Pesquisar este blog

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

ISRAEL NÃO DEIXA GAZA

Menos de 24 horas após Donald Trump assinar o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, o plano de paz já enfrenta obstáculos. Diante da demora na entrega dos corpos de reféns mortos, Israel anunciou que manterá fechada a passagem de Rafah até a devolução de todos os 28 cadáveres e restringirá a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Na segunda-feira (13), quatro corpos foram devolvidos, e outros quatro chegaram a Tel Aviv na madrugada seguinte. Ainda faltam 20. O Hospital Nasser informou que Israel entregou 45 corpos de palestinos mortos em prisões, conforme o acordo, que prevê 15 palestinos para cada refém israelense morto. Trump, por sua vez, ameaçou intervir caso o Hamas não se desarme. “Se eles não se desarmarem, nós o faremos — rapidamente e talvez violentamente”, declarou. Moradores de Israel cobram a devolução imediata dos corpos e a suspensão da ajuda a Gaza até o cumprimento do acordo. Enquanto isso, com a retirada das forças israelenses, o Hamas iniciou ações de repressão em Gaza, tentando retomar áreas perdidas durante a guerra. Jornalistas registraram presença de milicianos armados e combates intensos no bairro de Shujaiya. O Exército israelense afirmou que abriu fogo contra suspeitos que cruzaram a linha amarela no norte de Gaza, em violação ao acordo. Uma fonte palestina confirmou que o Hamas criou uma “Força de Dissuasão” para garantir segurança interna.

Para Yezid Sayigh, do Carnegie Middle East Center, o plano de Trump tem “lacunas”, e Israel pode explorá-las para atrasar o processo. Já Habib Malik, da Universidade Libanesa Americana, defende o desarmamento do Hamas e a reconstrução de Gaza. O analista Alon Ben-Meir considera a troca de reféns um bom início, mas alerta que a paz exigirá negociações longas e difíceis. A Autoridade Palestina, por fim, condenou as execuções públicas de supostos colaboradores do Hamas, chamando-as de “crimes hediondos” e pedindo o restabelecimento da lei e das instituições legítimas em Gaza.



Nenhum comentário:

Postar um comentário