Uma juíza federal dos EUA suspendeu, na sexta-feira (29), políticas do governo Trump que ampliavam deportações aceleradas de migrantes detidos longe da fronteira com o México. A juíza Jia Cobb, de Washington, atendeu a um grupo de defesa dos migrantes e suspendeu medidas adotadas em janeiro que expunham milhões a expulsões rápidas. O processo de remoção acelerada existe há quase três décadas, aplicado principalmente na fronteira. Trump ampliou o alcance para imigrantes em qualquer parte do país sem prova de residência de dois anos. Essa política já havia sido testada em 2019 e revogada por Biden. Segundo Cobb, a imigração fez uso “agressivo” do novo poder de deportação. Ela destacou que os migrantes agora afetados vivem há anos nos EUA. Por isso, têm interesse legítimo em permanecer e devem ter garantias da Quinta Emenda. Cobb criticou a ausência de adaptação de procedimentos para esse novo público. Ela afirmou que priorizar velocidade gera deportações equivocadas. Classificou o processo como “precário” e violador de direitos constitucionais.
O governo alegou que migrantes ilegais não têm direito ao devido processo. Para a juíza, esse argumento ameaça não só estrangeiros, mas todos. Cobb frisou que não questiona a lei em si, apenas sua aplicação ampliada. Regras constitucionais exigem chance de ser ouvido antes da expulsão. O governo pediu prazo para recorrer, mas Cobb recusou. O Departamento de Segurança Interna defendeu Trump, dizendo que ele tem mandato para deportar “os piores dos piores”. A ACLU, que representa a ONG Make the Road New York, não comentou. No início do mês, Cobb também bloqueou a deportação acelerada de migrantes autorizados a entrar sob programas humanitários.
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