quinta-feira, 6 de novembro de 2025

TRUMP PRESSIONA SENADORES PARA ACABAR COM A OBSTRUÇÃO

Em meio à mais longa paralisação do governo americano, o presidente Donald Trump intensificou a pressão sobre senadores republicanos para abolir o filibuster, regra que exige apoio de 60 votos para avançar projetos no Senado. Ele quer aprovar um projeto que reabra o governo, mas a medida rompería tradições da Casa. Nas últimas semanas, Trump tem atacado o mecanismo, especialmente após a vitória democrata em Nova York. “Voltem a aprovar leis e reformas eleitorais”, escreveu na Truth Social. O presidente culpa o Senado por travar suas indicações e políticas durante o impasse orçamentário. O filibuster permite que um único senador bloqueie votações, exigindo 60 votos para encerrá-las. Com 53 cadeiras republicanas, Trump depende de democratas dissidentes, mas só três têm colaborado, mantendo o impasse.  

O presidente insiste que eliminar a regra é a “única maneira” de aprovar algo, porém seus correligionários temem que, sem ela, os democratas aprovem tudo quando voltarem ao poder. O líder da maioria, John Thune, rejeita a “opção nuclear” que alteraria as regras por maioria simples, afirmando que o fim do filibuster “beneficiaria inevitavelmente os democratas”. Veteranos republicanos alertam que, sem o mecanismo, uma futura maioria democrata poderia conceder status de Estado a Washington e Porto Rico, ampliando sua força no Senado. Mesmo aliados de Trump, como Lindsey Graham, reconhecem sua frustração, mas descartam mudanças. O filibuster também preserva o poder individual dos senadores e o equilíbrio entre os poderes. O embate expôs divisões no Partido Republicano, que no Senado prioriza a tradição e o consenso. Desde 2021, o tema voltou ao debate, agora invertendo papéis: os republicanos defendem a regra que antes criticavam nos democratas. Thune repete a resistência de Mitch McConnell, lembrando que o filibuster, embora incômodo, é um símbolo de moderação e da força da minoria. 

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