SAIU NO BLOG DO SEVERINO FRANCISCO

A nova desordem mundial

Publicado em Crônicas

Severino Francisco

O ideal era que o Brasil não se envolvesse em um embate com os Estados Unidos. No entanto, ele não buscou essa situação. Durante mais de 200 anos, o Brasil e os Estados Unidos mantiveram relações amistosas. Quem resolveu atacar com guerra comercial parceiros históricos dos EUA, sem qualquer fundamento comercial, foi Trump.

No caso do Brasil, ele quer que o STF livre Bolsonaro da responsabilidade penal pelo crime de tentativa de golpe para que recue na taxação de 50% nos produtos brasileiros. Vejamos quem é esse homem que posa de paladino da liberdade e dos direitos humanos e, para tanto, ameaça a soberania de outras nações.

A Anistia Internacional destaca que a eleição de Trump e a forte captura corporativa do seu governo empurrou o mundo para uma era brutal em que o poder militar e econômico supera os direitos humanos e a diplomacia; em que as hierarquias raciais e de gênero e o pensamento de soma zero moldaram as políticas, em que o nacionalismo niilista conduz as relações internacionais.

Na lista dos impactos do governo Trump figuram o alastramento da repressão a dissidências políticas, a escalada de conflitos armados, o enfraquecimento dos esforços para enfrentar a crise climática e a crescente hostilidade contra os direitos de migrantes, refugiados, mulheres, meninas e pessoas LGBTQIA+. Ele separa crianças de pais migrantes sem a menor humanidade ou piedade.

Trump está criando a nova desordem mundial. Ele despreza, desmonta, desmoraliza e destrói as instituições. Trump retirou os Estados Unidos da Unesco, da OMS, do Acordo de Paris e desmontou os mecanismos de punição da Organização Mundial do Comércio a outros países. Além disso, instrumentaliza a Justiça norte-americana, que está joelhos para as suas sandices.

Com isso, abre caminho para que prevaleça a lei do mais forte, sem nenhum empecilho de civilidade e justiça. Ele quer fazer embaixadinhas com o planeta Terra como o grande ditador do filme de Charlie Chaplin.

Paul Krugman, Prêmio Nobel de economia e um dos mais influentes economistas em atividade, recomenda que o Brasil utilize a retaliação, pois Trump já mostrou que só respeita os corajosos. Eu acho que, infelizmente, não restará ao Brasil outra alternativa, pois o que Trump deseja é reduzir o nosso país a um quintal norte-americano, conforme declarou com todas as letras.

As mentiras bombardeadas por meio da terra sem lei das big techs fazem com que médicos sejam contra a ciência, advogados contra o Estado de Direito, professores contra a educação, policiais contra a lei, políticos contra a democracia, trabalhadores contra os direitos, jornalistas contra os fatos e precarizados em apoio a bilionários. Quer dizer, produz um estado de deficit cognitivo coletivo ou loucura coletiva.

Apenas neste ambiente de mentiras deslavadas é possível que os autores e os apoiadores de tentativas de golpe posem de defensores da liberdade de expressão e dos direitos humanos. É muito cinismo. Aos alardeadores de uma ditadura eu gostaria de sugerir que assistam ao filme Ainda estou aqui para ver o que acontece a quem ousa contestar os soberanos em um regime de exceção. Só é possível falar de injustiça e perseguição, sem ser calado, em um país onde existe o Estado de Direito. Se vivessem em uma ditadura não poderiam falar em todos os veículos de imprensa que são alvo de discriminação.

É improvável que Trump recue, pois ele desejaria que o Brasil tivesse, não um presidente que defendesse a soberania do país, mas, sim, um capacho vira-lata que ganisse de humildade. Só assim o nosso país voltaria a ser um quintal dos norte-americanos. O que incomoda Trump no Brasil é a liderança dos Brics, o julgamento dos golpistas, o respeito às leis e a regulação das big techs. Se esses projetos forem bem-sucedidos podem dar ao mundo um exemplo perigoso para todos os foras-da-lei. 

MAIOR TÚNEL DO MUNDO

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O túnel Fehmarnbelt, atualmente em construção entre a Dinamarca e a Alemanha, será o maior túnel imerso do mundo, com 18 km de extensão. Essa técnica, que consiste em moldar seções de concreto fora da água e depois submergi-las e conectá-las no fundo do mar, será usada também no futuro túnel entre Santos e Guarujá (SP), com 870 metros.

O projeto europeu começou em 2020 e deve ser concluído em 2029. Ele ligará as ilhas de Lolland (Dinamarca) e Fehmarn (Alemanha), substituindo balsas que atualmente fazem a travessia em 45 minutos por viagens de carro de 10 minutos ou trem de 7 minutos. A obra tem orçamento de € 7,4 bilhões (R$ 42,1 bilhões) e envolve precisão milimétrica para encaixar os 89 elementos gigantescos de concreto, cada um com 217 metros de comprimento e 73 mil toneladas.

A construção conta com seis linhas de produção trabalhando 24h por dia, sete dias por semana. A operação exige dragagem, colocação dos blocos com rebocadores e fixação subaquática com precisão de 15 mm. Inspirado no Oresund (ponte-túnel entre Dinamarca e Suécia), o Fehmarnbelt deve integrar melhor o norte da Europa e serviu de inspiração para uma réplica feita com 800 mil peças de Lego. O túnel Santos-Guarujá, previsto para 2030, terá custo estimado em R$ 6,84 bilhões e usará tecnologia similar. Apesar da diferença de escala, ambos os projetos apostam em menor impacto ambiental e maior eficiência de transporte. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 30/7/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Entenda a situação de Carla Zambelli: presa, ela tenta permanecer na Itália 

Apesar de ter cidadania italiana, a deputada foragida pode ser extraditada. Mas a decisão é da Justiça do país europeu. Parlamentar bolsonarista estava em apartamento em Roma.

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Tarifaço de Trump

Governo espera manifestação do representante de Comércio dos EUA para avançar em negociação

Avaliação é que a Casa Branca tem fechado acordos com vários países, 

e Brasil espera sua vez na fila

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Brasil depende muito mais dos EUA no comércio que o inverso, mostram dados

Brasileiros são principal fornecedor de 2,3% dos itens importados pelos EUA, que foram o principal destino de 27% de tudo o que o Brasil exportou

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Operação flagra venda de remédios vencidos 
e anabolizantes em farmácias da Bahia

Fiscalização encontrou medicamentos armazenados junto a alimentos

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Ao vivo: terremoto gera tsunami na Rússia 
e no Japão 

Tremor foi de magnitude 8,8

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT

Taxa de desemprego baixa para 6% em junho

Foi o terceiro mês consecutivo em que a taxa de desemprego recuou.

 

terça-feira, 29 de julho de 2025

RADAR JUDICIAL

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BRASIL SAI DO MAPA DA FOME

O Brasil saiu novamente do Mapa da Fome da ONU, conforme relatório da FAO, que apontou taxa de subnutrição inferior a 2,5% entre 2022 e 2024. A conquista foi anunciada durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, na Etiópia. O país já havia saído da lista em 2014, mas retornou entre 2018 e 2020 devido à interrupção de políticas sociais e aumento da pobreza. A reversão recente foi atribuída ao programa Brasil Sem Fome e a políticas como o fortalecimento do Bolsa Família, valorização do salário mínimo, incentivo à agricultura familiar e ampliação da merenda escolar. Segundo o Caged, 98% dos empregos formais criados em 2024, foram ocupados por pessoas do Cadastro Único, sendo 75% beneficiários do Bolsa Família. A pobreza extrema caiu para 4,4% e o desemprego atingiu 6,6%, o menor nível desde 2012. O professor Alexandre Cunha destacou que a articulação entre os entes federativos e o retorno de políticas integradas foram fundamentais. Ele alertou, contudo, que a continuidade dessas ações é essencial para evitar retrocessos.

O governo brasileiro também lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza durante a presidência do G20, envolvendo mais de 100 países. Apesar do progresso nacional, o relatório indica que 673 milhões de pessoas ainda enfrentaram a fome no mundo em 2024, com altas nas regiões da África e da Ásia Ocidental.

PARAIBANA É APROVADA EM SETE UNIVERSIDADES

Alice dos Santos Araújo, jovem paraibana de Nova Olinda, superou desafios financeiros e sociais para conquistar uma bolsa integral na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA. Sempre apaixonada por aprender, estudou em escolas públicas e no Instituto Federal da Paraíba, onde conheceu o universo da tecnologia e se envolveu em projetos científicos e de programação. Ao descobrir a possibilidade de estudar fora do Brasil, dedicou-se intensamente a aprender inglês com recursos gratuitos. Após o ensino médio, tirou um ano sabático para se preparar para o processo seletivo de universidades estrangeiras, contando com o apoio da mentoria da LALA. Em dois anos, foi aceita em sete universidades nos EUA e Canadá, escolhendo a UNC por seu foco em inovação e serviços comunitários.

Aprovada também na Fundação Behring, garantiu a cobertura total da graduação. Alice sonha em voltar ao Brasil para atuar na área de tecnologia e reduzir desigualdades sociais e de gênero. Ela reforça a importância de acreditar em si mesma e começar com os recursos disponíveis, mesmo em contextos difíceis.

SUPREMO BON-VIVANT

Durante o recesso do Judiciário, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, usou um jatinho da FAB para um tour entre 17 e 22 de julho, passando por Brasília, São Luís, Lençóis Maranhenses, Fortaleza e Recife. Embora tenha participado de seminários em alguns dias, desapareceu da agenda oficial nos dias 19 e 20, sendo visto com a esposa em Atins, local turístico, onde teria usado um helicóptero da PM. Em outros trechos, participou de encontros com juízes e a OAB. A aeronave transportou de 10 a 12 passageiros em cada voo. A prática não é inédita: em setembro passado, Barroso passou dois dias e meio em Mendoza, Argentina, com jato da FAB para evento de meio dia. Levou seis acompanhantes não identificados. A postura contrasta com suas críticas ao paternalismo estatal.

ISRAEL DESTRÓI GAZA

Após romper o cessar-fogo com o Hamas, em março, Israel intensificou a guerra em Gaza, alegando que a pressão forçaria a libertação de reféns. No entanto, após quatro meses, a ofensiva é vista como um fracasso estratégico e humanitário, com poucas vitórias militares e o agravamento da fome. O Hamas continua resistente, mantendo o controle de partes de Gaza e substituindo líderes mortos. O bloqueio alimentar aumentou o sofrimento civil e gerou críticas de aliados como França, Reino Unido e Alemanha. Internamente, a guerra sustenta politicamente o premiê Netanyahu, acusado de prolongá-la por interesses pessoais. A estratégia israelense sofre forte rejeição internacional, inclusive de apoiadores históricos, diante das cenas de miséria em Gaza. Mesmo defensores da guerra reconhecem falhas na execução e ausência de um plano para o futuro do território.

"BULLYING" DE TRUMP

O economista Joseph Stiglitz, Nobel de 2001, elogiou a postura do presidente Lula diante do "bullying" dos EUA sob Donald Trump, defendendo que outros líderes sigam seu exemplo. Em artigo no Project Syndicate, Stiglitz criticou a imposição de tarifas americanas às exportações brasileiras como ilegal e interferência na soberania. Ele comparou os ataques à democracia nos EUA e no Brasil, dizendo que Trump tentou minar o Estado de Direito e pressionou o Brasil a abandonar o processo contra Bolsonaro. Stiglitz destacou a firmeza das instituições brasileiras frente à tentativa de golpe de 8 de janeiro. Também condenou o uso político das plataformas digitais por oligarcas americanos e as acusações infundadas de censura contra o STF. Para o economista, Lula age por convicção na autonomia do Brasil e não por popularidade.

TARCÍSIO "ASSESSOR DE LUXO DOS BOLSONAROS

Ricardo Cappelli, presidente da ABDI, critica a aliança de Eduardo Bolsonaro com Donald Trump no tarifaço contra produtos brasileiros, afirmando que isso fortalece a frente ampla pró-Lula para 2026. Para ele, a medida tem caráter político-ideológico, e não comercial. Cappelli compara o deputado a “sequestradores” e diz que sua postura isola a extrema-direita no Brasil. Ele alerta para os riscos de transformar o país em refém dos interesses da família Bolsonaro. Também critica o governador Tarcísio de Freitas por agir como "assessor de luxo" da família Bolsonaro, esquecendo o papel estratégico de São Paulo. Destaca que é preciso aguardar os efeitos reais da sobretaxa, prevista para começar em 1º de agosto. Cappelli lembra que Trump já usou táticas semelhantes de pressão para depois recuar. Ele afirma que a ABDI poderá rever seus planos, se necessário, para proteger a indústria nacional.

                                                            Salvador, 29 de julho de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


FRANÇA DIZ: SUBMISSÃO DA UNIÃO EUROPEIA AOS EUA

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A França classificou como “dia sombrio” para a Europa o novo acordo comercial entre EUA e União Europeia, que impõe tarifa de 15% sobre produtos europeus sem contrapartida imediata contra os EUA. O primeiro-ministro francês François Bayrou criticou o que chamou de “submissão” da UE ao presidente Trump. A França havia defendido postura mais dura, mas prevaleceu a linha conciliatória da Itália e da Alemanha. O premiê alemão Friedrich Merz disse que o acordo evita uma escalada tarifária, mas trará prejuízos à economia alemã. Já o silêncio de Emmanuel Macron e o apoio contido do premiê espanhol Pedro Sánchez evidenciaram a divisão interna. Giorgia Meloni, da Itália, defendeu o pacto, afirmando que uma guerra comercial seria devastadora.

O governo francês reconheceu alguns benefícios —como isenção para bebidas e setor aeroespacial—, mas apontou desequilíbrio no trato. O ministro francês Benjamin Haddad pediu ativação do “instrumento anti-coerção” da UE. O acordo foi duramente criticado também por Viktor Orban, da Hungria, e pelo chanceler russo Serguei Lavrov, que previu desindustrialização na Europa. Empresários da indústria química e automotiva reagiram com cautela. Segundo Trump, o pacto prevê ainda US$ 750 bilhões em compras de energia, US$ 600 bilhões em investimentos e grande aquisição de armamento dos EUA. Para Ursula von der Leyen, o acordo é melhor do que uma guerra comercial. 

HÁ FOME EM GAZA, DIZ TRUMP

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O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu ao contrariar publicamente o premiê israelense Benjamin Netanyahu, quando reconheceu que há fome real na Faixa de Gaza. A declaração foi feita ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e marca uma ruptura na postura até então totalmente alinhada dos EUA com Israel desde o início da guerra contra o Hamas em outubro de 2023. Trump afirmou ser necessário ampliar o envolvimento humanitário na região e expressou preocupação com o sofrimento de crianças palestinas famintas. Enquanto Netanyahu havia declarado que "não há fome em Gaza", Trump disse que as imagens e informações disponíveis apontam o contrário. Ele também criticou as dificuldades de acesso dos palestinos à ajuda alimentar e anunciou a intenção de criar "centros de alimentação" em Gaza, com apoio de aliados — embora sem detalhar quais países participariam nem como funcionaria a implementação.

O Reino Unido, por meio de Starmer, reforçou a crítica à situação humanitária e defendeu um cessar-fogo imediato, além de propor a evacuação de crianças feridas e a intensificação do envio de ajuda. Um comunicado conjunto dos governos britânico e americano destacou a urgência de ações concretas para pôr fim ao sofrimento em Gaza e permitir o acesso rápido e em larga escala à assistência humanitária. A mudança de tom dos EUA ocorre em meio a crescentes críticas internacionais a Israel, acusado de restringir severamente a entrada de alimentos no território palestino. Segundo a ONU, Gaza vive atualmente um “show de horrores”. Apesar da aliança militar com Israel, Trump cobrou que o país permita que a ajuda chegue à população civil. Também reiterou sua decepção com o presidente russo Vladimir Putin, prometendo endurecer sanções à Rússia. Essa postura mais crítica de Trump sinaliza um possível reposicionamento diplomático dos EUA diante do agravamento da crise humanitária em Gaza e da pressão internacional por soluções mais efetivas e humanitárias no conflito. 

PRIOVIMENTO DESBUROCRATIZA RETIFICAÇÃO









O CNJ publicou o Provimento nº 195/2025, que moderniza e desburocratiza a retificação de matrículas de imóveis rurais e a atuação dos cartórios. A medida visa impulsionar a regularização fundiária e fortalecer o agronegócio. O provimento altera o Código Nacional de Normas da Corregedoria Nacional de Justiça e institui o Inventário Estatístico Eletrônico do Registro de Imóveis (IERI-e) e o Sistema de Informações Geográficas do Registro de Imóveis (SIG-RI), que introduzem dados georreferenciados vinculados ao Sistema Geodésico Brasileiro. A medida reforça a confiabilidade das matriculas, combate fraudes, previne a grilarem e reduz conflitos fundiários. O provimento também cria o procedimento de autotutela registral, permitindo que o próprio cartório corrija erros, de ofício ou mediante requerimento, erros materiais ou formais nos registros, sem a necessidade de decisão judicial. Está assegurado o contraditório e a notificação de interessados, garantindo segurança e agilidade no trâmite. Dispensa-se a anuência de vizinhos em certas retificações de matrículas, como quando o imóvel está certificado pelo Incra. 

Há ainda previsão de QR Codes vinculados às matrículas, inclusão de dados técnicos complementares e mecanismos para restaurar registros danificados. A norma exige integração com o sistema Sigef e será implementada gradualmente nos próximos 60 meses. A iniciativa busca aumentar a segurança jurídica, a transparência e facilitar o acesso ao crédito no meio rural.



SAIU NO CORREIO BRAZILIENSE

A 'balsa do sexo', um dos experimentos mais estranhos de todos os tempos

Embora o Ra I não tenha chegado ao seu destino, Heyerdahl demonstrou com o Ra II que era possível viajar do Mediterrâneo e cruzar o Oceano Atlântico muito antes de Colombo -  (crédito: Getty Images)

O antropólogo espanhol-mexicano Santiago Genovés estava voando para a Cidade do México, onde vivia desde os 15 anos, quando chegou ao país como refugiado da Guerra Civil Espanhola.

Ele havia embarcado na cidade de Monterrey, após participar de uma conferência sobre a história da violência, quando de repente um grupo assumiu o controle da aeronave, exigindo a libertação de alguns companheiros.

"Era bom demais para ser verdade... Imagina a ironia. Eu, um cientista que passou a carreira toda estudando comportamento violento, acabar dentro de um avião sequestrado."

"Toda a minha vida eu tentei saber por que as pessoas brigam e entender o que realmente acontece na nossa mente", escreveu depois Genovés, uma das grandes referências mundiais em antropologia física, doutor em antropologia pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que dava aulas na Universidade Autônoma do México.

O sequestro da aeronave inspirou o pesquisador a criar uma situação semelhante, que serviria como laboratório para estudar o comportamento humano.

E a experiência que havia tido alguns anos antes com o renomado aventureiro e etnólogo norueguês Thor Heyerdahl deu a ele a ideia para colocar seu plano em prática.

Ilustração do Ra I
Embora o Ra I não tenha chegado ao seu destino, Heyerdahl demonstrou com o Ra II que era possível viajar do Mediterrâneo e cruzar o Oceano Atlântico muito antes de Colombo

Genovés havia colaborado com Heyerdahl na construção de embarcações de papiro Ra I e Ra II, no estilo dos barcos do antigo Egito, e fez parte da tripulação multinacional que cruzou o Atlântico para mostrar que os africanos poderiam ter chegado à América antes de Cristóvão Colombo.

Durante essas viagens, ele aprendeu o que todo marinheiro sabe: não há laboratório melhor para estudar o comportamento humano do que um grupo que flutua em alto mar.

Casa na água

Com o mar como meio isolante perfeito, o antropólogo se encarregou de preparar seu experimento, elaborando estratégias para provocar conflitos e ferramentas para examiná-los.

"Graças a testes com animais em laboratório sabemos que a agressão pode ser desencadeada colocando diferentes tipos de ratos em um espaço limitado. Quero descobrir se acontece o mesmo com os seres humanos."

O antropólogo mandou construir então um barco de 12 x 7 metros com uma pequena vela. A cabine media 4 x 3,7 metros, com "espaço apenas para o corpo de cada um, deitado. Não dá para ficar em pé", escreveu na Revista de la Universidad de México, em 1974.

Imagem de três pessoas deitadas sob luz rosa
Os participantes dormiam assim na cabine, conforme mostraram 45 anos depois, três dos seis voluntários do experimento reunidos pelo diretor Marcus Lindeen para o documentário 'A Balsa'

E tanto o chuveiro quanto o vaso sanitário ficavam ao ar livre, à vista dos colegas de tripulação.

Ele chamou a balsa de Acali, que na língua náuatle significa "casa na água".

Nela, embarcariam 10 pessoas para fazer uma viagem que duraria 101 dias, sem motor, eletricidade, tampouco "barcos a acompanhando, ou possibilidade de recuar".

'Dez bravos desconhecidos'

Para encontrar voluntários, Genovés publicou um anúncio em vários jornais internacionais - centenas de pessoas responderam.

anúncio publicado no jornal The Times em 6/4/1973
'Líder de expedição busca voluntários para cruzar o Atlântico em uma balsa, duração de 3 meses, homens e mulheres, de preferência casados, mas sem participação dos cônjuges, idade 25-40', dizia o anúncio publicado no jornal The Times em 6/4/1973

Ele escolheu quatro homens e seis mulheres - sendo apenas quatro deles solteiros e quase todos com filhos, de diferentes nacionalidades, religiões e contextos sociais, selecionados "para criar tensões no grupo".

Entre eles, estava a capitã: a sueca Maria Björnstam, solteira, de 30 anos, a quem Genovés convidou para ser "a primeira mulher do mundo a ser nomeada capitão de uma embarcação".

Não foi a única mulher a quem ele designou uma função dominante.

Genovés decidiu dar papéis importantes a todas elas, deixando para os homens tarefas insignificantes.

"Me pergunto se dar poder às mulheres levará a menos violência. Ou se haverá mais", escreveu.

Em 13 de maio de 1973, a balsa Acali saiu de Las Palmas, nas Ilhas Canárias, sendo lançada em alto mar como uma ilha flutuando preguiçosamente em direção ao seu destino: a ilha mexicana de Cozumel.

Os 11 participantes a bordo da balsa, com a capitã no meio
Os 11 participantes a bordo da balsa, com a capitã no meio

Sexo dentro e fora

Junto com Acali também zarpou a imaginação da opinião pública, instigada pela imprensa.

Apesar de não contar com as câmeras que anos depois mostrariam todos os detalhes de situações semelhantes em reality shows, os meios de comunicação aproveitaram para criar histórias mirabolantes baseadas nos poucos minutos de contato de rádio com a embarcação.

Os jornais estampavam manchetes como "As orgias na jangada do amor" ou "O segredo da balsa do amor" - que falava sobre um suposto código secreto de rádio, para o caso de haver alguma emergência na "balsa da paixão". Foram publicados artigos dedicados, inclusive, ao fato de a capitã usar biquíni, o que fez com que o projeto de Genovés começasse a ser conhecido como "a balsa do sexo".

E, embora a realidade a bordo não fosse como os jornais pintavam, as relações sexuais estavam muito presentes no menu de experimentos preparado pelo antropólogo.

Grupo na parte externa da balsa
Entre outras coisas, o próprio estreitamento da jangada dificultava logisticamente o sexo... Embora essas dificuldades tenham sido superadas por vários casais, mas não da forma como os tabloides imaginavam

"Estudos científicos com macacos mostraram que existe uma conexão entre violência e sexualidade, onde a maioria dos conflitos entre machos é consequência da disponibilidade de fêmeas que estão ovulando."

"Para verificar se acontece o mesmo entre os seres humanos, selecionei participantes sexualmente atraentes."

"E como o sexo está ligado à culpa e à vergonha, coloquei entre eles Bernardo, um padre católico de Angola, para ver o que acontece."

Na embarcação, embora vários membros da tripulação tenham tido relações sexuais, esse aspecto do comportamento humano não gerou tensões ou hostilidades dignas de nota - a não ser que levasse em conta o desconforto sentido pelos participantes quando descobriram, ao fim da viagem, a narrativa lasciva dos tabloides sobre a expedição.

O observador observado

No entanto, o sexo era apenas uma das facetas de um experimento cujos objetivos eram considerados mais elevados - como o próprio Genovés confirmou ao ser questionado pela capitã Maria perante o grupo:

"Eu disse a eles que queria descobrir como criar a paz na Terra."

Para alcançar este feito, era essencial entender a agressividade dos seres humanos.

No entanto, com o passar dos dias, o único indício de comportamento violento que se manifestou naquele laboratório flutuante foi diante de um tubarão - "para minha grande surpresa, não houve ciúme sexual, tampouco conflitos entre os participantes".

Grupo na parte externa da balsa
'Como não era permitido ler livros, o único entretenimento era cantar ou contar histórias sobre suas vidas em terra'... mas nada disso desencadeou atos violentos

Após 51 dias de convivência, Genovés escreveu frustrado:

"Ninguém parece lembrar que estamos aqui tentando encontrar uma resposta para a questão mais importante do nosso tempo: Podemos viver sem guerras?"

Ele levou um tempo até perceber que seus métodos estavam efetivamente surtindo efeito: causar irritação, provocar animosidade e despertar agressividade. Mas, surpreendentemente, não da maneira que havia imaginado.

"Me dei conta que o único que havia mostrado qualquer tipo de agressividade ou violência na balsa tinha sido eu."

E não foi só isso. Ele também foi o único alvo dos sentimentos sombrios dos outros.

'Assassinato'

Mais de quatro décadas depois, alguns membros da tripulação confirmaram que chegaram a imaginar a hipótese de "assassinato".

"Estávamos todos pensando a mesma coisa ao mesmo tempo - será que vamos fazer isso?", contou a engenheira americana Fe Seymour, no documentário A Balsa, do cineasta sueco Marcus Lindeen.

Lindeen reuniu os seis participantes do projeto Genovés que ainda estão vivos para compartilhar suas memórias, fotos e filmes em uma reconstituição do experimento.

Sobreviventes do experimento (da esquerda para a direita): Mary Gidley, Edna Reves, Fé Seymour, Eisuke Yamaki, Maria Björnstam e Servane Zanotti
Sobreviventes do experimento (da esquerda para a direita): Mary Gidley, Edna Reves, Fé Seymour, Eisuke Yamaki, Maria Björnstam e Servane Zanotti

Em sua ânsia de proteger o projeto, Genovés acabou se comportando como "um ditador", segundo Björnstam, ao ponto de em determinado momento assumir o comando e se declarar capitão.

"Era difícil suportar sua violência psicológica", acrescentou o japonês Eisuke Yamaki.

Os participantes imaginaram várias estratégias: desde jogá-lo "acidentalmente" ao mar até injetar drogas que causariam uma parada cardíaca - "com a mão de todos segurando a seringa".

"Me dava medo pensar que chegaria ao ponto em que faríamos isso. Fiquei assustada. Como estávamos no mar, não é como quando você está em terra: nada era normal."

"Naquele momento, percebi que tínhamos a capacidade de fazer algo terrível para sobreviver", lembra Seymourno no documentário A Balsa.

Em terra firme

Mas nada grave aconteceu.

Os problemas com Genovés foram resolvidos diplomaticamente, assim como todas as outras desavenças que haviam tido durante a viagem - diferentemente do que previa o experimento.

Parte externa da balsa
'Acordei no meio da noite, os outros dormiam tranquilamente à minha volta. Mas por alguma razão me senti completamente só', escreveu Genovés

Quando a balsa chegou ao México, todos que estavam a bordo - incluindo Genovés - foram mantidos isolados por uma semana e submetidos a uma série de exames com psiquiatras, psicólogos e médicos.

O antropólogo passou por momentos difíceis durante os exames e, depois, com as críticas que foram feitas ao experimento. Mas seguiu em frente com sua carreira de prestígio como antropólogo físico, com suas aventuras flutuantes (mais tarde, navegou sozinho para "conhecer a si mesmo") e sua farta produção de artigos e livros, entre várias outras coisas.

Para os voluntários, a viagem começou e terminou como uma aventura. Apesar de terem vivido alguns momentos difíceis, não havia desavenças no grupo, muito pelo contrário. Eles criaram um vínculo que se mantém até hoje.

Após pesquisar minuciosamente o caso, o autor do documentário acredita que Genovés poderia ter encontrado parte do que buscava em Acali - mas não exatamente com seus questionários e estratégias.

"Se tivesse ouvido a explicação das pessoas de por que estavam na balsa - Maria fugindo de um marido abusivo, o racismo que Fe tinha sofrido -, ele teria aprendido sobre as consequências da violência e como às vezes podemos superá-la suavizando nossas diferenças", avaliou Marcus Lindeen em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Esta reportagem foi publicada originalmente em 2019 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 29/7/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Ações e investigações no Brasil colocam Eduardo Bolsonaro sob pressão


Deputado licenciado está nos EUA apoiando sanções de Donald Trump contra o Brasil. Enquanto isso, aumentam pedidos de cassação e de prisão contra o parlamentar no Congresso

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Tarifaço nos EUA já reduz preços de alimentos no Brasil. Veja o que pode ficar mais barato

'É necessário privilegiar o pragmatismo na negociação com os EUA', 
diz embaixador Graça Lima

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Bolsonaro condenado pode pegar de 12 a 43 anos, e debate sobre extensão de pena segue aberto

Acusações incluem organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático e golpe de Estado

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Mercado financeiro reduz previsão 
da inflação para 5,09%

Estimativa para o PIB é de 2,23% este ano, diz BC

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Eduardo Bolsonaro, sobre senadores nos EUA: “Trabalho para que não encontrem diálogo”

Deputado volta a condicionar negociação com Trump por “gesto” favorável ao seu pai

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Quatro em cada cinco portugueses irá procurar alternativas aos produtos norte-americanos 

A maioria dos portugueses diz que uma escalada tarifária terá impactos no consumo pessoal e admite deixar de comprar produtos dos Estados Unidos. Bens portugueses e europeus serão alternativas.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

RADAR JUDICIAL

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PROIBIDO ANESTESIA: TATUAGEM

O Conselho Federal de Medicina proibiu o uso de sedação, anestesia geral e bloqueios anestésicos para tatuagens, salvo quando indicadas para reconstrução corporal por médicos. A decisão, publicada no Diário Oficial da União, foi tomada após casos como o do influenciador Ricardo Godoi, que morreu, supostamente, após tomar anestesia geral para tatuar o corpo. Famosos como Igor Kannário, Rafaella Santos e MC Cabelinho relataram ter usado sedação ou anestesia para tatuagens longas. Especialistas alertam que esse tipo de procedimento envolve riscos graves, como parada respiratória, hipoxemia, broncoaspiração, arritmias e reações alérgicas, especialmente se feito sem a preparação adequada, como jejum.

Segundo os médicos, a anestesia geral exige ambiente hospitalar e ventilação mecânica, enquanto a sedação, embora menos invasiva, também requer cuidados. A anestesia geral induz inconsciência total e perda da respiração espontânea; já a sedação reduz a consciência, mas permite algum grau de interação com o ambiente.

GERENTE AMEAÇA COM CHICOTE

Um auxiliar de supermercado no Rio Grande do Sul receberá R$ 30 mil de indenização por danos morais, depois de ameaçado com um chicote por um gerente e sofrer discriminação no trabalho. Segundo o processo, o gerente bateu o chicote no corrimão e disse: “quero ver não trabalhar agora”. O empregado também era alvo de piadas sobre sua orientação sexual, sendo chamado de “mocinha” e “sniper”. Apesar de denunciar o caso ao gerente-geral e enviar uma foto do chicote, nenhuma providência foi tomada, e ele acabou demitido. A empresa negou discriminação, mas a única testemunha confirmou a denúncia. A juíza Amanda Brazaca Boff, da 1ª Vara do Trabalho em Canoas/RS, aplicou o Protocolo de Julgamento com Perspectiva Racial do CNJ e destacou que a ameaça com chicote remete à escravidão e viola a dignidade humana. A sentença ressaltou o dever do empregador de garantir um ambiente digno e seguro, condenando a omissão e a posterior dispensa como forma de perpetuação da opressão.

FAMILIARES DE TESTEMUNHA DE JEOVÁ NÃO RECEBE INDENIZAÇÃO 

A 2ª Câmara de Direito Público do TJ/SP negou pedido de indenização feito por familiares de uma paciente, testemunha de Jeová, que faleceu após recusar cirurgia que envolvia transfusão de sangue. A mulher tinha diversas comorbidades e, por razões religiosas, a família recusou o procedimento indicado. O IAMSPE iniciou busca por hospital que realizasse a cirurgia conforme os preceitos religiosos em 28/6/2023, e a paciente foi transferida, por decisão da família, para a Santa Casa de Mococa em 20/7. Uma nova transferência chegou a ser oferecida, mas foi cancelada pela Santa Casa. O óbito ocorreu em 28/7. Os familiares alegaram omissão e pediram indenização por danos e reembolso de despesas. A Justiça entendeu que não houve irregularidade no atendimento nem nexo de causalidade entre a conduta do IAMSPE e a morte. O relator, desembargador Marcelo Berthe, ressaltou que o Instituto não se manteve inerte e agiu conforme a situação exigia. O pedido de reembolso também foi negado por falta de base legal. A sentença de improcedência foi mantida.

BRASILEIRO QUER DEIXAR GUERRA

O brasileiro Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, viajou à Ucrânia como voluntário para atuar na guerra, esperando trabalhar com drones. No entanto, foi realocado para um batalhão de infantaria em Kharkiv, próximo à linha de frente, e agora tenta voltar ao Brasil. Ele afirma que assinou um contrato com o Ministério da Defesa Ucraniano que o impede de deixar o país antes de seis meses. Lucas relata ter procurado ajuda da Embaixada do Brasil, mas não obteve apoio. Após publicar um desabafo nas redes sociais, outros brasileiros ofereceram ajuda. O contrato tem validade de três anos e permite rompimento apenas em casos específicos, como problemas de saúde. Lucas teme ser forçado a ir ao combate e diz não estar preparado física nem psicologicamente. Ele recebia US$ 400 por mês e havia expectativa de salários maiores. Segundo o Itamaraty, nove brasileiros já morreram no conflito e 17 estão desaparecidos. A guerra entre Rússia e Ucrânia começou em 2022 e continua sem previsão de término. 

RECONHECIMENTO FACIAL

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul absolveu três homens, acusados de assaltar uma joalheria, de onde foram levadas joias avaliadas em R$ 335 mil. O juízo de primeira instância havia condenado os três a penas entre oito e dez anos de prisão. No recurso, os réus alegaram nulidade, no reconhecimento facial, feito sem a presença de advogados e sem seguir o procedimento do artigo 226 do Código de Processo Penal. A defesa sustentou violação ao contraditório e à ampla defesa. O Ministério Público defendeu a validade do reconhecimento. No entanto, o relator, desembargador Ivan Bruxel, acolheu os argumentos da defesa, destacando que a vítima reconheceu um dos acusados com apenas 60% de certeza e que as demais provas não eram contundentes. A decisão de absolvição foi unânime.

EUA DIFICULTAM ACORDO COM BRASIL

Os Estados Unidos firmaram novo acordo comercial com a União Europeia, impondo tarifa de 15% sobre automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos, em substituição à taxa de 30% anunciada anteriormente. Também foi acordada tarifa zero para itens estratégicos como aeronaves, produtos químicos e medicamentos genéricos. O pacto inclui ainda US$ 600 bilhões em investimentos europeus nos EUA. Nenhuma decisão foi tomada quanto às tarifas sobre vinhos e bebidas alcoólicas. Paralelamente, os EUA negociam com a China, em Estocolmo, com prazo até 12 de agosto para evitar tarifas superiores a 100%. O SCMP aponta possível trégua de 90 dias. Já o Brasil enfrenta dificuldades nas tratativas com o governo Trump, apesar do interesse dos EUA em minerais estratégicos, no Brasil. O Planalto deve atualizar as negociações, mas se prepara para tarifa de 50% já na sexta-feira.

Salvador, 28 de julho de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.