A apreensão, nesta semana, de um petroleiro com petróleo venezuelano pelos EUA ameaça agravar a crise energética em Cuba, que enfrenta blecautes prolongados, economia fragilizada e uma rede elétrica em colapso. A ilha depende fortemente do petróleo bruto e de derivados da Venezuela, transportados por embarcações pequenas e navios-tanque sancionados. Caso as interceptações se tornem frequentes e acompanhadas de novas sanções, essa cadeia de suprimentos pode ser drasticamente reduzida. Washington já impôs sanções a seis navios ligados à Venezuela e planeja novas apreensões nas próximas semanas. De janeiro a novembro, a Venezuela enviou cerca de 27 mil barris diários a Cuba, volume menor que o do ano anterior, mas ainda essencial para cobrir cerca de 50% do déficit cubano.
Segundo especialistas, sem o petróleo venezuelano —e com a redução das remessas do México e a ausência de grandes volumes russos— Cuba ficaria em situação crítica. A medida dos EUA também tem causado insegurança entre operadores marítimos, que reconsideram viagens a partir da Venezuela. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, classificou a apreensão como “ato de pirataria” e violação do direito internacional. Apesar de anunciar investimentos em energia solar, Cuba admite que continuará dependente do combustível fóssil para manter suas usinas termelétricas em funcionamento.
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