A Associação Americana de Soja enviou carta a Donald Trump afirmando que, após o tarifaço, a China substituiu o grão norte-americano pelo brasileiro. No documento, produtores pedem que o presidente priorize o cultivo nas negociações com Pequim.
Segundo a Administração Geral de Alfândega da China, as compras de soja brasileira subiram 13,9% em julho, somando 10,39 milhões de toneladas, contra 9,12 milhões no mesmo mês de 2024. O volume representou 89% de todas as importações do país.
No mesmo período, as compras chinesas dos EUA caíram 11,5%, ficando em 420,8 mil toneladas, abaixo das 475,3 mil do ano anterior.
“Devido à retaliação tarifária, nossos clientes recorreram aos concorrentes sul-americanos. O Brasil pode atender à demanda pelo aumento da produção desde a última guerra comercial”, disseram os produtores.
A soja dos EUA enfrenta tarifa 20% maior do que a sul-americana. A associação alerta que a China firmou contrato com o Brasil para os próximos meses, evitando compras norte-americanas.
Segundo os produtores, os agricultores estão “à beira de um precipício comercial e financeiro”.
“O setor não pode sobreviver a uma disputa prolongada com nosso maior cliente”, disse Caleb Ragland, presidente da associação.
Eles pedem que Trump encerre as tarifas retaliatórias e garanta compromissos de compra significativos.
Para Liu Jinlu, pesquisador da Guoyuan Futures, a forte oferta brasileira e o temor nas relações EUA-China estimularam os estoques.
Entre janeiro e julho, a China comprou 42,26 milhões de toneladas do Brasil (queda de 3%) e 16,57 milhões dos EUA (alta de 31,2%).
No mesmo período, as importações da Argentina somaram 672,6 mil toneladas, alta de 104,7%.
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