segunda-feira, 10 de novembro de 2025

COP30 TEM INÍCIO HOJE

A 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) começa hoje, em Belém, reunindo representantes de vários países e ONGs, dez anos após o Acordo de Paris, que buscava limitar o aquecimento global a 1,5°C. A capital paraense sedia o maior evento climático do planeta em meio a tragédias ambientais no Brasil e à polêmica sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, criticada por contrariar a transição energética. Na cúpula da semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o protagonismo brasileiro, evitando o tema do petróleo. “Belém será o lugar onde renovaremos nosso compromisso com o Acordo de Paris”, afirmou. Hoje, ele participa da abertura, conduzida pelo secretário-executivo da ONU, Simon Sitell, que alertou para a urgência de ações diante de furacões, tufões e tornados recentes. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, pediu “avanços ambiciosos” na conferência. Porém, estudo do Pnuma indica que o mundo caminha para aumento de até 2,5°C até o fim do século, mesmo se as metas atuais forem cumpridas. A ausência dos Estados Unidos preocupa, pois pode comprometer o financiamento climático — estimado em US$ 1,3 trilhão anuais em plano anterior, ainda sem compromisso formal das nações ricas.

Para Anna Cárcamo, do Greenpeace Brasil, o vácuo dos EUA exige que outros países assumam liderança. Ela ressaltou que o navio do Greenpeace está em Belém e aberto ao público. A principal aposta brasileira é o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que busca arrecadar US$ 10 bilhões até 2026, com US$ 5,5 bilhões já encaminhados. Cárcamo elogiou o fundo, mas defendeu critérios mais claros e repasses diretos de 20% a povos indígenas e comunidades locais. Com expectativa de público de 50 mil pessoas e 194 países inscritos, a COP30 terá duas áreas principais: a Zona Azul, para negociações oficiais, e a Zona Verde, aberta ao público, voltada à inovação e ao engajamento social. Entre os eventos paralelos, destaca-se a Casa do Seguro, criada pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e parceiras, com espaço sustentável de 1,6 mil m², palestras e exposições. O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, afirmou que o setor quer mostrar “como o seguro pode ajudar a prevenir e mitigar os impactos das mudanças climáticas”, reforçando o compromisso com um futuro sustentável. 


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