sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

NA AUSTRÁLIA: CIDADE SUBTERRÂNEA

Conheça a cidade australiana onde metade da população vive embaixo da terra  - Revista Galileu | SociedadeNo centro árido da Austrália, a 848 km de Adelaide, surgem misteriosas pirâmides de areia que anunciam Coober Pedy, uma cidade de mineração de opala com cerca de 2,5 mil habitantes. Em meio a um cenário desolado de poeira rosada, tubos brancos e montes de terra revelam algo incomum: grande parte da cidade está subterrânea. Cerca de 60% da população vive em casas escavadas em rochas de arenito e siltito. Na superfície, quase nada denuncia essas moradias, além de poços de ventilação e pilhas de terra. No verão, quando as temperaturas chegam a 52 °C, viver debaixo da terra deixa de ser excentricidade e se torna necessidade. Esse tipo de habitação não é novo. Povos antigos, de cavernas na África e na França à Capadócia, na Turquia, já usavam o subsolo para escapar de climas extremos. Em Derinkuyu, por exemplo, uma cidade subterrânea milenar chegou a abrigar até 20 mil pessoas, mantendo temperatura estável durante todo o ano.

Em Coober Pedy, o mesmo princípio garante conforto térmico constante, em torno de 23 °C, sem necessidade de ar-condicionado. Além disso, as casas são mais baratas, silenciosas, livres de insetos e energeticamente eficientes. A viabilidade local se deve às rochas macias e secas, fáceis de escavar e estruturalmente estáveis. Já em regiões úmidas, a construção subterrânea enfrenta problemas de ventilação, mofo e água subterrânea. Apesar de riscos como desabamentos ocasionais, muitos moradores defendem o estilo de vida. Em um mundo cada vez mais quente, Coober Pedy surge como um exemplo extremo — e talvez profético — de adaptação humana ao clima. 



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