terça-feira, 4 de novembro de 2025

SOLDADOS ISRAELENSES ABUSAM SEXUALMENTE DE PRESOS

Yifat Tomer-Yerushalmi tornou-se o centro de um escândalo que revelou graves violações de direitos humanos contra prisioneiros palestinos na penitenciária militar de Sde Teiman, no Deserto do Neguev. No domingo (2/11), a procuradora-geral do Exército de Israel desapareceu por algumas horas após enviar uma carta de renúncia, confessando ter ordenado o vazamento de um vídeo em que cinco soldados aparecem abusando sexualmente de um detento. Parte da imprensa interpretou a mensagem como uma nota suicida. O vídeo, gravado em julho de 2024, mostra os militares levando o preso até uma cerca, escondendo a cena com escudos e cometendo agressões que resultaram em graves ferimentos. Na segunda-feira (3/11), Tomer-Yerushalmi foi presa sob suspeitas de fraude, abuso de cargo, obstrução da Justiça e vazamento de informações oficiais. Ela ficará em prisão preventiva por pelo menos três dias. Mensagens em seu celular indicam tentativa de interferir na investigação. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o episódio “causou imenso dano à imagem do Estado de Israel e das Forças de Defesa (IDF)”, pedindo investigação independente. Já o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, ordenou vigilância reforçada sobre a detenta.

Em fevereiro de 2025, as IDF indiciaram os cinco soldados por maus-tratos, após o Canal 12 exibir o vídeo. As imagens sugerem que os militares praticaram violência extrema contra o prisioneiro. A acusação formal aponta que os soldados provocaram fraturas, um pulmão perfurado e fissura anal, com base em laudos médicos e registros das câmeras. A prisão de Sde Teiman, instalada em base militar, abriga palestinos detidos na guerra contra o Hamas. Para o professor Eytan Gilboa, o vídeo demonstra que Israel “leva os crimes de guerra a sério”, e que o prisioneiro, suposto membro do Hamas, foi expulso para Gaza. Ele afirmou que Tomer-Yerushalmi não cometeu traição, mas errou ao ocultar o vazamento e mentir à Suprema Corte. Yifat Tomer-Yerushalmi, 51 anos, foi a primeira mulher a se tornar procuradora-geral do Exército israelense, em 2021. Nascida em Netanya, formada em Direito pela Universidade Hebraica, ingressou na Divisão Jurídica das IDF em 1996. Atuou como juíza militar entre 2007 e 2015, obteve a patente de coronel e, em 2019, passou a gerenciar políticas de gênero nas Forças Armadas. 






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