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terça-feira, 29 de julho de 2014

TOADA TRISTE

Com a publicação do poema abaixo, TOADA TRISTE, vinda de um servidor da Comarca de Cotegipe, homenageio a todos os servidores do Judiciário da Bahia, que passam por momentos difíceis.               
Antonio Pessoa Cardoso 


A boca da noite nos seios de Vênus,
Sorvendo gotas de paixão. Feito vinho,
Alimenta madrugadas sedentas...
Cheios de levezas, anjos tontos
Tomam conta das horas – frias senhoras!
Infatigavelmente reticentes,
Vão-se embora apanhar respostas.
Sim e não se calam! Emudecem então...

Próximo dos motivos não cantados,
Há um tempo fora do tempo –
Emprestado por loucos e poetas.
Está no vazio. Nos olhos do tuaregue.
No vento que sopra a tempestade
E espalha versos brancos por toda parte.
Sem prelúdio, prova-se da existência –
Por consequência, risco de vida...

Sazonado peregrino das lonjuras!
Divagante, entorpecido, inebriado...
Embalado por clarins profanos,
Aventura-se por entre ruas de miosótis –
Nenhuma esquina para se dar por satisfeito.
Além do campanário, ainda avistados,
Seus demônios galopam estrelas cadentes.
Em fuga, rumo ao inferno astral...

Explicada pela beleza iconoclasta,
A musa tropeça na inquietude...
Mãos niilistas pegam-na ao colo
E entretêm amantes insones.
-       Quanto ainda resta de manhãs?...
Sendo trágico – entre o cais e o arco-íris,
O intérprete afoga sua personagem.
Reclama um lugar entre os deuses!

Lábios sequiosos brotam sensualidade!... 
Num gesto extenso, de vir-a-ser
Bênçãos aos que buscam eternidade. 
Baco espreguiça o sono lascivo –
Saboreia o gosto amargo desta poética.
Como salvação, ecoa um grito ébrio
Antes da extrema-unção. Sugere um gole
Às almas esquecidas – célica louvação!

                                                                               Marcos Alberto


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