COPs, afirmando que os negociadores são técnicos distantes da realidade dos territórios. “Somos nós que vivemos as mudanças climáticas e pagamos a conta da crise”, diz.

Sobre a autorização para pesquisa de petróleo na margem equatorial, Tuxá vê contradição no governo Lula, que prega liderança climática global, mas permite exploração na Amazônia. Para ele, a transição energética só será justa com participação popular e acesso das comunidades à energia limpa. “Hoje, quem lidera esse debate são as corporações, como a Petrobras, o que é uma contradição.” Tuxá também critica a presença maciça da indústria petroleira nas COPs, que tem formado as maiores delegações e feito lobby em países dependentes do petróleo. “É preciso equilíbrio. As vozes indígenas precisam ser ouvidas com poder de decisão real.” 

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