segunda-feira, 1 de setembro de 2025

"PALESTINA NÃO ESTÁ À VENDA", DIZ EMBAIXADOR

Os Estados Unidos combinou com Israel para construir um paraíso turístico, denominado de Riviera do Oriente Médio, na terra arrasadas pelos israelenses, deixando mais de 60 mil palestinos mortos, incluindo 20 mil crianças. Isso conta em 
relatório de 38 páginas, obtido pelo Washington Post, onde detalha os planos de Donald Trump para o pós-guerra em Gaza. O projeto foi denominado de GREAT, prevê transformar o enclave em um “protetorado” administrado pelos EUA por 10 anos. Para desalojar os palestinos, os Estados Unidos pagam US$ 5 mil, mais subsídios de alimentação e aluguel por quatro anos. A população seria incentivada a migrar para outros países ou áreas controladas por Washington. Além de resorts, o plano prevê polos de tecnologia e indústrias de ponta em Gaza. O projeto tem participação de israelenses ligados à Fundação Humanitária de Gaza (GHF). O Boston Consulting Group ficaria responsável pelo planejamento financeiro.

Para o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, trata-se de “roubo” e colonialismo disfarçado. Ele afirmou que os palestinos precisam de justiça e liberdade, não de “presentes ilusórios”. Alzeben destacou a história milenar de Gaza como porto e centro comercial do Mediterrâneo. Ele criticou Washington por agir com “cegueira perigosa” diante das mudanças no mundo. “Nem o povo palestino nem qualquer povo digno aceitará viver na humilhação”, afirmou. Já Eytan Gilboa, professor em Israel, chamou o plano de “fantasia”. Segundo ele, moradores de Gaza não desejariam migrar para países africanos ou do Terceiro Mundo. Enquanto isso, uma flotilha humanitária com 20 barcos e ativistas de 44 países zarpou de Barcelona. Entre eles estavam Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila. Milhares se despediram da flotilha, em ato de solidariedade aos palestinos.

Greta disse que a missão “não deveria existir” e que o povo está sendo privado do básico. No mesmo dia, Israel confirmou a morte de Abu Obeida, porta-voz militar do Hamas. Ele era considerado o chefe de propaganda mais eficaz do grupo. Segundo Gilboa, sua eliminação enfraquece a liderança do Hamas. Alzeben reforçou: “A Palestina não está à venda, nem para aluguel ou servidão”. Ele comparou a situação atual à tragédia dos povos originários das Américas.

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