O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou ontem, 25, que vai rebaixar as relações diplomáticas com o Brasil, após o Itamaraty não responder à indicação de um novo embaixador. Israel havia indicado Gali Dagan em janeiro para assumir a embaixada em Brasília, mas a concessão do agrément, necessária para o exercício da função, ficou sem resposta. No contexto diplomático, a ausência de resposta é vista como equivalente a uma recusa. “Após o Brasil se abster de responder ao pedido de agrément, Israel retirou o pedido, e as relações passam a um patamar diplomático inferior”, disse o ministério. O assessor da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim afirmou que não houve veto, mas que a ausência do agrément é uma resposta à “humilhação pública” do representante brasileiro em Tel Aviv em 2024. Amorim declarou que o Brasil quer manter boa relação com Israel, mas não aceita o que chama de “genocídio” em Gaza.
Desde maio de 2024, o Brasil mantém o cargo de embaixador em Tel Aviv vago. O comunicado israelense reafirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado “persona non grata” desde fevereiro de 2024, após comparar ações de Israel às dos nazistas. A comparação irritou o governo israelense, e Netanyahu disse que Lula havia cruzado a “linha vermelha”. O chanceler israelense levou o então embaixador brasileiro Frederico Meyer ao Museu do Holocausto, ato interpretado como uma humilhação diplomática pelo Brasil. Apesar disso, Israel mantém laços com setores amigos do país no Brasil.
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