terça-feira, 11 de novembro de 2025

PROMOTORIA PEDE 2 MIL ANOS DE PRISÃO

A Promotoria da Turquia pediu pena de 2.000 anos de prisão por 142 acusações contra o ex-prefeito de Istambul Ekrem Imamoglu, preso desde março por suposta corrupção, o que ele nega. Principal rival de Recep Tayyip Erdogan, Imamoglu era visto como o único capaz de derrotá-lo em 2028. O Ministério Público também pediu a dissolução do opositor Partido Republicano do Povo (CHP), alegando financiamento ilícito. O partido enfrenta forte repressão judicial. O líder do CHP, Özgür Özel, classificou o processo como político e uma tentativa de interferir nas eleições. Imamoglu é acusado de corrupção e apoio ao grupo curdo DEM, ligado ao proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). O PKK, considerado terrorista por Turquia, EUA e Europa, anunciou em março cessar-fogo após décadas de conflito por autonomia curda. O procurador Akin Gurlek afirmou que 402 pessoas são investigadas por formar organização criminosa que teria causado prejuízo de 160 bilhões de liras (R$ 21,3 bilhões) ao Estado.

A acusação, com mais de 4.000 páginas, apresenta Imamoglu como líder do grupo e cita coerção de empresários para pagar subornos. A prisão gerou protestos em todo o país, reprimidos com 1.400 detenções. Em abril, Imamoglu afirmou em depoimento estar preso por “ter vencido três eleições em Istambul”. Ele é cotado para disputar a Presidência em 2028. Erdogan, no poder há 22 anos, tenta reformar a Constituição para concorrer novamente, alegando que a atual, de 1980, está ultrapassada. Sem maioria parlamentar, ele busca apoio de partidos pró-curdos, possivelmente em troca do avanço nas negociações de paz com o PKK. Imamoglu era visto como o principal obstáculo político a essa estratégia.


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