Milhares de pessoas participaram ontem, 18, em protestos em várias cidades dos Estados Unidos contra políticas consideradas autoritárias do presidente Donald Trump. Batizado de “No Kings” (“Sem reis”), o movimento reuniu cerca de 2.600 focos de manifestação em todos os 50 estados. Os atos criticaram medidas do governo sobre imigração, educação, saúde e segurança, vistas como sinais de autocratização. Em Washington, organizadores esperavam 100 mil pessoas marchando pela avenida Pensilvânia até o Capitólio. Outras grandes cidades, como Nova York, Boston, Chicago e Atlanta, também registraram protestos expressivos. Cartazes pediam proteção a imigrantes, atenção ao sistema de saúde e o fim do “autoritarismo presidencial”. Entre os manifestantes estavam veteranos, empresários e famílias inteiras. Christine, ex-militar, afirmou que Trump “abusa de seus poderes” ao perseguir imigrantes. A empresária Ann Apfel, 80, criticou retrocessos na saúde e o incentivo à não vacinação. Já Wolanda Wilson, 53, denunciou perseguições ilegais a imigrantes. Os atos transcorreram sem violência, com dispersão por volta das 14h30 (15h30 em Brasília). Protestos também ocorreram em Londres, Madri e Barcelona, em frente a embaixadas americanas. No norte da Virgínia, centenas marcharam perto do Cemitério Nacional de Arlington, onde Trump cogita erguer um monumento semelhante ao Arco do Triunfo.
Desde seu retorno à Casa Branca, Trump endureceu ações migratórias, cortou verbas para universidades e reduziu o funcionalismo público. Também mobilizou tropas da Guarda Nacional em cidades como Washington e na Califórnia, o que gerou processos por abuso de poder. A organizadora Leah Greenberg, do grupo Indivisible, afirmou: “Não há nada mais americano do que dizer ‘não temos reis’”. Mais de 300 grupos civis participaram das marchas; a ACLU treinou coordenadores para manter o caráter pacífico dos atos. Políticos como Bernie Sanders, Alexandria Ocasio-Cortez e Hillary Clinton manifestaram apoio. Já o republicano Mike Johnson classificou o evento como “comício de ódio à América”. Segundo a pesquisadora Dana Fisher, este pode ter sido o maior dia de protestos da história moderna dos EUA, com até 3 milhões de participantes. Para ela, o objetivo é reforçar a identidade coletiva de quem se sente ameaçado pelo governo Trump e estimular a resistência democrática.
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