segunda-feira, 15 de setembro de 2025

TRUMP QUER MILITARIZAR A SEGURANÇA

Como parte de sua campanha anti-imigração e após o assassinato de Charlie Kirk, o presidente Donald Trump tem acelerado o envio de tropas da Guarda Nacional a cidades americanas. 
As localidades escolhidas têm em comum serem governadas por democratas, terem maioria não-branca e prefeitos negros. Trump anunciou mega-operação do ICE e envio de tropas a Chicago, Nova Orleans, Memphis e Nova York. Antes, já havia mandado a Guarda Nacional para Los Angeles e Washington, medidas contestadas judicialmente. Segundo o Censo de 2020, 57% da população dos EUA é branca; em cidades-alvo, a maioria é negra ou latina. Nova Orleans e Memphis têm mais de 50% de população negra e forte tradição cultural afro-americana. Trump insiste que a criminalidade está em alta, mesmo com indicadores de queda. Aliados citam casos violentos, como o assassinato da ucraniana Iryna Zarutska, para reforçar a narrativa. O presidente tem usado termos fortes, chamando Chicago de “campo de matança” e Los Angeles de “anarquia”.

Trump prometeu ainda “reconquistar” Nova York e “tomar conta” de Nova Orleans e Memphis. Especialistas apontam linguagem racista e estereótipos históricos na retórica presidencial. Para a criminologista Andrea Headley, enviar tropas não é eficiente para reduzir o crime. Ela destaca que a polícia funciona melhor quando há confiança da comunidade. O medo da Guarda Nacional, segundo a professora, mina essa cooperação. Memphis, de fato, tem alta taxa de homicídios: 40 por 100 mil habitantes em 2024. Salvador, no Brasil, registrou 52 homicídios por 100 mil no mesmo período. Apesar de problemas, houve melhora em várias cidades graças a programas sociais. Esses recursos, porém, foram cortados no governo Trump.
Críticos afirmam que a prioridade não é prevenir violência, mas militarizar a segurança. Segundo a antropóloga Faye Harrison, a separação entre polícia e Forças Armadas está sendo corroída. 

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