Savell às vezes recomenda que pacientes conversem com chatbots sobre ansiedade ou relacionamentos. Segundo a Harvard Business Review, terapia e companhia estão entre os principais motivos de uso da IA, embora um estudo da OpenAI indique que apenas 2% das mensagens tratem de “relacionamentos e autocuidado”. Usuários têm relatado experiências positivas online, e alguns aplicativos oferecem terapia via IA. Luke Percy, conselheiro em Baltimore, vê o ChatGPT como um “diário com um parceiro que faz boas perguntas”, mas reforça que não substitui o terapeuta. Savell e Percy usam IA para refletir sobre ansiedade e luto, mas reconhecem limites. Elizabeth Greene, terapeuta em Manhattan, diz que o relacionamento humano é insubstituível. Worthy alerta contra autodiagnósticos e ressalta que só obteve bons resultados com pedidos bem estruturados. Outros especialistas temem que o fácil acesso leve à dependência emocional. Apesar das preocupações, todos os terapeutas concordam: se o paciente usar ChatGPT para refletir sobre sua saúde mental, isso deve ser levado à sessão humana.
domingo, 9 de novembro de 2025
IA EM USO TERPÊUTICO
Jack Worthy, terapeuta em Manhattan, começou a usar o ChatGPT para buscar receitas e apoiar pesquisas, mas, em um momento estressante, pediu ajuda emocional. Pediu ao bot que analisasse seus diários de sonhos e se surpreendeu com as conclusões: percebeu que seus mecanismos de enfrentamento estavam sobrecarregados. “Foi analisando meus sonhos com o ChatGPT que reconheci: estou realmente sob grande estresse”, diz. A experiência reflete um movimento crescente entre terapeutas e pacientes. Embora chatbots sejam acusados de prejudicar usuários vulneráveis, alguns profissionais veem neles uma ferramenta complementar útil. “Me deu um suporte de primeira linha”, diz Nathalie Savell, terapeuta perto de Baltimore. Worthy afirma que não substituiria seu terapeuta humano, mas usa o ChatGPT para tornar suas sessões mais produtivas. O uso terapêutico da IA, porém, levanta alertas. Há relatos de adolescentes que morreram após interações com bots e estudos mostram que muitos falham ao lidar com riscos de suicídio. Terapeutas defendem que a IA deve ser apenas um complemento à terapia e usada sob supervisão profissional. Ainda assim, cresce o apelo por companhia entre sessões.

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