No dia seguinte à decisão de Donald Trump de bloquear petroleiros sob sanção ligados à Venezuela, as Forças Armadas venezuelanas divulgaram nota reafirmando lealdade a Nicolás Maduro e rejeitando as ameaças dos EUA. O texto, assinado pelo ministro da Defesa Vladimir Padrino López, foi publicado nas redes oficiais do comando militar e adota tom duro contra Washington. Os militares classificaram o bloqueio naval anunciado por Trump como “pirataria descarada” e rejeitaram qualquer intimidação. Trump afirmou que a frota americana no Caribe continuará crescendo até que a Venezuela “devolva” bens supostamente roubados, sem apresentar provas. O regime venezuelano chamou as declarações de “fantasiosas e incoerentes” e acusou os EUA de usar o combate ao narcotráfico como pretexto. Segundo as FANB, a ofensiva faz parte de um plano de mudança de regime e apropriação do petróleo venezuelano. O comunicado associa a política americana a um ressurgimento da Doutrina Monroe e a uma tentativa de dominação neocolonial. Os militares evocaram Simón Bolívar e afirmaram que a dignidade nacional não é negociável.
A nota acusa Washington de violar a Carta da ONU, o direito internacional e normas do comércio marítimo. Também pede que organismos multilaterais ajam contra a escalada belicista. Maduro conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciando ameaças à soberania venezuelana. Guterres não se manifestou publicamente. Na prática, o bloqueio deve impedir a navegação da maioria dos petroleiros, exceto os ligados à Chevron. A empresa americana segue operando na Venezuela com autorização de Washington. A medida ocorre em meio ao aumento da presença militar dos EUA no Caribe e no Pacífico. Trump acusa Maduro de corrupção e tráfico internacional, acusações negadas pelo regime. Maduro afirma que resistirá a qualquer tentativa de removê-lo do poder. Ele assumiu um terceiro mandato, apesar de denúncias de fraude eleitoral. Recentemente, os EUA apreenderam no Caribe um petroleiro que saiu da Venezuela rumo ao Irã. Cerca de 11 milhões de barris estariam parados em navios na costa venezuelana. A China, principal destino do petróleo venezuelano, criticou o “assédio unilateral” dos EUA. Pequim declarou apoio à soberania e à dignidade nacional da Venezuela.
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