O desembargador paranaense Luís César de Paula Espíndola, alvo de processo disciplinar do CNJ, acumula há décadas acusações e episódios de violência. Em nova sessão presidida por Edson Fachin, foram incluídos testemunhos de servidoras do TJ-PR que relataram assédio moral e importunação sexual desde os anos 1980. Segundo a OAB-PR, funcionárias do gabinete eram obrigadas a trabalhar na casa do juiz e a cuidar de sua mãe. O advogado Luiz Fernando Pereira afirmou que elas seguiam “protocolos de sobrevivência” para evitar ficar sozinhas com Espíndola. Fachin defende a responsabilização de magistrados, alinhando-se à promessa de combater desigualdade de gênero. Em 2023, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino alertou o STJ sobre as manobras protelatórias do desembargador. Apesar disso, Espíndola foi protegido por ex-corregedores, como João Otávio de Noronha e Humberto Martins. Condenado por lesão corporal contra a irmã, também desembargadora, chegou a presidir uma câmara de direito de família. Teve ainda denúncias de agressão a uma dona de casa e à mãe.
A Lei Maria da Penha embasou denúncia recebida em 2018. Relatórios apontam arquivamentos sucessivos de investigações disciplinares. O ministro Luís Felipe Salomão destacou a necessidade de apuração rigorosa. Noronha minimizou os fatos e defendeu o retorno do magistrado, enquanto Martins recuou após inicialmente classificá-lo como “violento”. Já Mauro Campbell defende o afastamento cautelar para preservar a credibilidade do Judiciário.
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