sexta-feira, 5 de setembro de 2025

TRUMP PERDE APOIO DA ÍNDIA, DA RÚSSIA E DA CHINA

Ao fim de uma semana de intensa diplomacia entre Xi Jinping, Vladimir Putin e Narendra Modi, Donald Trump reagiu ironicamente nas redes sociais, demonstrando incômodo com a aproximação entre Índia, Rússia e China. Xi sediou a cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, criada em 2001, e anunciou a formação de um banco do grupo voltado a questões de segurança. Trump, na semana anterior, havia elevado tarifas contra a Índia, como fez com o Brasil, alegando punir Nova Déli por comprar petróleo russo. A medida empurrou Modi para a órbita chinesa, rompendo a estratégia dos EUA de usá-lo como contrapeso a Pequim. Enquanto isso, Trump não aplicou sanções equivalentes à própria China, maior compradora do petróleo russo, nem à Europa.

Putin, após a cúpula, permaneceu em Pequim para o desfile dos 80 anos do fim da Segunda Guerra, ao lado de Xi e de Kim Jong-un, que fornece apoio militar à Rússia. O pacto de “amizade sem limites” firmado entre Moscou e Pequim em 2022 fortaleceu a cooperação militar e econômica, com patrulhas conjuntas, petróleo barato e possível fornecimento futuro de gás. Trump tentou reaproximar-se de Putin, reduzindo apoio à Ucrânia e até propondo uma cúpula no Alasca. Contudo, as negociações de paz seguem travadas pela pressão europeia. Assim, Trump perde espaço tanto na Índia quanto na Rússia, aproximadas de Xi. Ainda que haja exagero no simbolismo, o desconforto geopolítico do americano ficou explícito. 

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